The Truth

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Eu corria pelo corredor mal iluminado de uma construção desativada. Sabia exatamente onde ir, mesmo não conseguindo reconhecer aquele lugar. Meu coração me guiava até lá.

Até onde ela estava.

Parei em frente a uma porta de metal. Estava trancada, mas sabe reuni força que nem sabia que tinha e consegui arrebentá-la com um chute.

Parecia um quarto, e diferentemente do resto da construção, ele estava bem preservado. Bem iluminado, paredes bem pintadas e ele tinha até alguns quadros e prateleiras decorativas.

No centro daquele quarto estava uma cadeira, e a pessoa sentada nela estava com as mãos amarradas para trás. Ao ouvir minha movimentação ela ergueu a cabeça.

Lia.

Corri em direção a ela. Mas esbarrei em algo no caminho e fui atirada para trás. Olhei para frente confusa, não havia nada ali. Parecia que um campo de força me impedia de chegar até ela.

Lia estava amordaçada, olheiras eram vistas embaixo de seus olhos e algumas manchas avermelhadas estavam em seu rosto. Marcas de socos. Ao me ver lágrimas escorreram de seus olhos.

Queria dizer a ela que tudo ficaria bem, que eu iria tirá-la dali. Mas não conseguia me mover.

- Sua idiota! – ouvi a voz dela, mas ela continuava amordaçada, não sabia como era possível, mas sua voz estava em minha mente - Eles vão te matar! Vão matar nos duas! É a ti que eles querem, não a mim! Eu sou a isca, eu disse para você não vir!

- Lia, eu vou te tirar daqui. Tem ajuda a caminho...

- É tarde demais! - ela gritou e logo em seguida ouvi o som de um alarme disparando, silenciando a sua fala, eu tentei me levantar mais uma vez, mas meu corpo não respondia meus comandos.,

"Nós perdemos, Lynn."

A voz de Lia soou em minha mente pela última vez e fui arrancada da inconsciência antes que pudesse responder.

-x-

Eu caí do sofá ao acordar.

Literalmente.

A transição entre o mundo dos sonhos e a realidade nunca havia sido tão dolorida. Eu levei a mão até a minha cabeça, massageando o local em que bati, resmungando coisas que nem eu mesma entendi, enquanto tentava entender o sonho que tivera.

- Você está legal? - ouvi Harley perguntar e assenti.

Ela havia montado o equipamento dela na mesa que ficava na sala da casa de Avalon, e desde o momento que chegamos ali ela não havia parado de trabalhar.

E eu não fora a única que se rendeu ao sono durante a madrugada. Avalon estava debruçada sobre a mesa, ao lado da hacker, minha amiga havia se cansado de encarar Harley como um cachorrinho de rua implorando por atenção.

- Só tive um pesadelo. - disse me esticando para pegar uma xícara de café que estava na mesinha de centro, na esperança de que aquilo fosse me manter acordada.

- Como é o nome da garota com quem ela ficou?

- Annie. - respondi e fiz uma careta ao me lembrar daquela cena - Por quê?

- Lia e a Annie conversaram por quinze minutos. - instantes depois que ela saiu do edifício de vocês.

Minha expressão de desgosto aumentou ainda mais.

- Além de me trair, ela foi atrás da garota.

- Só tenho registros telefônicos aqui, e não a conversa. Se quiser respostas mais específicas no futuro, grampeie o celular dela - Harley respondeu.

L&LOnde histórias criam vida. Descubra agora