Tão forte

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Eu tento andar
Tropeço
Tento levantar
Mas caio de novo
Então começo a rastejar
Sem forças
Só a forças dos meus braços para me suportar
Você é tão forte, garota!
Tão, tão forte!
Eu ainda não consigo andar
Queria poder me furar agora
Cortar meu peito
Fazer meu coração sangrar
Já estou sangrando
Meus olhos explodiram
Sua veias diminuíram
Não pude mais suportar
Tão forte!
Tão, tão forte!
Queria poder subir num precipício
Dançar com o vento
Deixar me levar pelos ares
Cair divinamente
Nas minúsculas partículas do ar
Ser gente pequena
Tardia
Saber o que voar
Pois não sou forte, pequena
E acho que ferido está o meu ego
Frágil a minha pena
De pássaro vagabundo que sou
Tenho pernas que se movem
Mas que não sabem andar
Pois não sou forte, pequena
Não sou forte o bastante para suportar
Nem o que sou
O que você é
Quem sou eu?
Quem?
Sem ninguém...
Como vou andar?
Pena pequena
Mirrada
Leva contigo a minha espada
Pois hoje dormirei sagrando
E amanhã
Acordarei se Deus quiser
Tão, tão forte!
Ó, pequena...
Quem sou eu de frente a ti?

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2016

Polliana Oliveira

Prelúdios de uma poeta livreOnde histórias criam vida. Descubra agora