- Avalon? – ela repetiu – É sério? Não passamos algumas horas separadas e voltou para sua ex?
- Não! Somos amigas! E que horas? – eu perguntei – Você está sumida a dois dias!
- Vocês já transaram! - ela gritou, sem dar importância para a observação que fiz, Lia consegue ser muito ciumenta quando quer.
- Isso foi antes de nós nos conhecermos. - eu respondi, tentando manter meu tom de voz calmo, para não iniciar outra discussão.
- E na nossa crise você vai atrás dela? Quantas vezes já foi para a cama dela depois de alguma briga nossa?! - disse sem poupar acusações, que não faziam o menor sentido.
- Eu honrava a aliança que usava! Honrei nosso amor! - respondi num tom mais firme - Não tive olhos para outra garota, poxa, Lia, eu te amo.
- Então se me ama, por que não me escutou naquela noite? - ela perguntou depois de alguns instantes em silêncio.
- Justamente por isso. - murmurei - Eu sempre fui a que se entregava demais e quebrava a cara. Estava acostumada a não ter um final feliz.
Vi o lábio inferior dela tremer, não sei se por segurar o choro ou por reprimir mais alguma resposta grossa.
- Eu não quero brigar com você, não mais. - ela murmurou, a voz meio alterada por causa do choro que ela evitava.
- Céus! Você que começou! - acusei, parabéns Lynn, ótimo argumento, digno de uma criança de cinco anos.
- Garotas são complicadas. Você é complicada. - ela disse abaixando a cabeça e levando a mão até os olhos, tentando conter aquelas lágrimas, Lia possuía esse defeito, ela chorava quando se estressava demais.
Voltei a minha atenção para o contêiner em que estávamos, tentando bolar alguma maneira de nos tirar dali, quando notei que ela me encarava e já parecia mais calma.
- Como você teve a ideia de bancar a heroína? Que irresponsabilidade! - ela disse em um tom de bronca, notei a preocupação na sua voz - Esses caras são criminosos de verdade! Você nunca pegou numa arma.
- Nos jogos de paintball que frequentávamos eu usava armas. – brinquei e diferentemente do que eu esperava, ela não riu, pelo contrário, pareceu irritada.
- Isso é serio. - ela disse e desviou o olhar para suas próprias mãos - precisamos dar um jeito de sair daqui
- Eu contratei uma hacker para tentar te localizar, pensei que ia te salvar, realmente não faço ideia do que aconteceu e agora estou aqui. - resumi rapidamente a história. - Queria te trazer de volta em segurança, e não ferrar nós duas.
- Vamos dar um jeito. - ela murmurou, a voz não estava tão confiante, mas acreditei nela, e sorri em resposta.
-x-
Lia ainda estava com as roupas que ela usava na noite em que a deixei. Dentro daquele contêiner, estava muito quente, e mesmo assim, ela abaixara as mangas de uma camisa jeans, escondendo seus braços, mas eu já tinha visto as marcas roxas e aquilo me fez ficar mais desconfiada, mas Lia não disse nada a respeito e não a forcei.
Suas roupas estavam sujas, uma mistura de terra e poeira que havia ali, as minhas não estavam muito diferentes.
Tínhamos alguns objetos ali no contêiner, dois colchões velhos de solteiro. Alguns cobertores novos, pois os encotramos em uma das caixas de papelão que estavam empilhadas no canto.
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L&L
AcciónL & L Lynn & Lia. Decepções podem acontecer até mesmo com a pessoa que podemos considerar o amor da nossa vida. Qual é o futuro de um relacionamento quando a confiança é quebrada? Nosso mundo não é um lugar seguro, vemos todos os...