CAPÍTULO12

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PARQUE

Os olhinhos de minha irmã mais nova não deixam meu rosto. E mesmo que ela estivesse em silêncio, a forma como ela se movia para lá e para cá deixava evidente o seu desconforto.

— Dama de honra? — Libie finalmente pergunta, seu tom de voz sobe e não posso evitar rir da sua expressão de horror — Eu nem sei se eu gosto do homem com quem você vai se casar, eu nem conheço ele — ela pondera.

Permaneço em silêncio esperando que ela perceba sobre o que essa conversa realmente se tratava, leva algum tempo e então o choque preenche seu lindo rosto.

— Você vai mesmo se casar — ela diz baixinho, como quem conta um segredo.

— Eu vou — dou de ombros, forçando um sorriso em meu rosto — Ele conseguiu uma vaga Libie! Você vai pra escola de artes — canto animada. Mal consigo conter minha excitação.

Libie por outro lado não parece tão animada assim. Ela permanece em silêncio.

— Libie — chamo — É o que você sempre quis, então me diz o motivo de não estarmos gritando de felicidade agora? — pergunto.

—Como eu vou ficar feliz se pra entrar na escola você tá tendo que se casar contra a vontade? — ela me pega de surpresa, mesmo sendo tão jovem ela consegue perceber algo que eu havia tentado manter só pra mim: que há algo errado.

— Como assim?

— Você nunca namora ou sai com alguém, você nem mesmo gosta de alguém, ai você aparece e diz que vai casar e que seu namorado conseguiu uma vaga, mesmo que fosse seu namorado... quem decide que vai se casar em tão pouco tempo? — ela despeja todas as incoerências sobre mim.

Suspiro. Pra isso funcionar eu tinha que fazer minha irmã cooperar, não ia ser nada bom para nenhuma de nós se minha única família demonstrasse que não botava fé na minha relação com Eric.

Isso seria difícil, Libie é péssima em mentir e não consegue esconder suas emoções. Seja o qual for o sentimento que ela esteja sentindo, suas expressões eram sempre claras.

— Libie — começo devagar — Eric... meu noivo, ele vai ser bom pra... — tento dizer mas ela me interrompe.

— Bom pra quem? — ela me corta e pergunta pergunta.

— Bom pra nós duas, ele vai nos ajudar — completo.

Libie pensa um pouco, enrolando uma mecha de cabelo castanho nervosamente em seu dedo. Ela olha para mim, sorri e balança sua cabeça de forma positiva.

— Quer conhecê-lo? — pergunto. Ela estreita seus olhos cautelosamente.

— Você vai se casar com ele, eu preciso conhecer ele — diz como se eu houvesse me esquecido. Nós gargalhamos.

E todo os peso dos acontecimentos recentes desaparece, de repente sou só eu e minha irmãzinha rindo dentro de um carro.

— Ok, agora nós podemos falar sobre essa roupa de menininha? — Libie zomba do vestido que Miranda havia escolhido pra mim. Não posso deixar de sorrir com a sentença, este tipo de roupas, definitivamente, não são nosso estilo.

— O vestido de menininha veio com uma bolsa de menininha — brinco, — Abre ela — mando.

Libie se estica e pega a bolsa entre seus dedos, ela vasculha até achar o cartão de crédito brilhante dentro dela. Libie me lança um olhar travesso.

— Seu namorado paga a conta? — ela arqueia uma sobrancelha, questionando.

— Sim — respondo — E nós podemos comprar o que quisermos — digo teatralmente e então voltamos a rir.

STOCOLMOOnde histórias criam vida. Descubra agora