Capitulo 44

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Senti Nick me pegando em seus braços e me levando ao meu banheiro.

— Tô bem... — balbuciei.

Ele me sentou no chão, dentro do box, abriu o chuveiro e agachou do meu lado.

— Tô bem. — falei novamente, o mundo parecia estar voltando ao normal.

Ficou lá me olhando por uns 5 minutos e então desligou a ducha e me pegou, me levando até o quarto, tirou minhas roupas e me vestiu com outras secas.

— Só preciso comer. — falei me deitando e ele assentiu.

— Vou cozinhar pra gente. — assenti e ele saiu, fiquei o esperando ainda deitada, com os olhos fechados. Alguns minutos depois me assustei com Nick me pegando no colo, o abracei com força e ele me levou até a cozinha. Me serviu e comemos, ele lavou a louça, me levou até meu quarto e me deitou na cama.

— Tá se sentindo melhor? — perguntou se deitando de frente pra mim, mantendo uma distancia. Assenti.

Ficamos um bom tempo assim, nos encarando, os lábios de Nick entre-aberto, a respiração controlada e o rosto sem nenhuma expressão.
Fiquei tentando imaginar, no que ele estaria pensando, se ainda estava com raiva de mim, ou lutando como eu, para não selar nossos lábios. Eu queria que ele me abraçasse e nunca mais soltasse, queria chorar em seu peito e ser consolada. Os últimos dias estavam sendo os piores, tanta coisa acontecendo ao mesmo tempo, tanta confusão na minha cabeça. Eu estava enlouquecendo.

— Voltamos a estaca zero. — falei e ele concordou. — Se importa se eu virar pro outro lado? Tô com dor nas costas.

— Tudo bem. — falou e eu me virei de costas pra ele, respeitando o limite que ele havia imposto.
Fechei os olhos e senti o sono me consumindo, logo senti a mão do Nick acariciando meus cabelos, e acabei dormindo.

Acordei mais tarde com minha mãe me cutucando. Nick estava dormindo, e eu havia "invadido seu espaço", estava deitada em seu peito e suas mãos estavam envoltas no meu corpo. Tentei levantar sem acorda-lo, mas não foi possível. Ele ficou em pé rapidamente e me olhou assustado.

— Desculpa. — falei e ele esfregou os olhos, olhei pra minha mãe e ela estava com um sorriso bobo no rosto.

— Podemos conversar? — assenti, olhei pro Nick, que sentou em minha cama, e sai do quarto.

— Vocês se resolveram? — perguntou minha mãe toda empolgada.

— Não mãe, ele não quer... mas, sem problemas, pelo menos ele não tá me ignorando.

— Quando vai passar?

— O que?

— O seu papel de trouxa.

— Mãe! — ri, mas na verdade eu queria chorar.

— Não é assim que as coisas funcionam, Catarina. Vocês tem que se resolver. E cá entre nós eu sou team Nick — ela deu uma risada sincera, porém aparentava estar muito cansada, com os olhos inchados. Me aproximei a abracei.

— Tá tudo bem?

— Claro que sim minha filha, Paulo teve uma recaída, mas ele vai ficar bem. Enfim, o foco aqui não sou eu. Você está com os olhos estranhos, como se tivesse algo de errado. Minha filha, você precisa se decidir o que quer, e ter voz ativa, precisa conquistar o que almeja, para de ficar em meio termo. Eu nem conheço esse Caio mas quem ele pensa que é pra te deixar sem notícias quase um mês? Já o Nick....

— Ok mãe, você tem uma preferência óbvia, aparente e desesperada pelo Nick. - rimos mas paramos quando Nick apareceu na sala.

— Boa tarde, Nick.

— Boa tarde, tia Fla. Como o Paulo tá?

— Se recuperando. Eu vou no mercado, querem algo?

— Macarons. — falamos em uníssono. De repente uma coisinha de nem um metro atravessou a sala toda descabelada só de calcinha e com a chupeta na boca.

— Nick, Nick, Nick. — ela gritou várias vezes. — Vem Nick, vem Cat. — e foi pro quarto.

— Tô indo meu amor. — disse Nick e fomos atrás dela. Nick parou na porta e eu entrei no quarto, sentando no tapete ao lado de Clara.

— Olha o desenho que eu desenhei, a Cat e o Nick dando um beijinho. — disse Clarinha, fez um biquinho lindo e inclinou a cabeça para o lado, eu apenas ri e me apaixonei profundamente por aquele momento.

Olhei pro corredor e Nick estava apreensivo, andando de um lado pro outro falando no telefone.

— Que porra. — gritou, socou a parede e agachou no chão quase chorando.

— Nick? O que foi? — perguntei deixando a Clarinha no quarto e me abaixando ao seu lado.

— Meu pai. — disse apoiando os cotovelos no joelho e me olhando com os olhos vermelhos.

— Você pode me contar o que aconteceu? — ele assentiu e eu o puxei para meu quarto. — Respira fundo tá, vai ficar tudo bem.

— Ele é um monstro, e quer acabar comigo.

— Nick, precisa se acalmar.

— Ele internou minha mãe, aquele desgraçado internou ela numa clínica de reabilitação e disse que a culpa é minha, disse que eu fiz isso com ela.

— O que? Nick você não tem culpa de nada, você vem mudando desde o começo do ano, você tá bem no colégio, tá se controlando no cigarro e na bebida, tá cuidando de mim... ele não tem o direito de culpar você. Se tem algum culpado nessa história, esse alguem é ele, que nunca foi um pai presente, nem tá dando conta de ser um bom esposo também. — falei com os punhos cerrados de raiva. Nick a essa altura já estava chorando, me olhou com ar de desespero e me puxou pra um abraço.

— Vai ficar tudo bem. — falei acariciando suas costas.

— Ele não deveria ter te falado por ligação. Você sabe onde ela tá? - Nick negou com a cabeça e eu me afastei, levantei e estendi minha mão pra ele.— Vamos falar com seu pai.

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