STOCOLMO

CAPÍTULO25

NADA ALÉM DA VERDADE

Eu observo a cidade iluminada através das grandes janelas, o vidro é envolto por uma moldura preta elegante que vai do chão ao teto. Me viro para trás, observando a cama confortável do hotel, caminho através do quarto e pego o controle remoto para fechar as persianas.

Deixo o pequeno aparelho no mesinha de cabeceira ao lado cama e me sento sobre o colchão macio.

Massageio minha nuca sentindo toda tensão que se acumulou me meu corpo durante as últimas horas. Toco levemente minha bochecha e estremeço quando sinto a dor irradiar do local.

Eric havia decidido vir para um hotel, era a melhor opção, mesmo que eu não me sentisse a vontade no espaço impessoal e estranho. Eu queria ir para minha casa, mas ainda não tinha nada lá.

Bom, havia uma coisa lá — meus pensamentos me lembram da grande cama de casal no centro de meu novo quarto. A única peça de mobília que havia na casa toda. Sinto o calor subir para as minhas bochechas.

—O quarto está bom? — a voz de Eric me pega de surpresa, dou um pulo e me levanto da cama em um reflexo involuntário.

—Sim — respondo, mesmo que eu não goste de quartos de hotel não podia ignorar o ambiente luxuoso e confortável, essa é provavelmente uma suíte cinco estrelas.

Ele se move, caminhando até o armário de madeira embutido que havia a sua esquerda. Quando Eric está de costas eu observo sua pele molhada, as pequenas gotículas de água desciam fazendo seu caminho através de seus músculos definidos. Ele tem uma toalha em suas mãos e outra enrolada em sua cintura. Todo o meu corpo se esquenta.

—Você vai tomar banho agora? — ele me pergunta enquanto tira algumas peças de roupas de sua mala.

—Sim — respondo rápido de mais e fecho meus olhos desejando não estar tão nervosa.

Eu caminho a passos largos em direção a Eric, enfio minha mão no armário aberto e agarro minha mochila com um puxão. Corro para o banheiro, fecho a porta atrás de mim e me encosto sobre a estrutura. Os espelhos e o vidro do box estão embaçados pelo banho que Eric havia acabado de tomar, o cheiro dele está em toda parte.

No canto da bancada de mármore da pia está as roupas que Eric usou durante o jantar, elas estão cuidadosamente dobradas. Eu sorrio enquanto retiro minhas próprias roupas e deixo as peças espalhadas pelo chão escuro.

Eu estou tão ansiosa, ansiosa para saber dessas pequenas coisas das quais não faço ideia. Quero saber se Eric é organizado, suas comidas favoritas, como foi sua infância. Não consigo conter o sorriso em meus lábios, Eric havia vindo comigo, mesmo que não tivéssemos nada, mesmo quando sua família queria que ele ficasse.

Isso tem que significar algo. Enquanto entro na água quente que sai do chuveiro me dou conta do quão desesperada para confiar nele eu estou, meu coração se aperta. Pois a esperança de que algo poderia nascer de todo esse desastre me atinge com força.

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Fecho meus olhos, segurando a toalha que está envolvendo meu corpo. O pano macio e felpudo faz cócegas em minha pele. Estou abaixada no chão do banheiro vasculhando minha mala em busca de algo para vestir. Mas me dou conta de que, durante o caos em que saímos da casa eu só havia pegado duas calças jeans, algumas blusas e uma saia. Pra que uma saia?