Capítulo 13

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Alfonso: Para, para! – Ordenou, os olhos cerrados.

Robert parou na mesma hora. Entendia. Anahí olhou, ansiosa, de um pro outro. Os exames haviam sido feitos, era hora de ir pra casa. Alfonso reprimiu a revolta quando viu a cadeira de rodas; ele prometera. Não era agradável ficar sentado ali, não havia estabilidade. Só que quando Robert deu um breve impulso na cadeira, a cabeça de Alfonso girou, junto com seu estomago. Pensou que ia desmaiar, ou vomitar. Um dos dois. Pediu mentalmente pra se manter firme; já fora frágil demais.

Robert: Respire fundo. De um até três. – Ele viu Alfonso inspirar, ainda com os olhos fechados.

Anahí: Robert, o que há? – Perguntou, ansiosa.

Robert: É normal na primeira vez sentir vertigem, ou enjôo. Tontura. – Explicou.

Alfonso: Saber que é normal me deixa realmente reconfortado. – Debochou, irônico, ainda de olhos fechados.

Anahí se abaixou a frente da cadeira dele, observando seu rosto. Ele parecia estar se esforçando pra conter algo. Alfonso não percebeu o movimento dela, até que ela ergueu a mão, tocando seu rosto. O toque dela o fez abrir os olhos, e Anahí viu o verde torturado que havia ali. Ela o confortou com o olhar, dizendo que estava ali, que aquilo não ia durar.

Anahí: Passa algo? – Perguntou, e ele viu o tom da preocupação nos olhos dela.

Alfonso: Nada que eu não possa administrar. – Confortou. Mentira. Estava prestes a desmaiar. Desmaiaria se a cadeira se movesse de novo.

Anahí: Me perdoe. – Murmurou, quietinha. Alfonso apenas a observou, quieto.

Alguns minutos depois, a vertigem de Alfonso começava a ceder. Foi quando Robert fez um breve impulso com a cadeira novamente.

Anahí: Não. – Disse, e Robert alertou com o olhar pra que ela não atrapalhasse. – Robert! – Rosnou.

Robert: Vamos conseguir. Já lhe disse, é normal. – Disse, e Alfonso não estava inspirando de 1 á 3. Estava inspirando de 1 á 10. – Tudo bem?

Alfonso: Vamos. – Disse, num fio de voz.

O percurso no corredor foi demorado. Alfonso não gostava de lembrar da experiência do elevador; era enervante. Depois, o processo para colocá-lo no carro. Ele estava começando a se irritar com isso tudo, não gostava de ser carregado por ninguém, mesmo sendo um enfermeiro. Anahí deu a partida no carro, preocupada, e viu o volvo de Robert seguindo-a atrás. Mas o percurso foi calmo.

Alfonso: É estranho. – Comentou, e ela, após verificar o transito, virou o rosto pra ele.

Anahí: O que é estranho? – Perguntou, olhando-o.

Alfonso: Isso. – Disse, olhando o painel do carro – Parece quase normal. – Disse, com um sorriso de canto – Parece que eu estou só tomando uma carona. – Disse. Seria verdade, se ele não tivesse a estranha sensação de que suas pernas e braços tivessem a consistência de maria-mole. Mas não diria isso a ela.

Anahí: Logo voltará a dirigir. E a danificar o meu carro. – Disse, com escárnio, olhando pra frente, e ouviu o riso dele.

Alfonso olhou pra fora do carro, vendo as ruas passarem. Chegou a pensar que não viveria pra ver Londres novamente, em seu clima frio, as pessoas andando apressadas. Infelizmente, logo acabou. Robert apareceu do lado do carro, no estacionamento, e Anahí manteve a cadeira enquanto Robert transferia Alfonso do carro pra cadeira de rodas. Ele respirou, contendo a náusea novamente, e se manteve. Robert ajustou as pernas de Alfonso, então viu o que o moreno o observava, com a sobrancelha erguida.

Robert: O que? – Perguntou, desconfiado, uma mão no calcanhar de Alfonso, e a outra na manivela da cadeira.

Alfonso: Ficar pegando em mim excita você? – Perguntou, debochado, e Anahí riu. Robert rolou os olhos, mas sorriu.

Robert: Um doce de pessoa, como sempre. – Disse, se levantando e largando Alfonso.

Alfonso conseguiu se segurar até o elevador. Conseguiria administrar isso. Mas quando o elevador começou a subir, a vertigem voltou.

Alfonso: Mas que merda. – Murmurou, cerrando os olhos outra vez.

Anahí olhou pra Robert, agoniada. Ele lhe disse, em um aceno de cabeça, que não fizesse nada. Alfonso agradeceu a Deus quando a porta do elevador abriu. O caminho até em casa era curto, e logo a porta do apartamento se abriu. Ele olhou, saudoso, tudo em volta. Estava equivocado; na circunstancia que fosse, aquela seria sua casa.

Anahí: Bem vindo de volta. – Disse a voz dela, doce, ao lado do ouvido dele.

P.S.: Eu Te Amo (Livro 02)Onde histórias criam vida. Descubra agora