Safe & Sound

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Pov. Lynn

Ao voltar para o Antiquário meu cunhado me interrogou, mas ocultei a verdade dele, dizendo que havia contatado a Polícia.

Spencer iria invadir o sistema das câmeras de segurança do antiquário e câmeras de monitoramento deo trâsito da nossa rua, para ver quem havia deixado o envelope, se fosse o próprio Shogo seria mais fácil de encontrá-lo. Se fosse um qualquer, Spencer teria mais trabalho, mas nada do que um ex integrante de uma quadrilha podia resolver.

Eu saí mais cedo do antiquário, coloquei meu skate no banco traseiro e dirigi na direção da galeria, encontrando uma vaga a poucos metros dela.

Estava impaciente, saí do carro e me apoiei contra a parede da escadaria de entrada da galeria, enquanto aguardava Lia. Meu celular recebeu uma notificação, era o número do Spencer com uma mensagem.

"Quase lá."

Contaria para Lia sobre a ameaça ou não?

Ela ainda tinha pesadelos a noite. Mas não nas proporções daquela primeira noite. Ainda se recusava a frequentar o shopping em que trabalhou com Annie, e mudava de canal disfarçadamente quando algum filme envolvendo sequestros passava na televisão.

Não. Eu não podia contar para ela.

Não podia fazer seu medo aumentar.

Quando a vi saindo do Studio e vindo na minha direção, forcei o melhor sorriso despreocupado que consegui. Lia me abraçou e trocamos um beijo antes de estender a mão para ela, e irmos para o carro.

Se ela notou algo estranho em mim, não disse nada. Quando paramos num sinaleiro Lia tirou algo do bolso do moletom e estendeu para mim. Era uma caixa preta aveludada.

- Como não encontramos sua aliança, decidi recomeçar. - ela falou - Bem, eu queria entregar em algum lugar mais especial, mas, para que esperar né?

Ela riu. E não consegui acompanhá-la, pois estava numa espécie de "transe" pela surpresa. Admirando suas feições e o som da sua voz conforme se explicava. Voltei para a realidade quando o motorista de trás buzinou e tive seguir pela avenida. Não contive o riso pela situação e murmurei um "Eu te amo" para ela conforme dirigia em rimo do nosso apartamento.

Nosso lar.

-x-

Lia sempre fora mais dorminhoca do que eu.

Então era normal eu passar um tempo acordada a mais do que ela.

Estávamos na nossa cama, ela de costas para mim enquanto eu deslizava meus dedos pelos contornos dos desenhos das tatuagens em seu braço. Até mesmo dormindo, ela parecia relaxar aos meus toques.

Sorri quando depositei um beijo na nuca dela e vi sua pele se arrepiar, depois desci meu olhar pelo seu corpo, ainda marcado por aqueles dias de terror.

Ainda tinha alguns roxos, e ela sentia dor, era notável quando eu a abraçava e sem querer pressionava algum machucado, Lia tentava disfarçar, mas não continha uma careta de dor.

O que a incomodava eram as queimaduras, coisa que os médicos disseram que ficariam marcadas, na lateral da costela e um pouco abaixo dos seios havia uma sequencia de elevações na pele, algumas mais destacada do que as outras.

Dois dias depois que Lia recebeu alta eu a flagrei de frente para o espelho, com uma expressão frustrada enquanto enchia seu corpo de base cor de pele, numa tentativa de tampar as queimaduras.

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