Prólogo

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A minha vida inteira foi feita de promessas que nunca foram cumpridas e a minha confiança em todas as pessoas que passaram pela minha vida foi abalada. Agora eu sei que preciso viver com pontos de interrogação na minha cabeça.

Será que as pessoas são o que dizem? Ou como as moedas, elas também possuem duas faces?

Quando você perde uma pessoa que ama ninguém nunca será capaz de substitui-la. Assim como quando alguém quebra o seu coração, ninguém nunca será capaz de colar os pedaços.

O fato é que você veio ao mundo sozinho e é dessa forma que você também vai embora... Mas ao longo desse percurso pode aparecer alguém que o faça mudar de ideia sobre tudo e mudar quem você é, concertando tudo o que já foi quebrado.



Eu estava correndo desesperadamente pela floresta, meus pés estavam descalços e eu sentia a terra úmida e gelada em meus dedos. Alguns galhos arranhavam minha pele enquanto eu tentava fugir para um lugar que eu não saberia descrever.
Eu só precisava ficar o mais longe o possível dele.
O céu cinza estava escurecendo cada vez mais e, em breve, eu não conseguiria enxergar a mata que se projetava à minha frente.
Eu olhava para trás, mas tudo o que eu via era o vislumbre das árvores e plantas. O tempo estava começando a fechar e logo choveria. O vento forte levava algumas folhas junto com ele para bem longe dali, algumas batiam em meu rosto enquanto eu corria e eu as tirava apressadamente. Tropecei em um tronco de uma árvore e eu fui puxada para baixo. Senti meu vestido preto rasgando a medida que eu tentava me levantar, vi sangue em minha perna e soube que meu vestido não havia sido o único a ser cortado. Eu tentava furiosamente tirar o tecido do galho, todo segundo que passada meu coração batia mais rápido, eu estava perdendo tempo.
Finalmente consegui e comecei a correr novamente, até que entrei em uma imensidão de árvores e mais árvores e eu não sabia para onde ir, procurava desesperadamente, mas todos os caminhos estavam escuros demais para serem vistos. Eu estava perdida. Em todos os sentidos.
    Fugir sem saber para onde eu estava indo parecia pedir para ser morta. Ele conhecia essa floresta melhor do que ninguém e iria me matar.
  Meu coração batia aceleradamente. Eu tentava acalmar a mim mesma, mas era tão impossível quanto atirar em um diamante e achar que ele fosse partir em milhares de pedaços.
  Limpei uma lágrima que escorria pelo meu rosto. Minha corrida facilitaria se meu vestido não fosse longo. Me senti indo para o chão novamente, e a terra úmida sujou meu rosto. Eu não aguentava mais. Não tinha mais forças para correr. Para fugir. Dele.
  Levantei-me depressa, mas congelei mo momento seguinte. Senti a sua presença e qualquer movimento que denunciasse a minha presença podia resultar no meu fim. Sua gargalhada me causou arrepios e eu fui tentada a virar para encará-lo.

Quem é você?, eu queria poder perguntar, mas minha boca não emitia som nenhum. Só consegui ver os seus olhos de uma cor intensa de azul claro, impossível eles serem esquecidos. Ele usava uma capa preta, luvas e um chapéu e havia um pano preto tampando seu rosto.
Ele começou a estender a mão lentamente e eu comecei a entender o que ele estava fazendo. Arregalei meus olhos quando ele apontou uma arma para minha cabeça e o último som que eu escutei foi o do gatilho sendo puxado.

Sedução FatalOnde histórias criam vida. Descubra agora