48 horas se passaram e nenhuma notícia de Sofia. Lavínia embora estivesse muito mal com esse silêncio, acabou se conformando um pouco.
Enquanto isso...
No hospital Vinícios pergunta ao médico:
-Como ela está doutor?
-Fizemos todo o procedimento que estava ao nosso alcance. Ela está em
coma, precisamos aguardar que responda aos medicamentos, porém aconselhamos que sejam fortes. Ah e por acaso, sabiam que ela estava grávida?
-Gravida? Como assim?(quase desmaia)
-Sim, ela estava grávida e tudo indica que ela passou mal no carro antes da colisão.
-Meu Deus, por que?j
-Mas ela perdeu o bebê.
-Doutor, salva a minha Sofia, pelo amor de Deus.
-Temos que aguardar a reação dela, pode levar dias, até meses.
-E se ela voltar, pode haver alguma sequela?
-Duvido um pouco que ela volte a andar, mas não posso afirmar com certeza, ela voltando do coma vamos verificar, mas caso volte terá que fazer fisioterapia.
-Eu não posso perder minha Sofia.
-Preciso ir agora, força rapaz!
-Obrigada doutor.Vinícios chorava feito uma criança, Sofia era o grande amor da vida dele e carregava um filho seu. Sentia uma dor tão grande e devastadora que mal podia suportar.
Desespero só de imaginar que Sofia poderia levar meses para voltar do coma.
Ela estava muito machucada, frágil, tão pálida. Será que se salvaria?
Ele foi até em casa, tomou um banho e voltou para o hospital.
Os pais dela estavam desolados, desesperados, a mãe a base de calmantes.
-Meu Deus, não leva a minha menina. Ela é tão boa, tão especial, nunca fez
mal a ninguém, salva minha menina.
O celular de Sofia toca, era Lavínia:
-Alô!
-Quem fala?
-Lavínia, esse número não é da Sofia?
-Sim, aqui é o Vinícios, namorado dela.
-Ela está?
-Não lembro dela ter comentado sobre nenhuma Lavínia.
Vinícios não conseguia controlar seu ciúme nem em situações delicadas como a que estavam passando.
A mãe de Sofia escutou a conversa e falou para Vinícios:
-Eu conheci, é uma amiga muito educada dela, que foi em casa esses dias.
-Lavínia de onde você é?(questionava ele)
-Ela está, Vinícios? Gostaria de falar com ela.
-Está sim, em coma, numa cama, sem reagir, desde domingo a noite. Já
que são tão amigas, achei que soubesse.
-Como...como assim? Onde ela está me diz? (Lavínia gritava, chorava, as lagrimas tomavam conta do seu rosto)
-Você sabia onde ela estava domingo?
-Me passa o endereço do hospital, quero ver minha amiga. Conversamos aí, entendo sua preocupação mas
acho que eu não posso ser culpada.
-Ela esta na UTI do hospital central de Salto. É o único que trata casos complicados assim.
-Estou indo para aí agora! Poderia deixar esse celular ligado ou me passar o seu para que eu me comunicasse quando estivesse chegando?
-Claro! Me desculpa qualquer coisa. Estou desesperado.
-Certo! Vou correndo para aí.Lavínia estava em casa, se jogou no sofá aos prantos.
Por que aquilo estava acontecendo? Por que? Não sabia nem se conseguiria
dirigir, mas iria, precisava ver como Sofia estava.
Se sentia culpada, afinal ela estava voltando de sua casa e ela poderia ter impedido.
Ligou para Valentina:-Alô, Valentina?
-Oi, quem é?
-Professora Lavínia.
-Oi prô, como você tá. Aconteceu algo?
-Onde você e Duda estão?
-Estamos no shopping.
-Posso ir buscar vocês agora? Ligo
para os seus oais, só não posso ir até Salto sozinha.
-Como assim? O que aconteceu?
-Sofia, ela...(desabou em choro)
-O que aconteceu?
-Ela sofreu um acidente, domingo indo embora da minha casa.
-Meu Deus! Como ela está?
-Na UTI, mal, muito mal. Eu preciso vê-la Valentina, preciso mas tenho medo de ir sozinha, alguma de vocês pelo menos podem ir comigo?
-Vem aqui, vamos resolver isso.
-Estou indo.Lavínia tomou um banho rápido e correu para o carro.
Chegando no shopping pegou as meninas mas deixou Valentina em casa, achou melhor pois se os pais a vissem junto com Duda iria complicar a situação.
Duda ligou para os pais que aceitaram numa boa.
No caminho:
-Lavínia, calma ok?
-Duda, eu não sei o que fazer. Estou
com tanto medo, tanto medo.
-Vai dar tudo certo.
-Ela estava em casa, ela veio me ver,
a culpa é toda minha.
-Mas ela veio porque quis, porque sentiu vontade de estar com você, porque você faz bem a ela. Você não tem que se sentir culpada.
-Parecia que ela estava adivinhando, ela se despedindo foi muito estranho, eu deveria ter adivinhado isso.
-Aconteceu porque tinha que acontecer, não se sinta culpada.
-Eu deveria ter feito ela ficar, ela iria no outro dia de manhã. (chorando desesperadamente)
-Me abraça! Chora prô, chora mesmo, precisa por tudo para fora.
-Obrigada por ir comigo.
-Não é nem um terço do que fez por mim e por Valentina. Agora vamos! Aposto que sua presença lá fará nem para ela, para a recuperação dela. Eu via nos olhos dela o quanto ela te queria bem, o quanto gostava de ti.
-Duda, ela tem namorado.
-Oi
-Precisava desabafar isso para alguém, preciso que guarde isso tá? Só você e Valentina sabem sobre mim.
-Fica calma, não tenho o direito de contar isso para ninguém.
-Foi tudo tão rápido sabe, nos conhecemos em um chat, desabafamos, ficamos amigas, amigas, não
sabia que ia rolar tudo que rolou. Ela me contava no chat como estava seu relacionamento, em como o namorado dela era ciumento e aquilo
sufocava ela. Eu queria "escutar", não sabia que íamos ficar, que ia rolar tudo que rolou. Não sou lésbica, nem ela.
-Lésbica? Vocês se gostam, não se rotulem, se apaixonaram uma pela outra e não pelo sexo.
-Eu sei, mas não me importo também, eu só sei que ficaria com ela para sempre.
-Não chora, vai ficar tudo bem.
-Vai sim, ela vai acordar, ela vai...
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Minha Amiga Virtual (Lésbico)
Любовные романыDuas jovens, uma professora, recém formada em Letras e uma estudante de Direito. Ambas com problemas em relacionamentos, uma por falta de um e a outra por excesso de atenção do namorado se encontram em um site de relacionamentos. Desabafos a pa...