Capítulo 12 - A Flor de Sangue, A Viagem Ucraniana e A Cidade Secreta

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"Houve um tempo em que eu não tinha certeza

Mas você acalmou a minha mente

Não há dúvida que você está no meu coração agora

Eu disse: mulher, vá devagar

E tudo se resolverá por sí só

Você e eu apenas precisamos de um pouco depaciência."    


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     No segundo seguinte, eu estava no décimo andar.

Dois guardas que cuidavam do andar estavam no chão, seus corpos tremiam em espasmos violentos, enquanto Malckin #1 e #2 os mantinham daquele jeito, segurando suas testas com o dedo indicador. Malckin #3 segurava uma das mãos de Benjamin, que permanecia olhando para um ponto acima de mim, absorto, fascinado. Charles tentava tapar a boca de Jonathan, que parecia estar entrando em mais um estado de pânico, soltando meias palavras repentinamente cortadas por sua gagueira. Charles o soltou e me segurou pelos ombros enquanto minhas pernas perdiam apoio, esparramando pelo chão e me deixando de joelhos. Minha cabeça pendeu para frente, meu rosto foi escondido totalmente dentro do cabelo.

– Você conseguiu, conseguiu!

– O que eu... conseguiu Charles.

Ele me pegou no colo. Minha cabeça foi para trás e vi os meninos de cabeça para baixo.

– Está tudo girando...

– C-c-c-co-como ela co-conseguiu vir até aqui-qui! – Jonathan suava, apontando para mim.

– Não dá tempo de explicar. Vamos!

Charles me ajeitou em seu colo e um dos irmãos Malckin abriu a próxima porta apenas olhando para ela, num apartamento que dava para frente da rua.


     O grito de Stéphanie que morava ali quase me fez pular. Ela estava encolhida atrás da cama, tremendo compulsivamente. Fiquei com pena dela ao pensar no tratamento que a forçariam entrar enquanto se recuperava do trauma.

– Não podemos levá-la?

– Ela não está pronta para nos acompanhar.

Charles me colocou no chão, ainda me segurando. De imediato, Stéphanie saiu do seu esconderijo e trancou a porta.

– Eles estão vindo! – Ela tentou sussurrar, alarmada.

– Vamos! Benjamin, Jonathan!

Ambos abriram as janelas do quarto-e-sala. O vento frio fez carinho em minha pele, a deixando arrepiada. A mão de Charles segurava a minha com força, enquanto ele me ajudava a ficar equilibrada no beiral, do lado de fora.

A gravidade logo fez ação, e me agarrei aos contornos barrocos das paredes para não cair, mesmo que ferisse os dedos.

– Q-qua-qual sua próóóxima ideia bri-brilhante?!

Assim que Jonathan disse, escutei o barulho dos motores. Não podíamos vê-los, mas as portas do Maren III e do Maren IV logo atrás dele se abriram, revelando o interior dos veículos ainda invisíveis no começo da tarde amarelada.

Vá Embora de MimOnde histórias criam vida. Descubra agora