I was a fool for love

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Ela esperneava como uma criança mimada enquanto eu jogava as minhas roupas de qualquer jeito na mochila. Nunca tínhamos brigado até chegar aquele ponto, mas fora ela mesma quem provocara aquilo.

- Você não pode fazer isso! - ela gritou e se colocou entre mim e minha mochila, começando a desfazer a mala - Não pode acabar com tudo o que construímos! Vamos conversar.

- Eu já tentei conversar, Lia. - respondi calmamente, ela negava, passando a mão pelo cabelo negro curto, o bagunçando ainda mais, seus olhos lacrimejavam, mas tentei me manter firme - Não dá, simplesmente não dá mais.

- Por favor. - ela choramingou segurando minha mão - Me perdoa.

- Eu já te perdoei, te dei uma segunda chance. - disse me soltando dela e fechando o zíper na mochila - Mas já dizia a sábia Hayley Williams na música Misery Business... "Segundas chances, elas nunca importam. Pessoas nunca mudam. " Pensei que contigo pudesse ser diferente. - ri sem humor algum, enquanto passava em frente ao espelho no nosso quarto e arrumava meu gorro na minha cabeça, jogando a franja para o lado - Fui otária. Mais uma vez.

- Lynn... - ela chamou, enquanto me seguia para fora do quarto - Por favor! não!

- Lia, acabou! - exclamei perdendo a paciência, mas não me virei para encará-la. Eu não resistiria se visse aqueles olhos cor de mel se enchendo de lágrimas novamente.

Senti braços me envolvendo por trás e suspirei cansada. Continuei tentando caminhar, e com isso a arrastei junto comigo até a sala, em outra situação, eu riria da infantilidade dela. Peguei seus braços e fiz com que ela soltasse minha cintura e a empurrei sem delicadeza alguma, Lia cambaleou e caiu no sofá.

Não olhei para ela fixamente, tirei a aliança de compromisso do meu dedo a deixando sobre a o hack da televisão e peguei meu skate que estava apoiado no suporte dele ao lado da porta.

Ouvi um soluço de choro vindo dela, e mordi minha língua para evitar que minhas lágrimas rolassem também.

- Lynn! – ela gritou desesperada, mas eu já me afastava do nosso apartamento, e me dirigi para os elevadores sem olhar para trás.

Do lado de fora do prédio estava uma noite fria, e eu completamente sem rumo. Abracei meu skate, como se aquilo me desse forças e vaguei pelas ruas ao redor do nosso condomínio.

Eu e Lia namoramos há dois anos, e estávamos a cinco meses morando juntas. Nosso apartamento fora um presente dos pais dela para ela, e decidimos morar nele, para irmos nos acostumando a vida à duas.

Era raro nós discutirmos. Sempre tentávamos dialogar, mas Lia estava simplesmente impossível!

Eu sempre fui mais "esquentadinha", ou como ela me chama, "baixinha invocada". E ela sempre foi a mais emocional, por aí, já dá para imaginar os dramas quando temos alguma discussão.

Mas a situação foi mais do que uma briguinha por ciúmes ou coisa do tipo. Lia me traiu. Ela disse que não teve culpa... Mas eu desconfiava de Annie (a garota com quem ela ficou) há um bom tempo e Lia dava risadinhas e desconversava, falando que eram apenas amigas.

A minha garota é linda, claro que sei que outras pessoas podem se sentir atraídas por ela. Mas se ela esta comigo, deveria ser fiel, e se percebesse segunda intenções, deveria cortar relações. E isso que me frustrava, pois eu tinha alertado e ela não me ouviu.

Bufei irritada enxugando as lágrimas com a manga do meu moletom e joguei meu skate no chão, começando a andar com ele.

Lia tem cabelos curtos, quando nos conhecemos ela usava uma franja meio no estilo punk, mas atualmente ela fazia uma espécie de topete. Ela usa um alargador pequeno na orelha e usa uma armação de óculos de grau meio no estilo "Harry Potter". Além de ter um dos braços praticamente fechado com tatuagens variadas, entre frases, desenhos aleatórios e até alguns símbolos tribais.

L&LOnde histórias criam vida. Descubra agora