2º Dia - Parte 1

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A mídia representa apenas como BamBam estaria devido a descoloração.

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Jackson PDV's

No todos nós acabamos por dormir, Yume e Bam ficaram juntos na cama, BamBam estirado na cama enquanto Yume estava sentada com a cabeça encostada na parede. Eu fiquei no chão junto ao gato, que me acordou com seus miados e com a pata em meu rosto; fui o primeiro a acordar, no frio do chão e no desconforto que estava sentindo no braço e nas costas. Levantei e fui a cozinha fazer café, amargo e forte, era bom e quente. Após tomar uma xícara do líquido escuro, amargo e quente, fui ao chuveiro tomar um banho, frio pois o aquecimento da água estava quebrado e eu não tinha ainda dinheiro para o concerto; tive que ser rápido para não morrer congelado ou pegar um resfriado — o mesmo que eu ache que já tenha pego — sair no frio foi difícil, coloquei a cueca e a toalha no ombro, saindo do banheiro e indo ao quarto onde as duas crianças adormecidas estavam.

Fui colocando primeiro minha blusa, apenas ela sem a camisa, estava com preguiça de ter que levantar os braços mais de uma vez. E naquela hora um dos dois acordou, me vendo com a cueca e a blusa, fiquei um pouco paralisado após ouvir um grunhido e não ouvir nem mesmo uma respiração depois.

– Coloque uma calça logo. – Yume que tinha acordado. Dei uma virada rápida e ela tinha tapado seu rosto. – Pronto?
– Só mais um segundo – Coloquei a calça moletom preta – Pronto.
– Ah obrigada. Não fique demorando pra colocar uma calça... – esperava algum xingamento ou algo pior – Você vai pegar um resfriado desse jeito.

Ela se levantou, com todo o cuidado para não acordar "a bela adormecida" em minha cama, cambaleando até a cozinha, ela coçava os olhos inchados e pegou uma caneca de café, a bebendo por inteiro.

– Seu café é bom. Amargo e forte fica muito bom.
– Eu sei.

Ela foi ao quarto novamente, se ajoelhou do lado da cama e deu alguns tapinhas no ombro do menino, tentando acordá-lo; tudo em vão.

– Eu posso tomar banho?
– Sim. Aqui uma toalha – peguei uma limpa para ela. – o aquecimento do chuveiro não funciona, tome banho rápido.
– Okay, muito obrigada. – ela amarrou o cabelo em um coque alto e foi ao banheiro.

Estávamos a sós agora... Entrei na cama com cuidado para não acordá-lo, deitei ao seu lado e o cobri, fiquei observando ele dormir, sua nuca estava a minha frente. Seu cabelo loiro estava um pouco manchado de preto nas raízes, mas ele continuava sendo ele.

Narrador PDV's

Jackson se aproximou um pouco mais de BamBam, sentindo o cheiro suave do suor e o cheiro do descolorante se misturando, o garoto estava em sono profundo com uma respiração pesada. Wang colocou o nariz no pescoço do menino, fechou os olhos por apenas alguns instantes, parecia flutuar com a sensação de estar tão perto dele, seu maior desejo naquele momento era lhe abraçar por trás, envolvendo o garoto em seus braços fortes e sentindo o calor do corpo dele, ele amava o calor do corpo de BamBam. Yume estava ainda no banho, sentindo a água fria acordar seu rosto ainda adormecido, Jackson curtia cada segundo com o menino, agora loiro.

Quando menos se esperava, Jackson estava colado em BamBam, seus corpos estavam encostados, ele sentia em seu abdômen o bumbum do garoto, sentia as coxas dele em sua virilha, queria aquilo para sempre. Seus batimentos estavam aumentando á medida que os corpos ficavam juntos, sentia o seu rosto queimar e seu corpo inteiro pulsar, abriu os olhos lentamente, aguardando ver os cabelos do menino na sua frente. Foi isso que ele viu, e estava feliz, sorria de leve e seu braço involuntariamente passou pelo corpo esguio de BamBam. Finalmente estavam de conchinha.

– Jackkie? – ele disse, ainda de olhos fechados. – O que foi? O que é isso na minha coxa? – ele ficou em silêncio, se transformou em um pimentão.
– Kunpi! Saia daí! – Yume apareceu com suas roupas em seu corpo, correu em direção à cama – Quem diabos você pensa que é? – ela o pegou da cama e o trouxe ao chão.
– D-d-desculpa – Jackson colocou o cobertor em seu rosto, com vergonha.
– Kunpi, você está bem?
– Sim... Por que?
– Nada, apenas vá tomar um banho para acordar.
– Okay... – ele levantou e foi ao banheiro, com a mesma toalha de Jackson.
– Você disse que não abusaria dele... – Ela franziu as sobrancelhas.
– Já disse desculpa! Eu não resisti a fofura dele!
– Tá, mas não ouse colocar isso aí – ela apontou para o meio das pernas dele – Nele!

Jackson estava vermelho, havia imaginado como seria fazer amor com o mais novo, parecia meio errado em seu ponto de vista, porém tentador. Em sua mente, os gemidos de BamBam possuíam seus pensamentos, a sensação imaginária do menino estimulando-o, fazia com que fosse irresistível e quase impossível não se excitar. E a menina havia notado isso, ficando vermelha e surpresa.

– Que porra você está pensando?!!!!! – ela colocou a mão no rosto, tampando a visão.
– N-nada! – ele tampou suas pernas, tentando se acalmar.
– Kami-sama... Acho que não posso confiar em você.
– De novo isso de confiança? – Já havia se acalmado.
– Eu levo isso muito a sério. – Ela encostou as costas na cama, se virando pra outro lado. Soltou um suspiro.
– Por que leva tão a sério?
– Apenas alguns traumas de infância...
– Entendi...
– É.

Os dois ficaram um tempo sem falar nada, Jackson observava o cabelo bagunçado dela, era longo e escuro, um pouco ondulado, quase como um pêlo de cachorro. Ela apenas ficou observando o apartamento em si, sujo, abandonado e frio, era assustador como Jackson Wang podia se sentir abandonado num lugar daquele tipo...

– Jackson, por que mora num lugar tão horrível como aqui?
– Bem, eu não tenho muita escolha...
– Ta, mas... É muito sozinho e muito frio aqui.
– Mesmo assim, ou era isso, ou era a China.

Um silêncio tomou posse do lugar, ela sabia o sentimento de ter que escolher sobre sua família e um lugar que você não ama, ou o lugar que você ama estar, porém sem sua família... Era difícil e doloroso, muito mesmo.

– Jackson-san – os olhos de Jackson brilharam, e ele se sentiu surpreso – Você tem seus pais com você ainda?
– Tenho... Eles moram na China ainda, e você?
– Eu não conheço meu pai, apenas minha mãe. Mas fui criada pelos meus avós, eles moram no Japão e minha avó fazia onigiris* para mim todos os dias porque eu amava... – ela deu um suspiro e encarou o chão – infelizmente, ela não está mais conosco...

Jackson engoliu em seco, sentindo a leve tensão em suas mãos fechadas, se sentia um pouco arrependido de fazê-la lembrar de algo tão ruim e triste.

– Meus pêsames... Não foi a minha intenção...
– Tudo bem, o passado tem que ser lembrado pra seguirmos em frente... E a dor que tinha de ser sentida, já foi, e muito.

Ele encarou a nuca dela, enquanto ela olhava para o chão lembrando de sua avó e de seu avô sozinho com sua mãe, uma mulher meio louca e impossível de se lidar. Seus olhos encheram de lágrimas, mas Yume se forçou a não chorar de jeito nenhum, secou as lágrimas e respirou fundo, se acalmando.

*onigiris são bolinhos de arroz com um pouco de sal.

Can'7 Hate YouOnde histórias criam vida. Descubra agora