Capitulo 67

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Nicolas narrando

Depois das aulas nos encontramos no estacionamento.

— Pra onde vamos, galera? - perguntou Luís.

— CLUB SIX. - gritou Sisi animada.
Rimos e concordamos. Peguei o carro e fui seguindo o carro da Sisi, enquanto a Cat permanecia com a cabeça no meu ombro.
Chegamos na boate e estacionamos os carros próximos um do outro. Quando descemos, peguei a mão da Cat e ela me olhou nos olhos.

— Amo você. - ela falou me arrancando um sorriso.

— Também te amo amor. - respondi e ela retribuiu.
Entramos e fomos todos direto ao bar, seguindo Sisi. Pedimos nossas bebidas, e as meninas se afastaram um pouco da gente.

— Essa. - falou Diego pro Fabio, quando uma garota passou perto da gente.

— Quer me fuder Diego? Olha o tamanho do armário que ela foi encontrar. - falou Fabio nos fazendo olhar na direção da garota e rir.

— Aquela. - apontei discretamente e então Fabio me deu um soco no ombro. — É homem. - disse e gargalhamos.

Notei que a Catarina estava sozinha, ela estava linda, na verdade ela é linda. A garota mais linda daquela boate.
Logo um cara se aproximou dela, conversaram e então ela apontou pra gente. Tentei ser o mais simpático possível, mas não ia deixa-la sozinha.
Comecei a me aproximar e o cara de afastou, deve ter percebido que ela não estava disponível.
O resto da noite passamos bebendo e dançando, mas eu bebi pouco comparado a Cat, eu queria cuidar dela.
Algumas horas depois, concordamos em ir embora, Luis e Aline já haviam ido, e Fabio também, todo vitorioso por estar acompanhado por uma garota.
A Cat foi ao banheiro e eu fui procurar o Diego e a Sisi pra avisar que já íamos.
No meio do caminho uma garota me parou.

— Oi. - ela disse sorrindo pra mim.

— Oi. - respondi olhando em volta procurando o Diego.

— Ta sozinho? - perguntou se aproximando e me olhando com um sorriso malicioso.

— Ah, não. Tô com minha namorada. - respondi encontrando seu olhar.

— Não tô vendo aliança. - disse apontando pra minha mão.

— Mas ela tem, uma bem bonita.

— Aé? E onde está a sortuda? - perguntou já me irritando.

— No banheiro. - respondi impaciente e ela riu.

— Sério? Você ta se fazendo de difícil? Por que esse papel é meu. - disse chegando bem perto.

— Não, é sério.

— Olha, minhas amigas me desafiaram a chegar em você, e você podia colaborar, só pra elas desencanarem. - falou fazendo biquinho.

— Eu tenho que ir. - respondi, mas antes que eu pudesse me mover, ela me beijou.

Eu realmente fiquei surpreso com a atitude dela, e levei alguns segundos para afasta-la. Ela me olhou com raiva, mas eu a ignorei e varri a boate com os olhos em busca do Diego.
Mas o que eu vi foi a Cat, andando de pressa rumo a saída. Droga, será que ela viu?
Sai correndo e a alcancei na saída, na esperança dela não ter visto, a culpa não foi minha, mas ela não acreditaria.
A segurei, mas ela me afastou, gritou comigo e não quis me ouvir. Por que aquilo tava acontecendo com a gente?Por um segundo eu pensei de deixa-la ir, mas eu não podia, não podia deixa-la sozinha, mesmo que ela preferisse assim.

— Não vai acreditar se eu disser que ela quem me beijou, não é? - perguntei sentindo um terrível nó na garganta e lutando pra não deixar as lagrimas escaparem.
Ela negou com a cabeça, e continuou a se afastar, descendo da calçada.
Ah se eu soubesse o que estava prestes a acontecer, a seguraria em meus braços e não soltaria nem se ela me ameaçasse de morte. Mas eu não sabia.

"Sinto muito." Foram as ultimas palavras dela.

Ví um carro se aproximando, mas não tive tempo de fazer nada, ele a acertou e naquele momento, uma parte de mim morreu.
Gritei apavorado, corri na direção em que ela havia sido arremessada, e agachei ao seu lado, ela estava desacordada e cheia se sangue, pra falar a verdade, eu não sabia se ela ainda estava viva.

— Não toca nela. - gritou um homem do outro lado da rua.

— Faz alguma coisa. - gritei aos prantos.

— Eu tô-tô li-ligando pro resgate. - disse o motorista apreensivo.

— Cat.. - sussurrei. — Fala comigo, abre os olhos, por favor. - supliquei mas não obtive resposta.
Haviam poucas pessoas ali, por já ser madrugada.
Senti uma mão tocar meu ombro e me virei assustado, era uma mulher acompanhado por um homem.

— Você precisa se acalmar, a ambulancia já esta vindo e ela vai ficar bem. - falou a mulher tentando me consolar. Assenti e o homem me entregou uma garrafinha com água.
Eu estava tão atordoado que nem agradeci, apenas a peguei, limpei as lágrimas que embaçavam minha visão e dei um gole na água.

— Vocês podem encontrar meus amigos? Eles estão no Six, meu amigo se chama Diego, ele se parece um pouco comigo, ta com uma camiseta verde, e a namorada, Sisi, é loira.

— Claro. - disse o homem e correu pra boate.

Fechei meus olhos e chorei horrores, eu queria toca-la, queria te-la em meus braços, e não podia. Mas acima de tudo, não podia perde-la. Me imaginar sem a Cat era uma tortura.
Minha visão começou a escurecer, senti um misto de medo, arrependimento, raiva e tristeza, e junto disso, minha respiração ficou pesada.

— Ai meu Deus! - gritou Sisi se aproximando, já aos prantos.
Ouvi sirenes e puxei o ar com força, tentando me levantar. A ambulância chegou e os paramédicos correram para socorre-la. Acompanhei todo o processo sem conseguir dizer uma palavra sequer, e quando a colocaram dentro da ambulância, eu fui como acompanhante.

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