Perigo

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Chegando a casa de Julia elas se sentem mais segura, não que houvesse segurança, de fato, porque o detetive de Vinicios havia seguido as duas, mas elas se sentiam seguras pois nem perceberam que tinha alguém observando os seus passos.

A mãe de Julia já se encantou com Sofia de cara, amava quando Julia levava amigas para que ela conhecesse, era uma forma de estar mais próxima da filha e conhecer bem as pessoas com quem ela se envolvia, preocupação normal, de mãe.

-Mãe, vamos subir para o meu quarto tá?

-Tudo bem, fillha, não querem levar algo para beliscar, um suco, sei lá...

-Não mãe, obrigada, já comemos no shopping.

-Tudo bem, qualquer coisa me chamem.

-Obrigada, mãe. Te amo!

-Também amo você.

Elas conversaram por aproximadamente duas horas, até que o celular de Sofia toca. Era Lavínia e no momento em que iria atender, sua bateria acaba, pensou em pedir para Julia ligar de volta para ela, mas achava que seria abuso, mas nem foi necessário pedir, por Julia já imaginava que seria Lavinia a ligar para ela.

-Sua bateria acabou? Era a Lah?

-Era, acabou justlamente na hora que eu iria atender.

-Putz, que merda. Liga do meu, ela vai achar que aconteceu alguma coisa.

-Me faria esse favor?

-Claro, estou tão preocupada quanto você, quero saber como ela está.

-Obrigada.

Assim que ia discar o número de Lavínia, que provavelmente imaginou que a bateria tivesse acabado, o celular de Julia já chamou. Sofia atendeu afliita.

-Meu amor, como você está? Eu não aguentava mais tanta espera. Você tá bem? Preciso te dar um abraço.

-Ai amor, foi horrível, meus pais, e principalmente a minha mãe me disseram coisas horríveis, nunca imaginei escutar essas coisas logo deles que deveriam me amar e me apoiar do jeito que eu sou. Eu estou muito magoada.

-Eles foram embora?

-Foram, com raiva de mim-soluçava de tanto chorar-acho que nunca mais vão olhar na minha cara novamente depois de tudo aquilo que me disseram.

-Meu amor, estamos indo para sua casa, fica calma, por favor, isso vai passar, essa raiva vai passar e mesmo que eles nunca venham a aceitar, vão passar a te respeitar um dia, não tem outra escolha, você é a única filha deles, não vão ficar o resto da vida de cara virada para ti, é impossível.

-Sei lá, só sei que eu estou no chão e morrendo de vergonha do que ela fez.

-Não precisa ter vergonha, fica calma, estamos indo para a sua casa, ok?

-Tá...-desligou sem dar tchau de tão transtornada que estava.

É injusto o que os homossexuais passam diariamente em suas casas, único lugar onde poderiam se sentir seguros e ganharem apoio costumam ser os piores ambientes, as famílias costumam ser os mais preconceituosos com os seus quando descobrem que os mesmo gostam de alguém do mesmo sexo.

-Vamos Sofia, ela precisa muito da gente agora.

-Vamos.

O que elas não perceberam é que um carro ainda as seguia, era tudo o que Vinícios precisava saber, onde Lavínia morava, a partir daí, era com ele e o detetive seria dispensado. Obviamente ele não faria nada por enquanto, esperaria algum tempo, até alguns meses se fosse preciso para que não levantasse nenhuma suspeita.

Minha Amiga Virtual (Lésbico)Onde histórias criam vida. Descubra agora