"Houve um tempo em que eu não tinha certeza
Mas você acalmou a minha mente
Não há dúvida que você está no meu coração agora
Eu disse: mulher, vá devagar
E tudo se resolverá por sí só
Você e eu apenas precisamos de um pouco depaciência."
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No segundo seguinte, eu estava no décimo andar.
Dois guardas que cuidavam do andar estavam no chão, seus corpos tremiam em espasmos violentos, enquanto Malckin #1 e #2 os mantinham daquele jeito, segurando suas testas com o dedo indicador. Malckin #3 segurava uma das mãos de Benjamin, que permanecia olhando para um ponto acima de mim, absorto, fascinado. Charles tentava tapar a boca de Jonathan, que parecia estar entrando em mais um estado de pânico, soltando meias palavras repentinamente cortadas por sua gagueira. Charles o soltou e me segurou pelos ombros enquanto minhas pernas perdiam apoio, esparramando pelo chão e me deixando de joelhos. Minha cabeça pendeu para frente, meu rosto foi escondido totalmente dentro do cabelo.
– Você conseguiu, conseguiu!
– O que eu... conseguiu Charles.
Ele me pegou no colo. Minha cabeça foi para trás e vi os meninos de cabeça para baixo.
– Está tudo girando...
– C-c-c-co-como ela co-conseguiu vir até aqui-qui! – Jonathan suava, apontando para mim.
– Não dá tempo de explicar. Vamos!
Charles me ajeitou em seu colo e um dos irmãos Malckin abriu a próxima porta apenas olhando para ela, num apartamento que dava para frente da rua.
O grito de Stéphanie que morava ali quase me fez pular. Ela estava encolhida atrás da cama, tremendo compulsivamente. Fiquei com pena dela ao pensar no tratamento que a forçariam entrar enquanto se recuperava do trauma.
– Não podemos levá-la?
– Ela não está pronta para nos acompanhar.
Charles me colocou no chão, ainda me segurando. De imediato, Stéphanie saiu do seu esconderijo e trancou a porta.
– Eles estão vindo! – Ela tentou sussurrar, alarmada.
– Vamos! Benjamin, Jonathan!
Ambos abriram as janelas do quarto-e-sala. O vento frio fez carinho em minha pele, a deixando arrepiada. A mão de Charles segurava a minha com força, enquanto ele me ajudava a ficar equilibrada no beiral, do lado de fora.
A gravidade logo fez ação, e me agarrei aos contornos barrocos das paredes para não cair, mesmo que ferisse os dedos.
– Q-qua-qual sua próóóxima ideia bri-brilhante?!
Assim que Jonathan disse, escutei o barulho dos motores. Não podíamos vê-los, mas as portas do Maren III e do Maren IV logo atrás dele se abriram, revelando o interior dos veículos ainda invisíveis no começo da tarde amarelada.
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Vá Embora de Mim
Science FictionAlice é uma jovem diagnosticada com esquizofrenia paranoide. Ela vive numa instituição e tem cada minuto do dia meticulosamente controlado pelos seus médicos para que não perca o controle. Numa sociedade que isola permanentemente pessoas com doenças...