Capítulo 24

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Horas se passaram, mas pareciam dias. Connor insistia em fazermos algumas paradas para fazermos nossas necessidades e comer um pouco. Queria que nosso casamento fosse o mais rápido possível, era provável a possibilidade de minha família estar atrás da gente nesse momento e quero que eles não tenham a chance de acabarem com tudo.


Estava nevando, o que me pôs nervosa, isso significaria atrasos, mas estávamos a cinco horas de nosso destino, o que me aliviara um pouco.


A energia positiva dele era contagiante.


- Iremos nos casar - dizia ele em meu ouvido quando tentávamos esquentar um ao outro. - e assim você, minha doce menina, será só minha...


Suas palavras podiam ter grandes significados, mas gostava da ideia de ser dele. Só dele e de mais ninguém.


Tento relaxar em seu peito, mas o roce de um botão de sua camisa em minhas costas me faz lembrar que não sou a mesma. Um nervosismo sobre mais tarde me faz ficar tensa.


Respiro fundo e tento pensar em algo enquanto as rodas rodavam até nosso destino.


*


Paramos em uma ferraria depois de pararmos várias vezes para pedirmos indicações de onde poderíamos nos casar.


Um grande homem com uma proeminente barriga e seu grande bigode foi o que encontramos. Allan seria o nosso padre e as testemunhas foram nosso cocheiro e a esposa de Allan, Gertrudes.


O casamento escocês era diferente do inglês. Bem mais rápido e com tradições estranhas, mas que seguimos com um sorriso bobo nos lábios.


- Vocês parecem um casal de jovens tolos e apaixonados.


Connor ri. - Acertou só os apaixonados.


Allan prende nossas mãos com uma pequena fita e pediu para falarmos nossos votos. Connor foi breve, mas cada palavra dele atingiu meu coração, assim como as minhas fizeram com o dele.


Connor, ao descobrir, no final da cerimônia, que a taxa era uma grande quantia de libras e xelins, quase teve uma síncope, mas que pagou de bom grado.


O anel em meu dedo era de simples, porém feito para mim. Não tinha uma grande esmeralda ou diamante, era só seu grosso aro de ouro. E me fez gostar ainda mais de Connor.


Depois de despedirmos do casal casamenteiro, entramos na carruagem e seguimos para alguma estalagem mais próxima. Não andamos cinco minutos e paramos de novo. Ao descermos, encontramos uma pequena estalagem, simples e modesta, mas que serviria para descansarmos.


Connor paga um adiantamento ao cocheiro.


- Vá descansar, alugue um quarto e beba uma bebida quente.


- Sim senhor.


Connor estende seu braço e caminhamos juntos até a recepção.


Uma mulher rechonchuda nos atende com um grande sorriso.


- Oh! Vejo que temos mais um casal. Vão passar a noite aqui?


- Sim.


- Oh! Vejo que casaram agora, não é mesmo?


- Sim. - respondo. Tento ver se em nossas testas estão escritos Recém casados, mas não há nada, só o cansaço de toda essa longa viagem. Estava quase amanhecendo.


- Aqui. - ela nos estende uma pequena chave prata. - Posso garantir que esta estalagem é a mais fértil da Escócia!


- Oh... - tento esconder meu embaraço enquanto Connor lança um sorriso a ela.


- Obrigada.


- Irá ver que, quando os casais me informam que estão esperando um bebê, sempre sugiro que coloquem meu nome, se for menina obviamente.


- Claro... - Connor continua. - Precisamos de uma banheira com água quente e se tiver algo para comer, peço-lhe que suba uma bandeja.


- Oh, claro!


Connor coloca delicadamente sua mão em minhas costas e guia-me para as escadas. Percebo que meu nível de cansaço estava alto, quando subo os degraus e quase tropeço.


- Ande, eu lhe ajudo.


Quando chegamos ao quarto, um pensamento furtivo me vem a mente, mas trato de esquecer.


- Estou tão cansada...


Connor beija meu pescoço por trás e sinto um arrepio. - Eu sei. Tomaremos um banho e depois comer alguma coisa. Depois, vamos dormir um pouco.


Ele massageia meus ombros e me vejo gemer de satisfação descaradamente.


A banheira e a bandeja chegam em nosso quarto e noto como ele era.


Uma cama simples sem dossel estava ao centro, uma mesa com uma jarra de água, um pequeno biombo manchado pelo tempo. Nossas coisas estavam perto da porta, e não lembro como foram parar ali.


Sem esperar sua ajuda, dispo de meu vestido e outras peças do vestuário e me enfio na banheira fumegante logo após encherem-na com grande demora.


Connor beliscava um pedaço de pão e queijo, e tentava ignorar o que eu estava fazendo, mas notava suas espiadas.


Saio antes que a água esfrie e noto que Connor rodeava uma toalha em meus ombros.


- Venha, vou te secar.


Tardiamente, lembro de minhas cicatrizes.


- Não, está tudo bem. Entre logo antes que esfrie.


Ando com grandes passadas até o biombo e me seco. A toalha não estava no seu melhor estado, mas absorvia toda água do meu corpo.


Escapulo de trás do biombo e corro até minha valise e retiro minha bata para dormir e meu penhoar.


Corro enquanto notava como os músculos dele se moviam quando ele vertia água por sua cabeça.


Me troco e quando volto, Connor vestia uma calça e nada por cima. Vejo o pequeno caminho de pelos castanhos rumo a...


- Encontrou algo que lhe agrada?


Engulo em seco e deito em um lado da cama. Connor apaga todas as velas do quarto, menos a que estava no criado ao meu lado. Engatinhando até mim, ele paira sobre meu rosto e logo desce para me beijar.


Apoio minhas mãos em seu peito enquanto seus braços prendiam minha cabeça.


- Você é minha Camile. Repita isso.


Entre os beijos e ofegos, tento repetir.


- Sou tua.


- Isso mesmo. De ninguém mais.


Seu beijo passa a ser mais sensual e forte, nossas línguas se aventurando uma na boca do outro. Sinto o roce de sua mão em minha coxa e ofego.


Ele desacelera. - Está cansada e eu também. Por mais que me doa parar agora...


Sinto seu sorriso sobre minha boca. Ele beija minha testa e a ponto de meu nariz, por último um rápido beijo em meus lábios.


- Vamos dormir, por agora, está bem?


Assinto e me aconchego a ele, não podendo evitar roçar o volume duro que projetava de sua calça.


Ele apaga a vela e tentamos descansar enquanto a neve caía lá fora.



Vingança não vem com AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora