OPOSTOS
Ainda consigo ver Eric desaparecer no final do corredor quando sigo Miranda para fora do quarto, ela faz seu caminho enquanto eu a sigo, nós andamos através dos corredores, descemos os intermináveis lances de escadas e atravessamos um salão até que, finalmente, estamos do lado de fora. A primeira coisa que alcança meus olhos quando olho ao redor é a imensidão verde, o ar puro e frio me atinge, respiro profundamente apreciando a sensação de estar ao ar livre.
Miranda fala com os homens grandalhões e bem vestidos que estavam ao redor, não faço questão de ouvir, ao invés disso presto atenção ao que há ao meu redor. Antes que pudesse ter uma noção de onde estávamos um motorista traz o carro e oferece as chaves para minha futura cunhada.
—Você vem ou não? — Miranda me questiona enquanto espera ao lado da porta aberta.
Ela entra no lado do motorista enquanto eu dou a volta para me acomodar ao seu lado. Uma vez que estou no carro, o motor arranca com um ronco suave e nós entramos em movimento.
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Esfrego minhas mãos suadas para cima e para baixo sobre o jeans de minha calça enquanto observo meu aparelho celular carregar.
Miranda havia sido gentil o suficiente para oferecer o cabo branco que estava conectado ao painel do carro e eu não hesitei em aceitar. Quase uma hora e meia depois estamos finalmente chegando ao centro da cidade.
Descubro finalmente que estava certa ao deduzir que uma propriedade daquele tamanho só poderia estar afastada de qualquer centro urbano, minha atenção se desvia da janela quando o celular de Miranda toca repentinamente. Ela se estica até sua bolsa que está entre nós sem nunca desviar os olhos da estrada, sua mão se infiltra pela abertura do zíper e alcança o aparelho.
Meu coração falha uma batida.
Aceito a distração de bom grado e agarro meu celular do carregador na mesma hora, pressiono o botão e observo atentamente enquanto o aparelho ganha vida.
—Sim? — Miranda diz quando leva o aparelho ao ouvido, ela diminui a velocidade do carro a medida que o trânsito vai se intensificando —Sim, eu sei — continua, sua expressão não deixando se quer uma pista de com quem ou sobre o que ela estava falando, mas sua atenção se desvia da estrada por alguns segundos quando ela me olha pelo canto dos olhos.
Nós finalmente chegamos ao centro, Miranda prende o celular entre seu rosto e ombro enquanto leva sua mão que está livre ao volante, ela manobra o carro e estaciona. Enquanto ouço a voz de Miranda ao fundo, olho através do vidro da janela e vejo uma viatura policial a poucos metros.
Minha mente viaja rapidamente, me deixo levar pela deliciosa fantasia: me imagino abrindo a porta do carro, Miranda não conseguiria me impedir. Me imagino correndo em direção a viatura, fecho meus olhos e quase posso sentir o ar frio golpeando meu rosto e balançando meus cabelos.
Mas esses pensamentos logo são abandonados quando a imagem de Libie se forma em minha mente. Minhas mãos tremem quando meu celular começa a vibrar e acender com intermináveis mensagens e ligações perdidas de Libie e Liz.
—Sim, nós vamos voltar logo... sinto muito — Miranda termina e então olha em minha direção —Pronta? — me pergunta, seu olhar parece opaco e distante.
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STOCOLMO
Roman d'amourApós a morte precoce de sua mãe e o abandono de seu pai, Olivia se vê perdida em meio ao caos. Uma decisão tomada muda toda a sua vida, e então ela se vê presa ao cruel e terrível Eric, que não medirá esforços para conseguir o que tanto quer... A d...