Na manhã seguinte, Robert estava cedo no hospital. Foi direto conferir o ovulo de Anahí; fecundado com perfeição na noite passada. Daria tudo certo.
Medico: E porque agora é o momento adequado? – Perguntou, vendo Robert parado perto de um equipamento (cujo nome exato eu não sei), que parecia uma geladeira.
Robert: Porque em breve Alfonso vai estar andando outra vez. Esse feto precisa estar acomodado, acolhido, em proteção, quando acontecer. – Disse, olhando o pequeno vidrinho.
Medico: Tem certeza de que não vai avisá-la, Robert? – Perguntou outra vez – Anahí faria tudo pela criança, você sabe.
Robert: E ela fará, uma vez que estiver crescendo dentro dela. Mas não concordaria com essa concepção, acredite. – Disse, os olhos parados no vidrinho.Anna: Robert, eu não acredito nisso! – Disse, em um silvo, fechando a porta atrás de si. Sua voz e seu rosto denunciavam: ela havia ouvido tudo. Robert fechou a geladeira atrás de si, em uma postura defensiva, como se estivesse se pondo a frente do bebê de Anahí e Alfonso, protegendo-o. Nada de bom sairia dali.
Problemas, problemas, problemas.Robert: Anna... – Tentou.
Anna: Não! – Exclamou, exasperada – Não, não! Robert, você não vai fazer isso.
Robert: Acredite, eu vou. – Respondeu, ainda parado a frente da geladeira onde estava o ovulo de Anahí. Ele respirou fundo, os olhos verdes parecendo cansados – Tome conta disso pra mim, ok? – Pediu, olhando o outro médico, que assentiu – Não importa quem chame, não importa o que aconteça, não saia da frente dessa geladeira. Não permita, por nada, que essa porta seja aberta. – O medico assentiu de novo. Anna olhava a cena, o rosto transtornado – E você, venha comigo. – Chamou, saindo da porta da geladeira assim que o outro medico assumiu seu lugar.
Anna: Onde? – Perguntou, na defensiva.
Robert: Até minha sala. – Esclareceu, segurando a porta da saída.
Anna e Robert andaram em silencio pelos corredores. Enquanto ela estava irritada, as mãos nos bolsos do jaleco, Robert transparecia tranqüilidade, os braços soltos ao lado do corpo, o jaleco sendo levado enquanto ele andava. Ele abriu a porta de sua sala pra ela, que entrou, seguindo-a de perto e fechando a porta atrás de si. Mas antes que pudesse falar, ela começou.
Anna: Robert, o que está fazendo?! – Perguntou, virando-se pra ele.
Robert: Estou devolvendo o que eu tomei. – Respondeu, simples.
Anna: O que você está tentando fazer vai contra a lei! Você... Você não pode... Você está manipulando vidas! Fugiu ao controle!
Robert: Por favor, não grite. – Disse, ainda calmo, indo pra sua mesa. Ele girou a cadeira e se sentou.
Anna: Eu não vou permitir. – Avisou.Robert: Não vejo como me impediria. – Disse, parecendo se divertir com a idéia de Anna tentar detê-lo de algo.
Anna: Eu vou contar a ela. – Disse, o rosto branco de irritação. A tranqüilidade de Robert se esvaiu – Vou contar a ela assim que eu sair desta sala. Ela não vai concordar. Essa concepção não vai acontecer, porque ela não vai deixar.
Robert observou Anna por um breve instante, os olhos verdes sondando-a afim de ver se ela falava sério, ou se era um blefe. Ela falava sério. E ele sabia que ela tinha razão; se Anahí viesse a saber o que ele estava fazendo, a concepção não ocorreria. Ela não permitiria.
Robert: Faça isso. Diga a Anahí o que estou fazendo. – Disse, se curvando pra mesa, se apoiando nos cotovelos. Seu olhar era sério, tal como sua voz – E eu tratarei de cuidar da sua demissão de imediato.
Anna piscou duas vezes, processando essa informação. Ela viu o rosto sério de Robert, e então riu, tirando o cabelo do rosto. Quanta prepotência!
Anna: Robert, eu não quero destruir o seu castelo de areia, mas você não tem esse poder. – Disse, se divertindo por um instante.
Robert: Você está no meu hospital. – Disse, lentamente, ainda curvado na mesa. Anna, sentada, se encostou na cadeira, respirando fundo.
Anna: Não é "seu hospital". É o hospital onde você trabalha. Onde seu ego te levou, Robert? – Perguntou, olhando-o. Robert parecia continuar tranqüilo – Eu vou contar a ela. Você não pode manipulá-la a esse modo.
Robert: Há uma coisa de que você não sabe. Uma coisa que ninguém aqui sabe. Uma coisa que poucas pessoas sabem. Apenas minha esposa, é claro, e alguns amigos. – Disse, procurando algo na gaveta da mesa. Anna viu Robert passar por algumas pastas, escolhendo uma, e fechando a gaveta. – Mas você está no meu hospital, Anna. – Disse, abrindo a pasta e exibindo a ela.
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P.S.: Eu Te Amo (Livro 02)
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