Maybe, you're gonna be the one that saves me

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Pov. Lynn


Algumas vezes já tive crises de enxaqueca. E aquela dor se igualava a pior crise que eu já tivera.

Quando acordei Lia não estava ali. Mas a dor era tão forte que a única coisa consegui fazer foi encontrar os remédios que Seth havia dado e engoli dois comprimidos.

Eu fechei os olhos e aguardei alguns minutos até que a dor passasse e quando ela estava começando aliviar pude pensar com mais clareza.

Lia.

Como tudo tinha virado de cabeça para baixo assim?

Seth.

Onde estava ele? Por que eu não havia ajudado? Talvez eu e Lia estivéssemos mortas caso ele tivesse interferido. Ele deveria ter um plano. Mas... Essas perguntas sem respostas me atormentavam cada vez mais.

Quando a dor deu uma trégua eu comecei a andar de um lado para o outro no contêiner. Impaciente demais para ficar parada.

Em determinado ponto comecei a contar quantas voltas eu já havia dado no contêiner.

Quando deram cinquenta e sete voltas o dispositivo de trava foi acionado e a porta do contêiner abriu.

Lia cambaleou para dentro dele, o homem com a máscara do Jason puxou o saco preto da cabeça dela antes de empurrá-la. Lia caiu de joelhos, e ele saiu, fechando a porta novamente.

Eu corri até ela, me abaixando a sua frente, mas antes eu já havia sentido o cheiro de shampoo e sabonete que vinha dela. O cabelo ainda estava molhado e baixo, o topete havia sumido e a franja que ela usava antigamente estava de volta. Quase cobrindo seu olho esquerdo.

- Ei. - chamei, mas ela não ergueu o olhar - Eles te deram comida? Água?

Ela não respondeu. Até suas roupas estavam diferentes. Era uma camiseta branca de algum time de baseball e um jeans preto. Como não havia mangas eu via as marcas roxas no braço dela, e algumas queimaduras mais fracas.

Afastei a franja de sua testa para avaliar o corte que ela tinha ali, mas agora um band-aid estava no local.

- Tratamento vip agora? - perguntei forçando uma risada, talvez Seth tivesse encontrado um meio de cuidar dela. Mas quando Lia ergueu o olhar eu me arrependi de ter feito a piada.

- Sério, Lynn? - não havia expressão em seu olhar, totalmente vazio, ela me fitava sem demonstrar alguma emoção, eu reprimi a vontade de recuar, ela me lembrava a Lia do meu pesadelo.

Ela respirou fundo algumas vezes, eu fiquei sem palavras, esperando que ela contasse para onde tinha sido levada. Mas ela se aproximou e apoiou a cabeça no meu ombro, e de forma automática eu a abracei.

- Pensei que ela mandaria te matar mesmo que eu fizesse o que ela tinha pedido. Mas agora acho que fiz a coisa errada, porque ela pode tentar nos separar e te ferir...

Tentei afastá-la, para encará-la, mas Lia firmou seu corpo ao meu e não permitiu que eu a soltasse daquele abraço.

- O que quer dizer?

- A Annie. - Lia sussurrou – Eu transei com ela. Quer dizer... me forçou a agarrá-la. Não tive escolha Lynn, ela disse que jogaria esse contêiner no mar. Eu não podia deixar que te ferissem se pudesse fazer algo para evitar isso.

Eu fechei os olhos e tentei retribuir aquele abraço com a maior intensidade que consegui, tentando passar meu carinho para ela e reconfortá-la, enquanto por dentro, a raiva me consumia, e eu jurei que se eu encontrasse Annie eu a faria pagar pelo que causou a mim e a Lia.

L&LOnde histórias criam vida. Descubra agora