CAPÍTULO2

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ESTRANHOS

—Sua casa? — Jeff diz enquanto caminha lentamente em minha direção —Você se esqueceu que eu pago metade do aluguel? — me questiona.

—Vai embora — digo lentamente, pedindo aos céus que ele simplesmente desaparecesse.

Jeff para um instante e olha atentamente para mim, seus olhos claros agora quase completamente negros por conta das pupilas dilatadas, meu foco vai para seus braços. Sem a costumeira jaqueta de couro preto, Jeff vestia apenas uma camiseta, olhando atentamente para a junção de seu braço vejo as marcas de agulha.

Antes que eu pudesse perceber ou reagir, Jeff se lança em minha direção e corre até mim, tento escapar em vão enquanto ele agarra meus cabelos que se soltam do prendedor. Um grito agudo de dor escapa de mim quando nós dois atingimos o chão, o peso de Jeff me sufoca e potencializa a queda. Uso minhas mãos para me defender empurrando seu peito e arranhando seus braços, tudo parecia em vão enquanto as risadas de Jeff atingiam meus ouvidos.

—Escuta com atenção Olívia —  ele grita pra mim, Jeff se senta sobre meu tronco e prende meus braços abaixo de suas pernas, a palma de uma de suas mãos mantém meu rosto contra o chão —Só vou dizer uma vez — ele desce seu rosto até o meu e então passa seu nariz  por toda a extensão de minha bochecha até meu maxilar —Essa é minha casa, não sua... sabe o que isso significa? Que tudo o que tem dentro dela, pertence a mim. Inclusive as três vadias que vivem nela.

—Não! — exclamo me debatendo e tentando o meu melhor para fugir.

As lágrimas fazem seu caminho pelo meu rosto enquanto meus olhos ardem, novamente ele desce seu rosto para desta vez forçar um beijo contra meus lábios, o nojo de estar sendo tocada por ele me provoca ânsia de vômito.

—Jeff, me solta! Me solta agora ou eu juro por Deus que... — a gargalhada alta e estridente me interrompe.

—Jura o que? Hum? Olha onde você está — ele desce sua mão até meu estômago e a enfia por baixo de minha blusa —Esperei tanto por isso — a realidade do que estava prestes a acontecer me atinge de forma brusca, meu coração martela a um ritmo tão acelerado que parecia poder ser ouvido a quilômetros de distância —Se você ficar bem quietinha, prometo ser gentil com a doce, inocente e virgem Libie — cada palavra sai de sua boca lentamente, a menção do nome de minha irmã me desperta e me leva a um novo nível de desespero.

As mãos de Jeff descem até os botões de minha calça.

—Espera, espera — peço rapidamente, gaguejando e engasgando com minhas próprias palavras. Jeff sorri pra mim, libera meu rosto da prisão de sua mão.

—Você pode fazer isso certo? — ele me questiona. Balanço minha cabeça positivamente.

Jeff libera meus braços que estavam presos sob suas pernas, eu levo minhas mãos trêmulas lentamente ate a parte inferior de meu corpo, finjo mexer em meu zipper. Em um segundo de distração, Jeff abaixa sua cabeça para acompanhar meu progresso e então tenho minha chance.

Uso meus pés para me impulsionar para cima, escorrego facilmente por entre as pernas dele e então golpeio suas partes íntimas com meu joelho. Ele grita de dor e cai para o lado, me levanto rapidamente do chão e corro em direção ao meu quarto.

—Libie?! Abre a porta! — chamo enquanto bato na porta.

Alguns meros segundos depois vejo o rosto vermelho e choroso de Libie entrar em meu campo de visão, a pego em meus braços para um abraço apertado.

STOCOLMOOnde histórias criam vida. Descubra agora