— ... Eles não entraram em contato conosco, estamos aguardando alguma ligação. – Jordan disse do outro lado da linha do telefone, ele é o pai de Lia.
— Meu celular está sendo monitorado. Caso os sequestradores tentem mais um contato, a polícia vai tentar rastrear novamente. - eu respondi para acalmá-lo.
— Por que eles não querem dinheiro? Podemos pagar!
Compreendia o desespero dos pais dela, eu estava na mesma situação. Lia é filha única. Apesar de ser bem independente, ela é muito família. Do tipo que gostava de visitar a casa de seus pais pelo menos três vezes por semana além de nos reunirmos em almoços de domingo, e isso me fez ficar bem próxima dos meus sogros desde o início do namoro.
Sua mãe, Lauren, é psicóloga, e seu pai é um coronel do Exército aposentado. Ela sempre recebeu total apoio deles, e sua convivência com eles não mudou quando se assumiu. Minha sogra, sempre soube, pois tratou de muitos casos em seu consultório, de pessoas que buscavam seu apoio para aceitar a si mesmas e via os mesmos traços na filha.
Talvez, eles tenham ficado até mais superprotetores com ela depois de Lia se assumir. Então ter a filha nessa situação era totalmente desesperador.
— Eu ofereci dinheiro. - respondi - Tentei negociar...
— Vou falar com alguns contatos meus. - Jordan respondeu - Para agilizar essa investigação.
- Avise se tiver qualquer informação. – pedi, mesmo sabendo que eu estava mais a frente naquela investigação.
Após uma rápida despedia eu desliguei o telefone e apoiei a minha cabeça no vidro do carro, vendo o trânsito a nossa volta.
— Eu odeio mentir. - murmurei.
— Eu também... Mas é necessário, e tecnicamente, você só ocultou um fato. - Avalon respondeu, segurando o volante do carro com mais força.
A minha amiga parecia ansiosa, ela tamborilava os dedos no volante do carro sempre que parávamos em algum sinaleiro ou congestionamento, ela evitava me encarar diretamente, e respondia às minhas falas com palavras monossilábicas.
Era sábado. E resolvemos sair bem no horário de pico no centro da cidade com isso, pegamos um pouco de trânsito. O porto ficava a mais ou menos quarenta minutos de viagem, do apartamento dela até o farol.
Ele fora desativado há muitos anos, quando toda a instalação do porto fora levada para uma área mais moderna. E desde então, muitas pessoas se apropriaram dessas construções desativadas. O farol é uma delas.
Avalon encostou o carro ao lado de uma van preta que havia ali, desci do veículo, já sentindo o cheiro de maresia e vento do litoral batendo contra mim, me arrependendo por estar só com uma regata cinza de uma banda que Lia gostava e calça jeans preta. O clima na orla era muito mais frio.
Passei a mão pelo cabelo que estava bagunçando contra o vento e aguardei Avalon. Ela encarou o farol de forma desconfiada e engoliu em seco.
— Não precisa vir se você não quiser. - disse, não era minha intenção parecer ríspida, ela já estava fazendo tanto por mim, mas meu tom saiu mais impaciente do que eu desejava.
— Estou contigo nessa. - ela respondeu e respirou fundo antes de me acompanhar para dentro do farol.
A porta dava para um corredor, longo, e nele haviam três portas de cada lado, uma de frente para a outra. Deveriam ser salas de administração do porto. Ao fim do corredor havia uma escadaria que levava para a torre do farol. Apesar de abandonado, ele parecia até bem conservado, com um sistema de iluminação e boa circulação de ar, mas precisava de uma boa reforma no piso e uma pintura.
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L&L
ActionL & L Lynn & Lia. Decepções podem acontecer até mesmo com a pessoa que podemos considerar o amor da nossa vida. Qual é o futuro de um relacionamento quando a confiança é quebrada? Nosso mundo não é um lugar seguro, vemos todos os...