Vinicios desde cedo aprendeu as coisas que passam impune por conta de dinheiro e poder, seu pai deixava que tudo o que ele fizesse de errado passasse sem nenhum tipo de castigo, ou punição. A mãe tentava, mas sem sucesso, pois sempre foi submissa, mesmo antes do nascimento de Vinicios e de Marina. Marina era totalmente diferente, segundo o pai de Vinicios, Otávio:"Quem cria filha mulher é a esposa" e assim ela fazia, com perfeição, Marina era uma adolescente incrível, educada, carinhosa, nem se comparava a Vinicios.
Laura sentia pena do filho, não conseguia entender o porquê de serem tão diferentes, mas no fundo sabia, sabia que Otávio deixava que ele fizesse tudo o que quisesse sem consequências, pois se houvesse, ele daria um jeito de jogar a sujeira para baixo do tapete, escondeu muitas vezes dela os problemas do próprio filho na escola, até desrespeito com os professores.
Lhe partia o coração ver a dor do filho, mesmo sabendo que ele mesmo causava aquilo, que ele estaria colhendo frutos de sua imaturidade e falta de responsabilidade, saber que nessa situação o pai dele não poderia fazer nada, trazendo choque de realidade, de que Sofia se foi, que não haveria volta e que talvez se ele não a pressionasse tanto, não a sufocasse, talvez nunca acabasse, talvez ela nunca precisasse entrar em um chat conversar com alguém, porque seus amigos ele afastava.
Não tem como dizer que elas não se conhecessem, com as atitudes dele, independente de Lavinia, ele já perdia Sofia aos poucos, seu dinheiro, seu poder, seu pai não podiam manter Sofia em um relacionamento abusivo.
Laura era muito religiosa e rezava muito pelo filho, mas sabia que essa ajuda, essa força e superação tinha que partir dele.
De certa forma seus pressentimentos quanto ao filho não eram nada bom, sentia um aperto tão grande, sentia que algo não estava bom, principalmente pelo fato de ele estar trancando o quarto quando saia, não deixando nem a faxineira entrar para limpar, ele mesmo limpava, por receio dela encontrar a arma e contar aos seus pais, embora Otávio fosse conivente com suas atitudes, nunca aceitou armas dentro de casa, uma vez que perdeu seu pai para a depressão com um tiro na cabeça. Foi uma fase insuportavelmente dolorosa, difícil de superar. Tinha medo de que Laura, Marina e até mesmo ele pudesse se machucar, nunca imaginou que seu filho, que sempre passou uma imagem de tão forte fosse comprar tal objeto, mas comprou, e não iria deixar passar nada até que surpreendesse Sofia e Lavínia no aeroporto, sem pensar em mais nada, nem em pessoas que estariam no ambiente sem ter culpa de nada, e como Julia estaria junto, ele faria questão de ferir, não matar, mas ferir para que Lavinia sentisse dor, que visse como era chegar perto de perder alguém que ama como ele perdeu, Sofia, seu grande amor.
Ele não conseguia parar de pensar em quando voltariam, era incerto ainda e isso o agoniava ainda mais, queria acabar logo com aquilo, e mesmo instruído, tinha o pensamento de que seu pai daria um jeito e não o deixaria passar uma noite sequer em uma delegacia. Como se a influência de sua família, em especial do seu pai fosse acima de qualquer lei.
Era final de tarde e Marina, bate na porta de Vinicios.-Vini, posso entrar?
-Entra, claro que pode.
-Faz tempo que não em casa esse horário. Esta tudo bem com você, maninho?
-Esta sim, e você está bem?-disse bagunçando os cabelos da irmã
-Eu estou bem, mas preocupada com você, não tive um sonho muito bom contigo essa noite, e aí tenho te visto agitado, com um olhar meio triste depois que você e a Sofia terminaram, adorava ela, ela era uma pessoa incrível.
-Seu chatão aqui está bem. Lembra que me chamava assim?
-Espero que continue bem, no pesadelo você se feria, nem gosto de lembrar. Eu amo você, Vini! Jura que está tudo certo!
-Vai ficar tudo bem...-disfarçou ele.
Marina o abraçou e pediu para ficar ali com ele no quarto para que ele a ajudasse com atividades escolares, ele era muito inteligente e paciente com a irmã, nem parecia aquele homem cheio de ódio, amava a irmã incondicionalmente e ela o fazia refletir e repensar sias atitudes, pois com a irmã ele jamais iria querer algum homem como ele, perigoso, infantil e violento, ela tinha apenas 14 anos, e ele já queria protegê-la de todas as formas, mas devido à educação que o pai lhe deu, o homem podia fazer tudo, como ele fazia, só que com sua irmã a história era diferente.
Marina terminou as atividades, desceu, estourou pipoca e voltou para o quarto dele, parecia pressentir, queria ficar junto com o irmão. Colocou um filme para os dois, mesmo ele não estando muito à fim, aceitou para agradar a irmã que tanto amava.
Laura até estranhou aquilo tudo, realmente ele não passava muito tempo em casa durante aquele horário. Aproximadamente 21:00 Marina pegou no sono e Vinicios não quis acorda-la, indo dormir no quarto de hospedes, onde logo pegou no sono também, mesmo com a cabeça cheia de tensão.
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Minha Amiga Virtual (Lésbico)
RomanceDuas jovens, uma professora, recém formada em Letras e uma estudante de Direito. Ambas com problemas em relacionamentos, uma por falta de um e a outra por excesso de atenção do namorado se encontram em um site de relacionamentos. Desabafos a pa...