Estado de alerta

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Não dormi
Não quis
Não fechei os olhos
Quis chorar
Quis sofrer
E ficar acordada
Quis dormir
Quis
Cocei os olhos
Mas fiquei
Escrevi
Chorei de novo
Aprendi que não há alguém capaz de me machucar
Mais do que eu
De não querer
E não poder
Acabei foi dormindo sem ver
Dormi
Dormi em estado de alerta
Qualquer som
Qualquer fresta de janela ou porta aberta
Me faziam acordar
Ou mesmo só pensar
E esquecer
Que uma noite comum pode ser aquela
Aquela que te arranca as velas
Os pinos e os parafusos
Porque eu me fiz chorar
Porque eu cessei o pranto
Porque ainda sinto dor
Só de pensar que a vida não é um encanto
Viverei em eterno estado de alerta
Dormindo ou acordada
Verei teus olhos brilharem perante mim
Na escuridão
Ouvirei o agravamento dos teus pensamentos
Terei minha mão sobre ti
Então.

#Von

+++
2016

Polliana Oliveira

Prelúdios de uma poeta livreOnde histórias criam vida. Descubra agora