CHAMAS
Meu coração falha quando Eric avança rapidamente através do curto espaço que nos separa. Ele me alcança, uma mão segura a lateral de meu braço enquanto a outra apoia minha clavícula, seu dedo polegar é pressionado contra meu pescoço.
O impacto de nossos corpos me fez bater contra um dos pilares da cama, e eu sou incapaz de impedir o gemido que sai de meus lábios. E não é um gemido de dor, e isso foi o que me fez sentir mal.
—O que vai fazer? — pergunto aflita, arrependida de deixar minha raiva momentânea correr tão livremente —Eric, tá machucando — eu peço quando seu polegar pressiona um pouco mais, me dando a certeza de que deixaria um hematoma.
O sorriso raivoso de Eric desaparece, dando lugar a um ar zombateiro. Ele me solta, mas não se afasta.
—Não foi você que disse a um segundo atrás que não queria gentileza? — as palavras saem duras e cortantes de sua boca.
A vergonha me atinge e quero me esconder.
—E o que vai fazer? Me bater? — o ataco debochada, o provocando. Tentando esconder de qualquer maneira possível os meus sentimentos.
—É isso que você quer? — ele devolve. E é demais, ele está tão perto que o perfume se mistura ao cheiro de baunilha do sorvete que derramei em minha roupa.
E há também a essência de menta que acompanhava cada palavra que ele dizia. A pressão entre minhas pernas se faz presente, meu estômago se aperta em expectativa.
—Você só precisa me dizer... o que quer que eu faça com você Olívia? — Eric continua quando não o respondo, meu nome soa delicioso em seus lábios.
Quero que ele me beije, que me pressione entre ele e a parede, quero que ele puxe o meu cabelo e diga que me deseja tanto quanto eu o desejo.
—Você quer transar?
Meus olhos se arregalam quando ele pergunta e mesmo que lá no fundo eu queira, balanço minha cabeça de um lado para o outro negando. Sinto a mão fria tocar minha coxa e subir lentamente enquanto levanta o tecido do meu vestido. Me pego desejando ter colocado um par das calcinhas bonitas que Miranda me fez comprar.
—Quer que eu te beije? — volta a perguntar escondendo seu rosto na curva do meu pescoço enquanto seu nariz passeia por minha pele.
Balanço minha cabeça novamente, agora para consentir. Ele deixa um beijo suave em meu ombro.
E depois outro em meu pescoço e depois em minha bochecha, me deixando acesa. Ele levanta seu rosto, e me olha bem nos olhos. Eric se inclina, e então toca meus lábios com os seus, mas não como da última vez —quando nos encontramos em seu quarto. Desta vez é com calma, suave. Mas isso não dura muito.Ele segura meu rosto com suas mãos e morde meu lábio para me fazer abrir a boca. Quando sinto sua língua é como se minhas pernas se tornassem gelatina, não consigo pensar em nada a não ser retribuir. Nós nos beijamos e o clima esquenta rápido demais. A mão de Eric agarra minha bunda por baixo do vestido e aperta com força, separo nossos lábios para soltar um gemido. Mas quando me inclino pra poder retomar nosso contato ele se afasta.
Sua mão desliza de debaixo do tecido, abandonando meu corpo.
—O que foi? — pergunto ofegante, apoiando minhas mãos em seu abdômen. Eric me encara com ar de riso e eu não entendo o que está acontecendo.
—Você queria que eu te beijasse, eu te beijei...
Respiro fundo, reunindo todas as forças que haviam dentro de mim pra não chorar ou dar um tapa na cara dele.
—Mas que droga Eric — reclamo, me desvencilhando dele e me afastando.
—Olívia? — ele chama quando saio do quarto e vou para a sacada, respiro fundo sugando o máximo de ar puro que consigo na tentativa de tirar o cheiro dele da minha cabeça —Você disse que não quer transar, então pra que começar algo que não vai terminar? E além disso... — ele para, olha pra mim e seus olhos não passam nada além de arrependimento.
—Além disso o que? — pergunto irritada, frustrada e envergonhada.
Mas a culpa é minha. Eu que tinha começado isso. E a velocidade em que as coisas passaram de uma sessão de amassos pra uma discussão é assustadora. Preciso me lembrar de quem ele é e que estou sozinha com ele.
—Não é como se eu fosse te fuder hoje a noite e esquecer que você existe amanhã! Nós vamos no casar Olívia e isso pode não ser real mas não muda o fato de que nós vamos ter que conviver — ele explica aumentando o tom de voz para mim.
—O que você quer dizer com isso?
—Olha pra você... — ele faz um gesto com as mãos em minha direção —Você é do tipo que se apaixona Olívia, nós vamos nos beijar, fazer amor e brincar de casinha por um tempo... mas eu sou eu e não tem como mudar isso. E vai ficar tudo bem até eu ficar entediado ou fazer algo de errado e você se magoar e então — ele faz uma pausa —Quanto tempo vai levar até os nossos sentimentos colidirem e um de nós fizer merda?
Mordo meu lábio, tentando impedir as lágrimas de caírem.
—Você não me deve nada, se você tem alguém com quem costumava... — ele começa, mas como Eric podia sequer cogitar que eu teria alguém depois de ter me beijado daquela forma?
—Eu não tenho ninguém e muito obrigada pelo momento de clareza...
Eu forço meus pés a funcionarem e começo a andar o mais rápido possível para fora do quarto. Passo pelo corredor e desço as escadas, já não consigo evitar de chorar. Mas assim seria mais fácil me manter longe dele. Me sinto estupida e vulnerável.
—Olívia, espera — Eric me segue e agarra meu pulso —Me desculpe... as vezes eu só...
Ele para, me puxando pra perto quanto percebe meu choro. Eric se inclina e me beija de novo. Me guiando através da sala de estar sem quebrar o contato até que estamos na cozinha.
—Para! Vai se ferrar — o xingo, usando minhas mãos para empurrar seu peito, mas ele me ignora.
—Eu não quero magoar você Olívia, é só que a situação é complicada — explica.
Quero me afastar dele, começar outra briga, mas as mãos de Eric em minha cintura eram tudo no que eu conseguia pensar. E mesmo com os olhos fechados eu conseguia ver o sorrisinho cínico dele. Oh Deus, ele me segura com força, a língua passeando no meu pescoço. Abro meus olhos quando a gravidade desaparece e ele me levanta, me colocando sentada na ilha da cozinha. Ele enfia suas mãos dentro do meu vestido pela segunda vez esta noite e eu o empurro pelos ombros quando sinto seus dedos puxarem minha calcinha para baixo.
—Eric, não, não, não... — digo sem ar, tentando descer da bancada.
Mas Eric me mantém no lugar, segurando minhas coxas contra o mármore.
—Tá tudo bem Olívia, eu só quero me desculpar — diz, acariciando minha pele, sorrindo enquanto se abaixa para beijar meu joelho. Vejo a calcinha deslizar por minhas pernas e passar pelos meus tênis.
É quase como se eu estivesse prestes a pegar fogo quando o vejo enfiar a minha peça íntima em seu bolso.
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Espero que tenham
gostado!
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STOCOLMO
RomanceApós a morte precoce de sua mãe e o abandono de seu pai, Olivia se vê perdida em meio ao caos. Uma decisão tomada muda toda a sua vida, e então ela se vê presa ao cruel e terrível Eric, que não medirá esforços para conseguir o que tanto quer... A d...