Anahí: Eu agradeceria se você parasse com isso, que diabo. – Disse, segurando a mão dele. Alfonso não parava de mover a mão. Com o tempo, a dor cedia.
Alfonso: Você está melhor? – Perguntou, obedecendo ela, e sorrindo de canto.
Anahí: Vou receber alta logo. – Respondeu, quieta. Não estava melhor. Queria seus filhos.
Alfonso: E depois? – Perguntou, os olhos verdes encarando-a.
Anahí: Depois nós veremos. – Disse, encerrando o assunto – Robert está contente com seus progressos.
Alfonso: Anahí, eu não quero sua compaixão. – Disse, de repente, duro. Anahí o encarou, os olhos cansados.
Anahí: Você não a tem. – Disse, com um sorriso morto no rosto.
Alfonso: Porque não fala a verdade e acaba logo com isso? – Perguntou, irritado.
Anahí: Porque você sabe a verdade. – Ou a maior parte dela. Alfonso rolou os olhos. – Não vou ficar aqui pra discutir com você. – Admitiu, cansada.
Alfonso: Claro que não. – Resmungou. Era claro que ela não se daria ao trabalho.
Anahí: Preste atenção, porque eu só vou dizer uma vez. – Alfonso a encarou – Você é livre pra me deixar, mas não estou lhe escondendo a verdade. – Disse, respirando fundo – E, por favor, acredite quando eu digo que te amo. – Encerrou.
Alfonso: Eu queria acreditar. Deus bem sabe. – Murmurou, amargo. Anahí assentiu com a cabeça. Ela recuou um passo pra sair, mas se virou de novo.Anahí: Só se lembre, Alfonso. Há um ano atrás você apareceu e me pediu a mesma coisa. Eu acreditei em você. – Disse, e virou as costas, saindo do quarto.
Alfonso suspirou, tentando entender. Nada fazia sentido, tudo era confuso. Ele queria acreditar nela, então a lembrança de sua voz debochando dele ecoava em sua cabeça. O rosto dele se fechou, e ele voltou a trabalhar com a mão, fechando e abrindo-a lentamente e a muito custo, sentindo as pontadas dolorosas em cada parte da mão e do inicio do braço. A dor era melhor que pensar nela, por hora.---*
Dulce: Pedro, seja racional, uma vez na sua vida. – Pediu, enquanto andavam pelo corredor do hospital.
Pedro: Estou sendo. – Disse, arrumando o cabelo de Lúcia. Dulce abriu a porta do quarto de Anahí.
Anahí: Qual o motivo da discussão agora? – Perguntou, sorrindo de canto, sentada. Iria receber alta logo. Nenhum movimento mais lhe doía. Seria bom tê-los ali. Fariam com que ela esquecesse tudo que a estava atormentando desde que saíra do quarto de Alfonso.
Dulce: Pedro, sendo teimoso como sempre. – Disse, revirando os olhos.
Pedro: Fica aqui, com a tia Anahí um pouquinho, sim? – Pediu, e Lúcia assentiu, enquanto o pai a colocava sentada na cama de Anahí. Pedro saiu, discutindo com Dulce, e Lúcia ficou.
Anahí: O que há agora? – Perguntou, acariciando os cabelos curtos da menina.
Lúcia: Algo sobre escola. – Disse, dando de ombros – Papai não quer que eu fique com as outras crianças pequenas, e tia Dulce diz que ele vai me... me... – Ela fez esforço pra lembrar a palavra – É, me prejudicar, se eu ficar na turma em que devia.
Anahí: Entendo. – Disse, acompanhando o fio de raciocínio.
Lúcia: Eles brigaram o caminho todo. – Disse, revirando os olhinhos. Anahí riu. Podia imaginar a cena dentro do carro. – Ouça. – Disse, apontando pra porta.
As duas se calaram, escutando. As vozes alteradas de Pedro e Dulce vinham constantemente do corredor. Pedro estava irredutível.
Pedro: Ninguém, Dulce María, ninguém vai menosprezar minha filha. Ela tem 5 anos, e vai estudar em uma turma de 5 anos, ponto final. – Disse, impaciente.Dulce: Mas não está certo! Ela não cursou todo o período, há dois anos pendentes! – Disse, apelando pra lógica. Em Londres, em geral, as crianças começavam a estudar aos 3 anos. Logo, Lúcia havia perdido 2.
Pedro: Pra sua informação, ela tem tido aulas com um professor particular diariamente. – Insistiu – Não vai ser a grandalhona em uma turma de moleques, eu não vou permitir, e ponto final. – Teimou – Vai ficar com as crianças da idade dela, como deve ser.
Dulce: Pedro, por favor...
Pedro: Dulce María, que diabo uma criança tanto pode aprender no maternal e no jardim I, que tanto vai atrapalhar Lúcia? – Perguntou a voz, exasperada.
Antes que Dulce pudesse responder, uma enfermeira pediu aos dois pra se controlarem no corredor do hospital. Os dois se afastaram, ainda discutindo, até que as vozes sumiram. Anahí sorriu. Pedro não ia mudar de idéia.
Anahí: Eles não vão parar nunca. – Disse, sorrindo de canto.
Lúcia: Mas a tia Dulce está certa. Papai deve ter vergonha de mim, por não saber nada. – Disse, encolhidinha, sentada ao lado de Anahí.
Anahí: Ei, não diga bobagens! - Disse, erguendo o rostinho da menina com a mão – Pedro não sente vergonha de você. Ele a ama. – Garantiu, acariciando os cabelos curtos da menina, que sorriu, vermelhinha de vergonha.
Lúcia: Eu queria ser mais inteligente, saber mais das coisas, pra ele não ter problemas por causa de mim. – Confessou.
Anahí: Você é inteligente. Muito mais inteligente que muitas meninas da sua idade. – Disse, ainda acariciando a menina – Pedro se orgulha de você. – Garantiu. Lúcia sorriu, acanhada – E eu teria muito orgulho de ser sua mãe. – Admitiu. Lúcia ergueu os olhinhos pra ela, surpresa.
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P.S.: Eu Te Amo (Livro 02)
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