I still love you

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Pov. Lynn




Eu estava tendo um sonho, tinha plena noção de que estava dormindo e que aquela realidade em que eu estava era o mundo de fantasias. Pois, no meu sonho eu estava sentada na cadeira da mesa da cozinha em nosso apartamento.

Lia estava no meu colo, de frente para mim, eu agarrava suas coxas enquanto lamentava por ela estar usando calça, assim eu não tinha contato direto com sua pele. E suas mãos dividiam atenção entre minha nuca e meu cabelo.

Seus lábios buscavam os meus com desejo, sentia meu corpo respondendo aqueles estímulos e apertei suas coxas com mais força quando ela se mexeu no meu colo.

Seus lábios deixaram os meus depois dela morder meu lábio inferior e o puxar. Tentei subir minhas mãos e colocá-las por dentro da blusa que ela vestia, mas Lia segurou minhas mãos e as colocou na lateral do meu corpo, como se estivesse me prendendo.

- Amor.. - tentei dizer, mas seus lábios desceram entre beijos por meu queixo e chegou ao meu pescoço.

Senti meu corpo se arrepiar e espasmos me dominaram, mas ela continuou ali, beijando.

Quando soltei meu primeiro gemido de prazer ela parou.

Seu peso saiu do meu colo, tentei mexer meus braços, mas não consegui. Ao abrir os olhos vi que ela estava em pé, na minha frente, me encarando de braços cruzados. Pensei em puxá-la para mim de novo, mas nisso constatei que meus braços estavam presos, por uma corda, e comecei a me preocupar com o rumo daquele sonho.

- Lia, o que isso significa? – perguntei.

- Você é uma refém agora. - ela disse - Está aprisionada pela dor que causou em mim.

Aquela não era a Lia. Não.

Sua voz estava ausente de qualquer emoção, e seus olhos... Não possuíam mais aquela cor de mel. As íris estavam completamente negras.

- Lia? - chamei, mas ela não encarou. Tentei me soltar, mas as cordas me prenderam com mais força na cadeira, chegando a machucar meus pulsos.

Ela levou as mãos até o zíper do moletom que vestia e o puxou de forma lenta. Teria sido um gesto excitante em outras situações. Ela deixou a blusa cair, e como não vestia camiseta por baixo, apenas um top, tive a visão de seu corpo.

Eu não consegui encará-la. Era torturante para mim. Sabia que era um sonho, e repetia aquilo para mim mesma, para eu não enlouquecer.

Seu corpo estava repleto de marcas roxas, queimaduras e até algumas cicatrizes. Numa proporção muito maior do que havia na realidade.

- Não se excita mais com meu corpo dessa forma? - ela perguntou, segurou meu rosto entre suas mãos e o ergueu, mantive meus olhos fechados, recusando a ver aquilo de novo - Vamos Lynn...

- Você não é a minha Lia. É um sonho.

- Claro que sou eu. Você deveria saber, afinal foi você quem fez isso comigo. - ela disse as últimas palavras num sussurro próximo ao meu ouvido, senti seu corpo mais próximo ao meu, seus lábios tocaram minha bochecha e foram trilhando até meus lábios, trinquei os dentes e tentei me soltar mais uma vez.

- Não é verdade. - sussurrei.

- É sim. - ela sussurrou no meu ouvido novamente, causando arrepios - Pois se você não tivesse saído de casa, eu não estaria na rua aquela hora, e nunca teria sido levada. - seu polegar acariciou minha bochecha, e tive vontade de recuar com aquele toque, ela não era a Lia - Toda a dor que estou sentindo. Foi causada por você.

L&LOnde histórias criam vida. Descubra agora