Acordei com dor em meu corpo inteiro, eu mal conseguia me mexer. Abri meus olhos e dei um grito, eu estava presa em uma cadeira em um ambiente escuro, apertei minhas unhas na cadeira quando eu percebi aonde eu estava. Era o mesmo lugar do sonho que eu tive, como se fosse uma premonição. Havia uma mesa encostada na parede à minha frente, porém lá não havia uma faca, muito menos uma arma. Nessa mesma parede havia uma escada, mas olhando as condições em que eu havia sido colocada, eu nem precisaria e uma. Ele me mataria aqui mesmo e ninguém saberia onde me encontrar. O lugar cheirava a fumaça e eu pensei por um minuto que era o esconderijo da mãe de Derek. Não, ele não seria tão previsível.
- Ajuda- berrei, lágrimas de desespero caíram de meus olhos. Minha cabeça latejava e eu mal conseguia enxergar direito.
Eu vou morrer aqui.
Quando levantei de novo a minha cabeça, com o rosto molhado pelas lágrimas e pelo suor, percebi que o único som que havia naquele lugar era o de meus gritos. Eu estava sozinha, porque se ele estivesse lá, ele já teria feito alguma coisa.
Eu tentava tirar as cordas de minhas mãos, mas foi em vão. Pulei na cadeira, desesperada. Tentei mexer meus pés que estavam doloridos, mas ele havia amarrado muito fortemente as cordas. Gritei mais uma vez, não há nada que eu podia fazer para me tirar daqui.
E então, escutei um barulho e depois passos cada vez mais altos e próximos de mim. Fiquei parada. Ele saiu da escada e parou em minha frente, se encostando na parede, o corte que eu havia feito nele ainda está la, cheio de sangue. Meus cabelos estavam bagunçados e grudados em meu rosto por causa do suor, meu elástico devia ter estourado enquanto eu brigava com o assassino. O encarei com ódio nos olhos, depois de piscar várias vezes para não chorar de novo.
- Se você quiser me matar- respirei pesadamente- Vá em frente.
Ele abriu um sorriso.
- Essa não foi uma ótima resposta.
Revirei os olhos.
- Porque não foi uma resposta.
Ele pegou a arma que estava em seu casaco e a girou em sua mão. Eu observava atentamente todos os seus movimentos, pronta para o pior, mas para minha surpresa, ele a jogou no chão. Depois tirou uma faca detrás de suas costas e também a jogou. Ele foi fazendo isso até que todos os objetos que estavam escondidos em seu corpo fossem tirados. Quando ele acabou, ele levantou as mãos como se dissesse que havia terminado. No final, teve duas armas, uma faca grande, três pequenas e meu canivete que estava com seu sangue seco.
- Eu te solto- ele disse calmamente e veio em minha direção, se agachando para tirar as cordas de meus pés.
Ele coçou o queixo e franziu a testa.
- Bom, já que você perguntou, eu te solto para você escolher uma daquelas- dava para perceber de longe o nível de sarcasmo que ele usava, o assassino apontou para todos os objetos que estavam jogados no chão.
- Como se eu fosse escolher o objeto para a minha morte- abaixei a cabeça para observa-lo e ele sorria de orelha a orelha- Se eu escolher vai ser como se eu aceitasse isso.
- Eu disse que você era inteligente- ele balançou a cabeça, em negação- Mas você não tem escolha.
Eu olhei para o lugar abafado, se ele não me matasse agora, com certeza morreria por falta de ar. Eu mal conseguia respirar.
- Você não pode me obrigar a falar o que eu não quero- ele continuava agachado de frente para mim- E se você planejou isso com todos os seus neurônios ativos, você já sabe muito bem a forma que quer me matar.
Ele se levantou e andou em direção onde a mesa estava, se apoiando nela.
- Você é...
- Inteligente? - o cortei, sem pensar- Você já disse isso.
Ele bateu na mesa, a jogando para a frente, por um triz ela não bateu em mim. O barulho ecoou por todo o lugar, fazendo-me ficar arrepiada. Ele andou até mim, com passos pesados, nitidamente irritado.
- Se você quer que eu poupe a sua vida acho melhor você manter a sua boca fechada- algumas salivas caíram em meu rosto e eu senti uma forte náusea no estômago.
- O problema é que... Você não me trouxe até aqui para poupar a minha vida- disse calmamente, escondendo meu pânico e minha vontade de gritar- Então não preciso falar nada delicadamente com você, esperando que você me solte para ir para minha casa.
Ele balançou seus ombros.
- Muito bem- ele passou por mim e eu escutei uma porta sendo aberta, ele ia entrar onde quer que fosse, mas parou quando escutamos barulhos de galhos quebrando lá em cima. Ele correu até mim e tapou minha boca com sua mão.
Escutamos passos descendo pelas escadas. E pela sombra da luz do sol que refletia da parede, eu vi um menino com uma blusa branca e calças jeans escuras. Nem precisei ver o rosto para saber que era Derek. Apesar de me sentir mais segura por saber que ele estava aqui, ele estava correndo perigo. O assassino se afastou de mim para pegar uma arma e se esconder atrás da parede.
Balançava freneticamente a cabeça para Derek não se mover, mas quanto mais eu balançava a cabeça, dizendo não repetidas vezes em meus pensamentos, mais ele se aproximava.
- Angelina- ele veio em minha direção e me abraçou.
Eu vi o assassino se aproximando lentamente. Derek segurou meu rosto e estava pronto para falar alguma coisa enquanto eu repetia "vá embora" diversas vezes, quando ele levou uma coronhada na cabeça e caiu no chão.
Eu estava rouca demais para conseguir gritar quando vi Derek desmaiado no chão, com sangue na cabeça. Me deu vontade de vomitar, mas quanto mais eu forçava para isso, mais dor em minha garganta em sentia, meu estômago estava completamente vazio.
- Por amor colocamos nossa vida em risco, não é?- ele me olhou serio- Ah filho... Como você é tolo- e apesar dele ter chamado Derek de filho, eu não vi nenhum carinho e consideração em seu tom de voz, somente desprezo.
Eu vi o assassino andar de um lado para o outro com a mão sendo passada pelas têmporas. Ele estava pensando no que iria fazer. Abaixei a cabeça e fingi que estava inconsciente para ele não descontar sua raiva em mim. Eu chorava silenciosamente e torcia para ele não notar.
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Sedução Fatal
Acción" - Então eu cometeria um suicídio- atropelei as suas palavras- Eu morreria por quem eu amo. E eu não posso te envolver, porque eu teria que te salvar, teria que morrer por você. Só para ter certeza de que você estaria bem... E vivo [...]". Você j...