Tão rápido quanto vem, vai, o outono

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Quando me disseram que o outono estava perto
Caí de costas
Fiquei tão triste que parei de contar
Saberia que ele teria chego
Assim que visse a primeira folha se findar
Mas todas as manhãs começavam frias e enevoadas
Mal passava uma hora e o sol já estava lá para perturbar
Pobre saudade do outono!
Chega o inverno e a primavera
Mas o outono não aparece para me saudar
Fevereiro passou cheio de trevas
Incluindo um aniversário assustador
Sussurrava: "Sou adulta. Tô com medo. Sou adulta."
Mas o outono não vinha amenizar a minha dor
Até que cinquenta dias se passaram
Quarenta, trinta e o outono chegou
Foi tão lindo, tão sublime, tão divino
Que assim que suspirei de alívio
Ele passou
Sem deixar rastros
Sem deixar mistérios
Puro, simples e belo
Passei a entender o amor:
"Tão rápido quanto vem, vai, o outono."

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08/02/2018
03:15 p.m.

Polliana Oliveira

Prelúdios de uma poeta livreOnde histórias criam vida. Descubra agora