Capítulo 12

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Os dias foram passando...


Meu presente é minha canção,
E esta é para você.


Alfonso: Anahí. – Ela o olhou – Assim que der, chame Christopher aqui.

Anahí: Christopher? – Perguntou, confusa. Ele assentiu. – Pra que?

Alfonso: Quero que ele traga alguma coisa da empresa pra mim. Algo pra ler, alguma decisão a tomar, nada que vá me matar. – Esclareceu.

Anahí: Por que isso agora? – Perguntou, olhando-o.

Alfonso: Porque me incomoda ficar tal como um dois de paus, parado nessa cama. – Respondeu, simples. Anahí o observou por um instante. Ele continuava sendo rude com ela, mas ela não moveria mais um dedo contra isso.

E você pode dizer a todos,
Que está sua canção...


Anahí: Tudo bem. – Respondeu, tranqüila.

Passando...

Medico: Aqui está. – Disse, entregando a Robert um envelope – A compatibilidade dos dois é alta. Todos os testes que eu fiz resultaram positivos.

Robert: Perfeito. – Disse, checando os papéis que tinha em mãos.

Medico: A fecundação é mais que óbvia. Vai acontecer na primeira tentativa. – Garantiu.

Robert: Eu conto com isso. – Disse, sorrindo torto, olhando os resultados dos testes. Nunca em sua carreira encontrara dois genes tão compatíveis. É como se a natureza estivesse incentivando o que ele estava prestes a fazer.

Médico: Robert, tem certeza do que vai fazer? – Robert ergueu os olhos – Você sabe que corre o risco de perder o diploma por isso, não sabe?

Robert: Eu só vou devolver o que eu tomei. – Disse, pondo os resultados dos testes dentro do envelope de novo.

Pode ser bem simples,
Mas agora que está pronta...


Médico: Sem avisar? – Perguntou, insistindo – Isso é crime. Eu só estou te ajudando porque sou seu amigo. – Ressaltou.


Robert: E eu agradeço. – Disse, guardando os exames em uma gaveta – Eu sei o que estou fazendo. E se algo passar errado, se essa história vier a tona, eu vou assumir toda a responsabilidade sozinho. – Garantiu.

Passando...


Christopher: E isso é sobre aquela ação, da qual eu comentei da ultima vez. – Disse, colocando a pasta no colo de Alfonso, que estava sentado (a cabeceira da cama estava inclinada, deixando-o sentado).

Alfonso: Mais problemas? – Perguntou, baixando a cabeça pra se permitir ler a folha de papel.

Christopher: O de sempre. – Disse, olhando um papel em sua mão. Christopher ficara particularmente azedo depois que a mulher fora embora.

Edmundo: Gostaria de um abraço, Christopher? – Perguntou, fazendo graça. Ele repetia essa pergunta toda vez que se batia com o outro.

Espero que não se importe,
Eu espero que não se importe,
Que eu tenha expressado em palavras...


Anahí: Edmundo, pelo amor de Deus. – Intercedeu.

Christopher: Edmundo, eu ainda não parti sua cara em duas porque, por alguma razão absurda e desconhecida, ela gosta de você. – Disse, ainda olhando os papeis, tranqüilo – Mas não abuse da sorte. Um dia ela pode lhe faltar. – Disse, fechando a pasta, encarando o outro brevemente antes de se virar e sair. Alfonso riu, e Edmundo sorriu, satisfeito.

Passando...

Anahí estava no corredor do hospital. Deus, como estava cansada! Havia acabado de almoçar (seu almoço era o sanduíche natural do hospital, e café. Todas as suas refeições eram desse tipo.), e seu corpo pedia pra ela ir pra casa, pra dormir, pra se alimentar direito. Mas ela não ia.


Como a vida é maravilhosa agora que você está no mundo.

Anahí: Faça o que for preciso. – Disse, ao celular. Era Pedro, querendo saber de algo sobre a reforma do quarto de hospedes da casa dela. – Não, tudo bem. Se for necessário, armazene no escritório. Eu pedi pra só entregarem daqui a algum tempo, mas é impossível. – Disse, suspirando.

Ela abriu a porta do quarto, então parou, com a mão ainda na maçaneta. Tinha uma enfermeira com Alfonso. Ela estava cuidando dele. Provavelmente lhe dera banho enquanto Anahí estava lá embaixo, porque a roupa de Alfonso não era a mesma, e ele estava descoberto, enquanto ela arrumava o travesseiro. Anahí não gostou daquilo. Não gostou nada. Enquanto a enfermeira cobria Alfonso novamente, o olhar dele encontrou o dela. Primeiro surpresa, depois curiosidade, então ele sorriu de canto, entendendo a expressão dela. Seu sorriso era malicioso, do tipo que ele dava quando queria provocá-la. Anahí ergueu a sobrancelha pra ele, uma mão ainda na maçaneta da porta, a outra segurando o celular na orelha.

Eu sentei no telhado e sacudi a poeira.
Como vê, alguns desses versos me deixaram bem irritado.


Anahí: Não, eu estou ouvindo, eu só me distrai. – Disse, retomando a ligação. Ela deu um olhar fulminante nele antes de retroceder, fechando a porta. Não conseguiu sair antes de ver ele rindo. – É um idiota. – Acusou – Não, você não Pedro, Alfonso. – Explicou, se afastando dali, pra poder dar atenção a Pedro.

E mais de um mês se passou...

Médico assistente: Eu pensei que você tivesse pressa. – Comentou, observando Robert. Esse estava sentado, com um microscópio a frente, e uma agulha na mão, concentrado.

Robert: Nenhuma. A pressa é inimiga da perfeição. – Disse, movendo a mão com a seringa, a voz baixa pela concentração.

Mas o sol foi gentil enquanto eu escrevia essa canção.
É pra pessoas como você que eu continuo fazendo.


Médico: E isso? – Perguntou, apontando pra Robert.

Robert: É só um teste. – Disse, concentrado – Não vou utilizar. Só quero ver algo. – Disse, quieto.

P.S.: Eu Te Amo (Livro 02)Onde histórias criam vida. Descubra agora