Capitulo 39

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Acordei bem tarde no dia seguinte, Nick não estava em casa, fiz minhas higienes e limpei a casa.Quando fui me sentar o interfone tocou, era o porteiro dizendo que havia um cara querendo falar comigo, era o Caio, pedi para ele subir e o esperei. O convidei para entrar e sentamos no sofá.

— Eu tava pensando... - começou Caio. — Não vou arrumar problemas se eu me aproximar de você novamente? - dei de ombros e ele se aproximou. Colocou uma mecha do meu cabelo pra trás e beijou meus lábios. Fechei os olhos e me envolvi, tentando afastar os pensamentos autodestrutivos.

Eu não queria, mas eu estava mal, me sentia sozinha e parecia que as coisas nunca mais melhorariam. Era essa a sensação de um coração partido? Eu nunca havia passado por isso, Nick nunca deixou que outros meninos se aproximassem quando eu era mais nova, e quando desencanou, eu já estava apaixonada por ele. Caio me deitou no sofá sem distanciar nossos lábios, passou uma das mãos por meus cabelos e a outra em minha barriga. Mas eu o afastei e levantei.

— Desculpa.. eu não tô me sentindo bem. - falei andando de um lado para o outro.

— Tudo bem, quer dizer, desculpa ter forçado a barra, eu já estou indo. - disse se levantando, me deu um selinho e saiu.

Fui para o quarto e deitei ao contrario, com os pés na cabeceira. Nick não saia da minha cabeça, e na verdade, eu nem queria. Fechei os olhos e fiquei revendo a briga, várias e várias vezes, até escutar o barulho da porta, permaneci de olhos fechados, mas escutei quando Nick passou por meu quarto, minha porta estava aberta. Ele parou por alguns segundos e depois seguiu para seu quarto. Suspirei e abri os olhos, no mesmo instante meu celular tocou, era minha mãe.

— Oi mãe.

— Oi filha, você tá sumida.

— Como vão as coisas por aí? Tá tudo bem, e você e o Nick?

— Ele tá bem...

— Aconteceu alguma coisa Catarina? Você parece desanimada.

— Nick me deu um anel de compromisso, acho que foi um pedido de namoro...

— Meu Deus, que ótimo, finalmente conseguiu mudar ele?

— Mas... ele terminou comigo. - falei engolindo o choro.

— Nossa filha... por que? O que aconteceu?

— Longa história...

— Maaamãe. - ouvi Clarinha gritando.

— Sua irmã acabou de chegar da escolinha.

— Manda um beijo pra ela, e um abraço pro Paulo, vou desligar mãe.

— Tudo bem querida, fica com Deus.

— Amém, a gente se fala. - e desliguei. Passei o resto da tarde deitada e lendo.

Um pouco antes das 18:"" Nick passou por meu quarto e saiu batendo a porta. Tomei um banho e me vesti, peguei minha mochila e fui até a cozinha, eu não tinha comido nada o dia todo.
Peguei uma pêra e fui para o ponto de ônibus mais próximo. Não demorou muito para eu chegar ao colégio. Assisti todas as aulas e no final da noite recusei a carona da Sisi, fui pra casa caminhando. Ainda era quarta feira, e não tinha muito movimento na rua mas eu não fiquei com medo de andar sozinha, na verdade minha mente estava totalmente vazia, eu estava caminhando no automático. Nem sei se Nick foi para o colégio e nem onde ele ia todos os dias, ou com quem estava saindo, eu só sei que estava doendo.
Cheguei em casa bem tarde, tomei um banho, e deitei, fiquei algumas horas olhando para o teto e então dormi.

Acordei no dia seguinte me sentindo super indisposta. Meu estômago dava voltas e eu me sentia fraca. Tomei um banho e fui a cozinha comer algo, mas eu não queria comer, queria dormir novamente. Bebi um pouco de água e deitei, acabei pegando no sono e acordando um tempinho depois com Nick batendo a porta.
Ele passou de novo por meu quarto e parou, a porta estava aberta e novamente eu estava com os olhos fechados. Ficou por lá por cerca de cinco minutos e depois foi para seu quarto. Continuei lá, imóvel, sentindo a brisa que entrava pela janela refrescando todo o quarto. Dez minutos depois ele voltou e entrou no meu quarto, sentou ao meu lado e falou de forma grosseira.

— Você tá péssima.

— Tô bem. - sussurrei ainda com os olhos fechados.

— Você tá pálida e fraca. Tem comido direito? - perguntou mas não respondi. E então ele saiu.

Voltou quinze minutos depois com duas sacolas e meu copo favorito. Tirou das sacolas um saco com dois lanches naturais e um garrafa com suco de laranja, também natural. Olhei pra ele e neguei com a cabeça, mas ele me segurou pelos braços e me sentou na cama.

— Tem que comer Catarina, tá fraca, vai ficar anêmica desse jeito.

— Não me chama de Catarina. - cuspi as palavras.

— Só come, tá. - fez um gesto com a cabeça e eu peguei um dos lanches o partindo na metade. Comecei a comer e então Nick saiu do quarto, terminei de comer a metade e tomei metade de um copo de suco. Levantei e fui deixar as coisas na cozinha. Nick estava deitado na sala assistindo desenho, sentei na outra ponta do sofá e coloquei os pés na mesinha de centro. Ficamos um bom tempo em silêncio mas eu resolvi quebra-lo.

— Combinou com a Milena aquele dia?

— O que?

— Na fazenda... vocês combinaram?

— Não, que idiotice você pensar isso.

— Eu só...

— Eu não faria isso, mas você ao contrário. - levantou, pegou a chave do carro e saiu. Eu ri da minha própria cara, era patética.

Resolvi sair também, precisava conversar com alguém e esfriar a cabeça. Peguei um taxi e fui para a Pérola. Cheguei e Selena e Sisi me abraçaram.

— Como você está? - perguntaram em uníssono.

— Melhor, eu acho. Eu tava pensando em voltar a trabalhar aqui, se você permitir Selena.

— É claro que eu permito Catarina, será um prazer ter você de volta. Pode voltar quando você quiser. - forcei um sorriso e assenti.

Conversamos bastante e depois fomos almoçar, quando elas voltaram para a loja eu fui caminhando até a praia e acabei encontrando Nick e Diego. Eles estavam conversando com uma garota e estavam cheios de gracinha, cerrei os punhos e fui embora antes que eles me vissem. Mas antes que eu chegasse minha mãe me ligou, ela parecia desesperada.

Paulo tinha sofrido um acidente de carro, e Clara estava chorando muito, tentei acalmar minha mãe e então ela me pediu para ir pra lá. Cheguei em casa correndo e fiz minha mala, peguei um taxi e fui pra rodoviária, consegui comprar uma passagem e cerca de duas horas depois o ônibus chegou.

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