Jackson PDV's
Essa garota... Quem ela acha que é? Só porque ela o conhece desde criança fica acariciando a mão dele como se fosse uma namoradinha, *suspiro* não importa. BamBam deve estar muito mal... Por que ele não me disse nada sobre a recepcionista? Ela até parece ser uma pessoa boa, mas ela ser próxima demais dele me incomoda, espero que ela seja apenas mais uma louca por ele, ai ele terá certo desprezo por ela.
– Aqui, pra você – a garota segurava uma caixinha de achocolatado – está frio, pode tomar, comprei na máquina, está quentinho. Pegue. – ela me deu a caixinha quente com suas pequenas mãozinhas.
– Não precisava comprar pra mim. – Abri a caixinha para toma um pouco.
– Se não quer por que está prestes a bebê-la? – ela me olhava pelo canto do olho.
– Eu... – ela me deixava um pouco irritado.
– Apenas beba logo – ela disse antes de beber um pouco do achocolatado.Era um líquido denso, mas doce, foi gentileza dela comprar isso para mim... Mas por que ela tem que ser tão mal-educada? Falar assim com uma pessoa mais velha é realmente falta de respeito, preciso ensinar boas maneiras a ela.
– Qual sua relação com o Kunpi?? – ela olhava pra mim atrás dos seus óculos.
– Somos amigos... Apenas isso.
– Sim eu sei, mas tenho certeza que você não é da escola, nunca te vi por lá.
– Nos conhecemos na lanchonete onde eu trabalho... – "ela estuda com ele"
– Hum... Então você trabalha também...
– Sim, trabalho, só não me formei, apenas isso.
– Eu não perguntei nada sobre isso. – seu olhar era cortante.
– Não te ensinaram o que é ser educada?
– Ensinaram sim, mas eu prefiro ser assim.
– Pra que? Pra te odiarem?
– Não... Só não acho que algumas pessoas mereçam respeito.
– Então eu não mereço nenhum respeito?
– Não é porque você conhece o Kunpi que eu vou ser educada com você, eu não conheço você, não sei se posso confiar em você.De certa forma ela estava certa... Eu não a conhecia, não sabia nem seu nome...
– Qual seu nome? Esqueci de lhe perguntar...
– Me chame de Yume. Eu prefiro ser chamada assim.
– Yume não é coreano certo? Você é do Japão?
– Meu pai é Japonês e minha mãe é coreana. Mas prefiro que me chame de Yume, assim me sinto melhor. Você é o Jackson Wang certo?
– Como sabe meu nome se nunca te falei?
– Eu sei quem é você por causa do Kunpi, ele não para de falar de você. Parece que vocês se tornaram super unidos. Como Bros[?].
– É sério que ele fala de mim? Bem, acho que somos Bros sim, ele é uma boa pessoa, eu gosto demais dele.
– Pois é...Ficamos um pouco em silêncio, brincando com os polegares e com a caixinha vazia, até sermos interrompidos pelo barulho de uma porta abrindo bruscamente, e vermos uma moça que estava uniformizada, baixinha e rechonchuda.
– Quem é responsável pelo Kunpimook?? – ela disse olhando para nós.
Yume se levantou, ajeitando sua saia preta com suas mãozinhas.
– Eu, ele pode esperar aqui ou pode ir comigo até lá?
– Sinto muito, mas apenas um responsável pode ir. – Yume me olhou como se dissesse "me desculpa" e foi ao balcão da recepção, assinar os papéis de autorização e essas coisas.Jackson PDV's off
Yume PDV's on
O corredor era tão vazio e frio que me assustava, Kunpi estava em um daqueles quartos, porém aquecido pelos cobertores — espero — ainda me pergunto, por que de modo tão súbito ele ficou tão mau? Ele estava tão feliz nos últimos dias... Seus sorrisos não saiam de sua boca. Tudo por aquele Jackson, que ele vive falando. Isso me deixa um pouco enciumada, mas isso não importa, já estou prestes a entrar em seu quarto de hospital...
Uma sala branca com um piso azul meio esverdeado, cores bem típicas de hospitais, as camas todas engomadas e com os cobertores e travesseiros brancos. Apenas Kunpimook estava ali, na cama mais próxima a janela. Era uma bela vista para o jardim do hospital, flores estavam lá como se fosse uma primavera, mas estavam apenas porque a neve ainda não chegara. Ele estava deitado, olhos fixos no teto sem graça e sem cor que estava sobre ele.
– Você pode ficar aqui, e se precisar de algo, aperte esse botão aqui – a enfermeira apontou para um botãozinho que ficava do lado da cama. – Como está de noite, e ele está num estado grave de choque, permitiremos que você fique por aqui até mais tarde se preciso. O doutor acha uma boa ideia isso.
– Okay, muito obrigada. – ela saiu do quarto, nos dando um pouco de privacidade.Eu peguei uma cadeira que estava do lado do pequeno criado mudo branco, me sentei ao lado dele para que pudesse estar mais próxima. Segurei sua mão direita, que estava para fora da coberta, ela estava fria e áspera, isso não era comum vindo do garoto Kunpi, que era quente e tinha uma pele suave e bem cuidada.
– O que houve com você, Kunpi-kun? – esperei uma resposta, mas ganhei apenas um silêncio. – É algo relacionado ao seus pais ou algo assim?
– *grunhidos* – então, realmente era isso.
– Seu pai está pior?Eu vi seus olhos encherem de novo de lágrimas, ele estava arrasado. Seu coração estava estilhaçado, e ele sentia culpa por ter os deixado na Tailândia. Sei como tinha sofrido e como ele se sentiu quando soube da condição de seu pai. Ele tinha um câncer, e estava cada vez pior, ele se alastrava e fazia do corpo dele um abrigo de tristeza e dor para seus entes queridos. Isso afetava demais Mook, que amava seu pai e estava fazendo de tudo para pagar o tratamento para ele.
Ele começou a chorar, a soluçar e colocou suas mãos sobre os rostos. De repente, notei que eu mesma chorava, pois também sentia grande carinho pela família dele.
Ambos choramos no quarto de hospital, eu abracei ele, envolvendo em meus braços curtos, e o acolhendo. Ele retribuiu o abraço, e começava a gritar de agonia e questionar o motivo de Deus e o que for, teria que fazer isso com seu pai. Ficamos lá, naquela cama de hospital sem as respostas que precisávamos ter, e que queríamos saber.
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Can'7 Hate You
FanfictionO amor vem de maneiras curiosas. Jackson não esperava mesmo que sua vida fosse mudar tanto por um simples encontro, assim como BamBam nunca pensara que poderia se apaixonar assim, tão de repente que já parecia um sentimento natural para eles.