Reação

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Sara escuta um estrondo forte, talvez o portão ou a porta praticamente sendo derrubado, de tanta força com que foi fechado.

Sofia passa pela sala do sobrado feito uma bala, sem ao menos dar oi para os pais que estavam na sala assistindo tv e assustados com o barulho e sobe correndo as escadas indo direto para seu quarto, chorando em silêncio para que seus pais não a questionassem, mas foi em vão, depois de passar feito uma bala quase caindo naquelas escadas e quase derrubando o portão quando chegou da faculdade(mais cedo por sinal) sua mãe obviamente iria até o quarto saber o que houve.

Ao subir as escadas, Sara ouviu um grito abafado vindo do quarto escuro de Sofia, abafando o ruído com o travesseiro, ela gritou, gritou tentando colocar toda a raiva que estava de Vinícios para fora.

Alguém bate na porta e esse alguém é Sara, preocupada com a filha.

-Sofia, to preocupada contigo, filha. O que está acontecendo?

-Me deixa sozinha, mãe! Eu só quero ficar sozinha, por favor. Depois conversamos, mas agora não é o momento, por favor.

-Destranca essa porta!

-Eu já disse, quero ficar sozinha! -gritou Sofia em alto e bom tom para que a mãe a deixasse em paz.

"Oi querida! Está vendo essa imagem? Lindo casal, não é verdade? Reconhece essa pessoa? Sua linda morena, com uma linda loira, no aeroporto, viajando para curtir com a nova e linda namorada enquanto você joga tudo para o alto, e me deixa depois de três anos para se aventurar nesse relacionamento promíscuo com essa lésbica nojenta. Ela parece estar muito bem. Já você, aposto que deve estar chorando em silêncio para mostrar que é forte. Não é sempre isso que faz?

Pois bem, pense bem nas suas escolhas, esse mundinho podre que você escolheu é assim; pessoas trocando as pessoas como trocam de roupa íntima. Você achou que seria a única na vida dela? Achou que teria exclusividade? Você foi só mais uma!

Beijos, Vini. "

Sofia estava na faculdade, quando recebeu essa mensagem dê Vinícios e em anexo continha algumas fotos de Lavínia e Thais, juntas trocando carinhos.

Aquilo doeu, doeu tanto. Talvez por isso não quis ouvir o que ela tinha para falar, por isso não se importou mais. Tinha os motivos dela, deve ter esperado por mais de cinco meses por ela, mas sua mãe, seu namorado fizeram questão de arruinar tudo. Lavínia tinha o direito, merecia ser feliz, mas ela ainda não estava preparada para aceitar isso. Não era possível que ela não pudesse ao menos escuta-la.

Tudo que conseguia pensar era em como chegar até ela, como fazer para que ela desse ao menos um minuto de seu tempo, mesmo que estivesse namorando.

Sara batia insistentemente na porta até que o pai de Sofia grita lá da sala:

-Bem, você nunca foi jovem? Deixa a menina, ela quer ficar sozinha, deve ter tido algum problema na faculdade ou com algum namorado. Deixa ela quieta, Sara.

-Eu sou mulher como ela, deixa que da minha filha cuido eu.

-Mãe, me deixa em paz. Escuta o papai, não quero falar com você agora.

Era desconfortável, doía ver Lavínia com Thais, mas no fundo entendia que Lavínia era uma mulher livre e uma hora isso iria acontecer, ela era, aliás, é linda, inteligente, dedicada e independente, fora o carinho com que ela trata as pessoas, sem igual, qualquer um se encantaria ou se apaixonaria, não seria novidade ela estar acompanhada.

Ela não deixaria isso assim, precisava lutar, mas como, como fazer para que Lavínia a escutasse, já que o último e-mail ela não deu nem espaço para que ela falasse. O que fazer? Ir até lá? Procurar a escola que ela trabalha?

Minha Amiga Virtual (Lésbico)Onde histórias criam vida. Descubra agora