The Wrong Way - { L.T }

17º Capitulo

Entro em casa e oiço Sara a correr para a porta.

- Sim sou eu ! - riu-me enquanto ela olha para mim assustada.

- Credo, onde é que te metes-te Lucy ? Estava a ver que não chegavas.

- Oh desculpa, eu estive com o Louis, e esqueci-me de te telefonar depois. - digo-lhe enquanto lhe dou um beijo na bochecha.

- Pois eu calculei... Ah, os teus pais ligaram cá para casa. Queriam falar contigo.

- E porque é que não ligaram para mim ?- pergunto intrigada.

- Eles disseram que não irias atender provavelmente.

- E tinham razão.

- Entao, não lhe vais ligar?

- Não, se eles quiserem falar, eles que liguem outra vez.- encolho os ombros e vou em direção ao quarto.

- Tu lá sabes!

(...)

- Lucy! - oiço Van a chamar-me.

- Aqui beleza!

- Precisava de falar contigo...

- Sim...

- Ouve, o meu pai está doente, está mesmo mal, e eu vou ter que ir a Portugal durante o tempo. Até ele ficar melhor, Vou amanhã de manhã. - ela dá-me um sorriso triste.

- Oh claro, nao tem problema Van. O Shawn vai ?

Os pais de Van emigraram, para Portugal á 3 anos, ela conheceu Shawn lá, o seu namorado, o pai dele é português, porém vive no canadá,  foi uma grande coincidência! Shawn está também cá, mas noutra Faculdade.

É um rapaz bastante bonito e atraente. É moreno, mas, deus me perdoe, o rapaz é mesmo muito bonito e tem um corpo também otimo.

- Sim, ele disse que queria ir para me apoiar e aproveita e visita lá a familia.

- Fico mais descansada então. Assim nao vais sozinha. - vou até ela e abraço-a.
Ela vai em direção ao quarto e eu vou para a cozinha.
Bebo um copo de água e o telefone toca.

Oh já imagino quem será.

- Sim ? - atendo rude.

- Como estás ?- oiço a voz do meu pai.

- Estou muito bem papá- desmancho-me a rir.

- Já vi que estás contente Lucy.

- Oh sim, o que mais estou é contente. Mas vá, diga lá o que quer.

- Tenho uma noticia má para te dar. Ouve-me e mantém a calma.

Não estou a gostar disto.

- Ok.- so digo isto.

- A tua avó... Ela, f- faleceu.

Oiço isto e deixo o telefone cair. Isto não me pode estar a acontecer. Não não. Por favor.
Pego no casaco e na mala e saio porta fora.
Como é que isto aconteceu e eu não lhe disse nem um adeus? Nunca me irei perdoar.

Chamo um taxi e peço que me leve a um bar aqui próximo.
Pago-lhe e saio já com montes de lágrimas a escorrer pela cara.
O que eu vou fazer? Beber. Ajuda-me nestes momentos.

Sento-me num dos bancos do balcão e peço ao Barman a bebida mais forte que tiver.
A minha avó. Ela era a pessoa mais chegada a mim. Nós tínhamos uma amizade e cumplicidade enorme. E agora.. Foi-se. E nem um adeus lhe disse.

Flashback on

" - Vovó vamos ás compras por favor- faço-lhe beiçinho.

- Vá, vamos lá pequena Lucy.

Eu já tinha 14 anos, mas ela tratava-me como se fosse sempre a sua bebé.

Pegamos nas coisas e entramos no carro. O carro da vovó sempre foi o meu preferido podíamos comer lá dentro.

- Sabes minha querida? Quando eu for para o céu eu quero que cuides do avô, do papá e do mano. Não os podes deixar sozinhos sim? Também quero que saibas que podes ficar com a casa, mas tens de partilhá-la com eles. E quero que metas um sorriso gigante na cara e penses " eu fiz tudo para ela ser feliz" , porque tu fizes-te. És a minha única neta, o resto é homens, e eu adoro a tua companhia. Nunca me deixes. Por favor, eu preciso de ti ao meu lado princesa.

Fico a pensar nas palavras dela e da forma suave como as disse.

- está bem vovó. Eu prometooooo isso tudo.

E sorri para ela . Um sorriso verdadeiro.  "

Flashback off

Penso naquela tarde. Na forme como disse para eu fazer todas aquelas coisas.
Será que sou capaz de as fazer?
Não eu não. Eu sou uma merda. Eu não cuidei dela. Eu não me despedi dela. Sou um fracasso.
Parto o meu 3º copo de uísque. Deixo uma nota em cima do balcão e saio.

Estou destroçada. Cada vez que respiro parece que mais um pedaço se parte dentro de mim.
Estou fragil, como o vidro, se me tocam se me dizem algo, quebro-me por completo.
O que é que vou fazer agora? Estou sozinha e perdida em Londres.
Eu devia ir para Irlanda. Mas tería de dar de caras com o senhor Peter Mills, o meu pai, e a senhora Bella Mills, a minha mãe.
Ah eles que se lixem, é pela minha avó, não por eles.

Telefono a Louis, ele atende-me zangado, mas não importa, e peço que ele me venha buscar em frente ao bar.

Finalmente avisto o carro de Louis. Devo estar com pessimo aspeto, destroçada a chorar e a cheirar a álcool. Pouco importa.

Entro para o carro de Louis, ponho o cinto e não me mexo. Fica quieta como uma estátua até ele disparar com perguntas.

- Jesus Lucy, cheiras a alcool e estás a chorar. O que se passa?

Não digo nada.

- Vais me explicar ou vais ficar assim para sempre?- ele volta a perguntar.

- Preciso que me leves já a casa por favor. É urgente. Faz apenas isto agora Louis.

- Está bem, mas conta-me.o que se passa.

- Vou para a Irlanda. Quero ver se ainda consigo ir hoje. Tu sabes que eu não te iria pedir se não fosse preciso, mas neste momento não tenho dinheiro para o bilhete de avião, podias me emprestar? Eu dou-te depois quando tiver.

-  Vou já pedir dois para 1º classe.

- Dois? Não quero nada disso de 1º classe. Quero um normal.

- Sim. Eu vou contigo, não vais nesse estado sozinha para a Irlanda. O que é que vais la fazer ?

- A minha avó morreu. - inspiro e expiro para controlar a respiração e o choro.

- Oh, lamento. Chegámos. Fico á tua espera cá em baixo, faz a mala e vem cá ter.

- Está bem.

Pov Louis

Ligo a Olivia, a minha secretária, e ela informa-me que há um voo daqui a três horas, peço-lhe que compre os bilhetes e que se encontre comigo no aeroporto e me leve a mala de viagem.
Estou perdido, a Lucy está num estado péssimo.
E eu sinceramente não sei o que fazer.

Apoiá-la. É isso. Vejo a minha miúda a descer as escadas. Meu deus como ela é bela.
Eu sei que se ela não estivesse tão mal, tinha reclamado de ir com ela e lhe pagar bilhete de 1º classe até eu morrer.

A viagem é feita em silêncio e aviso-a que há um voo em três horas e ela apenas abana a cabeça.

Chegámos finalmente.