Emily's P.O.V.
Eram cerca de oito horas da noite, acabei agora mesmo de ligar às minhas irmãs a avisar que, infelizmente, teria de fazer o turno da noite hoje.
Assim que me despacho, entro dentro do corredor dos prisioneiros, cumprimentando os guardas que via pelo caminho.
Chegando em frente da cela de Harry, chamo um dos seguranças.-Desculpe?
-Precisa de alguma coisa?
-Por acaso, sim! Sou a Emily.-estendo-lhe a minha mão.
-Sou o Jared.-corresponde à minha ação.
-Eu sou ali da enfermaria, a Sra.Carter enviou-me aqui para tratar do paciente Harry Styles.-informo-o e ele solta um sorriso.
-Está bem, eu abro-lhe a cela.
-Obrigada!
-Precisa que eu fique à porta? Em caso de acontecer alguma coisa.
-Não é necessário, obrigada de qualquer das formas pela sua preocupação.
-Trata-me por tu, por favor, não devemos ter uma diferença de idades muito grande.-brinca ele.
-Claro, tens razão.-concordo.
Ele abre a cela e Harry encontra-se sentado na sua cama, o seu olhar vai direto para os meus e eu solto um pequeno sorriso.
-Com licença.-Jared fala, fechando de seguida a porta atrás de nós.
-Já cá estou!-sussurro para Harry,aproximando-me dele e dando-lhe um suave beijo nos lábios.
-Sabes que isto provavelmente tem câmaras, certo?- ele informa-me e eu acinto.
-Quais são as probabilidades do diretor já não saber disto?
-Pois...
-Ele vai-me matar de qualquer das formas, portanto simplesmente não deve querer saber ou assim.-explico-me, encolhendo os ombros.
Um silêncio instala-se, apenas com as respiração de ambos nós.
-Bem...suponho que tenhas algo para me contar, certo?-incentivo-o.
-É verdade, sim.
-Muito bem, força.
Ele solta um longo suspiro, como se um aperto no coração estivesse a impedir as suas palavras de serem pronunciadas.
-Basicamente.-começa ele num tom calmo.-O Senhor Director, como tu o tratas, ele é...Emily, ele é o meu pai.
Eu olho para ele, abrindo a minha boca para dizer algo, mas nenhum som sai da mesma.
-Não digas nada, por favor, deixa-me continuar.-ele pede, fechando os seus olhos. - O Liam, ele é meu meio-irmão. Fruto do segundo casamento do meu pai.
A minha mãe foi brutalmente assassinada. Esse é um dos crimes que me fizeram vir cá parar.
Eu tinha dezasseis anos quando aconteceu, o meu pai, o Andrew, ele batia na minha mãe e a toda a gente, naquela noite ele pegou numa faca e matou-a. Eu tentei impedi-lo, juro que tentei, mas não consegui. Nessa mesma noite, chegou a minha irmã, Gemma, e uma amiga dela, mas esta última entrou primeiro, o meu pai também não teve piadade para com ela e fez o mesmo que fez à minha mãe. Depois, quando chegou a Gemma, ele incriminou-me.
Toda a gente ficou a pensar que eu tinha matado a minha própria mãe e aquela rapariga inocente, fui julgado sem provas, eu era uma criança, tinha dezasseis anos, quem conseguiria lidar com toda essa pressão, certo?Eu acinto, ainda incrédula com toda aquela situação.
-Depois, estava no décimo-primeiro ano quando tive uma namorada. Chamava-se Morganna. Ela era até parecida contigo.-solta um pequeno sorriso.-Mas eu...eu matei-a.
Os meus olhos esbuguelham-se.
-Como assim?-engulo em seco.
A sua respiração acelera, os seus olhos permanecem fechados, mas desta vez quase como com uma raiva interior enormíssima.
-Alguém me drogou naquela noite, eu estava a alucinar. Eu não a vi a ela, eu vi o meu pai a provocar-me. Então matei-a a pensar que era o meu pai, a pensar que estava a fazer justiça pela morte da minha mãe e da pobre rapariga. Mas não. Eu tornei-me um assassino, eu tornei-me em tudo o que as pessoas falavam sobre mim.
Uma pequena lágrima escorrega pelo seu rosto, nunca o tinha visto tão frágil, tão vulnerável.
-Mas quando eu vim para aqui disseram-me que tinhas sido enviado pelo assassinato de 5 raparigas, todas da mesma idade, todas parecidas umas com as outras. Daí toda a gente te chamar um assassino em série, Harry, não estou a entender.
-Foi o Andrew, Emily, foi ele que as matou, foi ele que me obrigou a assistir a todas as suas mortes dolorosas, foi ele que me fez esconder os pedaços dos seus corpos. Ele fez de tudo para me deixar mentalmente desequilibrado. A culpa foi dele.
Tapa a sua face com as mãos, apoiando as suas mãos nos cotovelos.
Eu tento digerir toda a informação que chegou até mim, não conseguindo acreditar no quão sorreal é toda esta situação.
Ele levanta, finalmente, o seu olhar, os seus olhos estavam vermelhos devido ao facto de estar a chorar, as suas mãos cerradas em punhos por toda a revolta que estava a sentir.
-Emily, tu acreditas em mim,não acreditas?-pergunta à medida que a sua voz falha.
Eu olho-o diretamente nos seus olhos esmeralda, brilhantes, quebrados.
Num movimento rápido e por impulso abraço-o com toda a minha força.-Eu acredito, Harry, eu acredito.-sussurro-lhe ao ouvido. Ele afasta-se um pouco, dando lugar a um beijo intenso.
-Eu amo-te tanto, Emily.
-E eu a ti, Harry.-murmuro, nunca me separando dele.
-Promete que ficas comigo.-murmura, voltando a abraçar-me.-Esta é a minha verdade, o meu passado, és a primeira pessoa a quem eu conto isto, tive tanto medo que me fosses odiar depois disto...
-Eu amo-te demasiado para algum dia te vir a odiar.-faço-lhe um pequeno carinho na bochecha, enquanto ele suspira de alívio.
Parece tão inocente, tão genuíno. Passou por tanto, situações que ninguém deveria vivenciar, ainda por cima numa idade tão tenra, ele não merecia tudo o que lhe aconteceu ou que lhe está ainda a acontecer.
-Eu gostava de ver a minha irmã.-diz-me ele.-É a única família que ainda tenho, sabes. Mas ela odeia-me, o Andrew fez questão de a deixar com a pior das imagens de mim.
Uma ideia passa pela minha mente, se eu a conseguisse contactar, explicar tudo o que ele me explicou, talvez ela percebesse que o seu irmão é inocente.
-Tu gostas muito dela, não gostas?
-Muito.-ele solta um pequeno sorriso.-Não que adiante alguma coisa, pelo menos ainda tenho as memórias, são elas que me deixam a lutar todos os dias aqui dentro.
-Tu tens um bom coração, Harry. Eu tenho a certeza que ela irá aperceber-se disso mais cedo ou mais tarde. Acredita.
-Obrigado, Emily. Eu também gosto muito de ti, tu fizeste-me sentir são outra vez, eu tenho muito que te agradecer. Eu amo-te tanto.-as palavras dele fluem como se houvesse uma necessidade extrema de as dizer, quase como se eu fosse fugir antes de ele conseguir pronunciar tudo.
Eu olho-o e deposito um suave beijo nos seus lábios rosados.
-Harry.-chamo a sua atenção.
-Sim?
-Nós vamos sair daqui.
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Espero que tenham gostado,
Kisses
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Serial Killer || h.s
FanficSerial Killer : Cometem uma série de homicídios com um intervalo entre eles, durante meses ou anos, até que seja preso ou morto. As vítimas têm o mesmo perfil e mesma faixa etária, sexo, raça etc. As vítimas são escolhidas ao acaso dentro deste perf...