Gritei quando meu pai colocou o gelo em minha têmpora.
- Levou uma pancada forte aqui, gatinha- ele me disse.
- Eu não entendo o porque eu tenho que continuar indo para esse lugar. Eu odeio luta, papai- disse, pegando o saco de gelos que estava em sua mão. Só o tirei de minha pele quando começou a queimar.
Eu já havia me recuperado desde que ele foi me buscar no ginásio. Agora, depois de tomar banho, havia colocado uma regata branca e uma calça azul xadrez de pijama.
Eu e meu pai havíamos pedido tacos e íamos começar a assistir a sexta temporada de The Walking Dead. Assistir séries juntos era um dos passatempos preferidos que eu e meu pai tínhamos.
Ele voltou a olhar para mim e passou a mão pelo meu rosto.
- É preciso, querida.
Eu olhei em seus olhos que demonstravam pena e compaixão. Ele também não queria que eu precisasse passar por isso, mas ele sabia de muito mais coisas do que eu. Do que Brad e eu sabíamos. E, por algum motivo, nossos pais não queriam nos contar.
- Papai, entenda que não é só porque aconteceu com mamãe que você também vá me perder- ele abaixou o rosto- E eu sei lutar, é que hoje não tive sorte.
Ele sorriu fraco e nessa hora, o interfone tocou.
- Eu vou abrir a porta- ele disse e se levantou do sofá. Ele havia tirado seu paletó, estava apenas com uma blusa branca e sua calça social.
- E eu vou pegar coca cola- me levantei e fui em direção a cozinha.
Os corredores só estavam iluminados pelas pequenas luzes que ficavam nas paredes. Do lado esquerdo havia um espelho médio, até a parede terminar e dar acesso à um hall onde havia cadeiras acolchoadas pretas e uma mesinha no centro. E um espaço que dava entrada ao escritório de meu pai.
Continuei andando até chegar à cozinha, com pisos brancos e a bancada de granito preta. Uma porta de vidro que levava à piscina e ao salão e uma parede de vidro com acesso ao jardim de inverno.
Abri a geladeira e peguei duas garrafinhas de coca e voltei à sala.
Quando cheguei, meu pai já estava comendo seu taco. Coloquei uma mão na cintura e o encarei.
Ele terminou de colocar um pedaço de taco na boca e me olhou, arregalando os olhos.
- Desculpa, gatinha. Estou com muita fome.
Me sentei ao seu lado.
- Como foi seu dia?- perguntei antes de começar a comer um taco de frango.
Ele bebeu um pouco de coca e deu de ombros.
- O mesmo de sempre. Muito trabalho- ele revirou os olhos e bufou- Mas, e você? Como foi a escola?
- Cansativo- suspirei- A professora de matemática passou um trabalho de trigonometria e, bom, o mesmo de sempre.
Ele assentiu.
- Na sua época eu era um problema. Quase fui preso uma vez- ele disse com nostalgia. Arregalei os olhos. Um agente da lei quase foi preso pela policia- Não queria saber dos estudos e uma vez, eu e alguns amigos meus pichamos uma delegacia.
- Era para você ser um criminal agora- olhei para ele, perplexa- Ou quase um.
Ele deu de ombros.
- Não quero que haja pessoas como eu era. Ou piores.
- Mas há.
- E foi por isso que me tornei um agente.
Eu ja havia terminado de comer meus dois tacos, então comecei a beber minha coca.
Já passava das sete horas e o céu já estava começando a ficar escuro.
Estava amarrando meu cabelo quando meu pai me olhou com divertimento nos olhos. E eu ja sabia o que ele estava planejando.
- Está pensando o mesmo que eu?- disse.
Assenti, sorrindo.
- Só me deixe colocar meu pijama- ele subiu as escadas para ir para o seu quarto.
E eu me aconcheguei em meu edredom, pois iria passar a noite inteira acordada, maratonando séries.
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Sedução Fatal
Ação" - Então eu cometeria um suicídio- atropelei as suas palavras- Eu morreria por quem eu amo. E eu não posso te envolver, porque eu teria que te salvar, teria que morrer por você. Só para ter certeza de que você estaria bem... E vivo [...]". Você j...