Acordei às duas da tarde, com dor de cabeça e em meu corpo inteiro, pois havia dormido de mal jeito. Levantei do sofá, peguei meu celular e fui para a cozinha. A luz do sol invadia todo o ambiente e iluminava o pequeno jardim.
Peguei uma maçã e comecei a comer enquanto mexia em meu celular, haviam quatro ligações perdidas de Brad. Liguei para ele.
- Eu sei que você me ama- falei quando ele atendeu, já que só havia ligações dele.
Ele deu uma risada abafada.
- E você provavelmente não- ele disse- Porque não atendeu?
Respirei fundo.
- Estava dormindo- ficamos alguns segundos em silêncio- Agora eu vou para o shopping. Quer ir?
- Hm... Eu tenho treino, um dos últimos antes do natal.
Eu mal me lembrava. A semifinal irá ser semana que vem e a final, uma semana antes do natal. O treinador estava fazendo treino intensivo com os jogadores nas ultimas semanas.
- Tudo bem- falei, eu realmente queria que ele fosse comigo- Nos vemos amanhã?
- Claro- senti que ele sorria pela outra linha do telefone- E a propósito, vê se atende as minhas próximas ligações.
Sorri.
- O que você queria me falar?
- Nada demais- conhecendo Brad como eu conheço, tive quase certeza de que ele balançou os ombros enquanto falava.
- Você podia vir me ver- ele pediu.
- Shopping- fui rápida em minha resposta. Ir vê-lo treinar significava ficar cinco horas sentada vendo o treinador gritar e apitar e os jogadores suados correrem atrás da bola. Ele sabia que eu odiava isso.
Ele deu um riso abafado.
- Tudo bem, Angel. Como a princesa quiser.
- Tchau Brad, até amanhã.
- Tchau, Angel.
Desliguei o telefone, indo jogar o que restou da maçã no lixo.
Subi para tomar banho e me arrumar.
Coloquei um shorts dourado, uma blusa preta e um salto. Peguei minha bolsa e sai com o Maserati.- Você por aqui, Angelina?
Revirei os olhos. Ela de novo? Katherine, a sua voz irritante já entregava a sua identidade.
Virei para encara-la, com um sorriso sínico no rosto.
- Katherine- ela estava com uma regata branca, saia rosa, saltos rosa choque e usava muita maquiagem em seu rosto.
Suas amigas Poppy e Mary Jane, ambas com cabelos enrolados e com o mesmo estilo de roupa de Katherine, só que com cores diferentes.
Elas me olhavam, mascando seu chiclete como se fosse a coisa mais entediante do mundo ficar perto de mim.
- Então...- Katherine disse tocando no meu ombro- Você está barrando nossa passagem.
Olhei para o corredor imenso cheio de lojas e bancos para as pessoas descansarem. Haviam muitos lugares para elas passarem.
- Então vá para outro lugar- falei.
- Tem razão- ela me olhou de cima a baixo- Não consigo ficar no mesmo ambiente que você por muito tempo.
Dei risada.
- Te agradeço por isso- sorri.
Ela bufou, mas logo se virou com as suas amigas e entrou em uma loja.
Comprei algumas roupas e fui para o drive-thru. Já passava das sete e meu pai chegaria a qualquer momento. E como não tive tempo para cozinhar alguma coisa, comprei frango frito e fui para a casa.
Meu pai chegou no momento em que eu arrumava a mesa.
- O que temos para hoje?- ele beijou minha testa.
Por mais que tivéssemos uma empregada, eu sempre cozinhava de noite. Um dos dons que herdei de minha mãe.
- Frango frito- respondi e também me sentei- Não tive tempo de fazer nada hoje.
Ele sorriu, travesso.
- Não teve tempo ou vontade?- ele me conhece bem.
- Um pouco dos dois.
Encerramos o assunto.
- Fiquei sabendo que Brad está namorando- provavelmente Ariana havia dito para ele. O seu filhinho estava namorando.
Sorri.
- As noticias correm- coloquei molho em um frango que eu peguei- E está realmente apaixonado.
- Espero que você ainda demore pra se apaixonar- dei risada, por mais que meu pai não fosse tão sério, ele sabia ser bem protetor de vez em quando.
Percebi que ele estava com olheiras abaixo de seus olhos claros e ele parecia cansado, tenso.
- Papai, quando é que você vai tirar uma folga?- comecei a correr.
O cozinha inteira estava em silêncio total, tirando pelo som forte da respiração de meu pai.
- Eu não sei- ele ficou sério.
Bufei.
- Você precisa de um tempo- olhei para ele, mas ele estava mais concentrado em seu suco de laranja do que no que eu estava dizendo.
- Eu não posso abandonar as minhas responsabilidades.
Revirei os olhos.
- E nunca ter um tempo para você mesmo?- franzi a testa.
Ele respirou fundo.
- Olha, você não entende- ele parou de comer e se inclinou para mim.
- É obvio que eu não entendo. Você nunca me conta nada.
Ele ficou quieto e voltou a comer.
Fiquei encarando seu rosto por um tempo, mas ele não demonstrava nenhum tipo de emoção. E eu odiei aquilo. Eu queria que ele parasse de me tratar como uma criança e me contasse o que realmente estava acontecendo.
- Papai, me conte- insisti- O que está te incomodando?- estava implorando para ele falar logo de uma vez.
- Eu prometo que quando resolver isso ,tiraremos férias- ele encerrou o assunto. Ele não ia me falar, essa era a sua resposta final. E isso era o que mais me incomodava. Ele queria me proteger te uma tal forma que ainda agia como se eu fosse uma criança. Ele não confiava em mim.
Respirei fundo e empurrei meu prato para frente.
- Perdi a fome- levantei da mesa.
- Querida...- ele tentou falar, mas eu o deixei sozinho.
Fui para o meu quarto, coloquei meu pijama e deitei na cama, revirando de um lado para o outro até pegar no sono.
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Sedução Fatal
Aksiyon" - Então eu cometeria um suicídio- atropelei as suas palavras- Eu morreria por quem eu amo. E eu não posso te envolver, porque eu teria que te salvar, teria que morrer por você. Só para ter certeza de que você estaria bem... E vivo [...]". Você j...