Mais um dia

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Sara e Lavínia conversaram muito sobre Sofia para que o tempo passasse até que o médico liberasse a visita.
Lavínia mal via a hora de poder pelo menos vê-la, tocar mesmo que
com todo o cuidado do mundo em em suas sensíveis mãos.
Queria mesmo era que ela levantasse dali abrisse aquele sorriso largo e lindo que tinha e a abraçasse, mas sabia que isso ainda estava longe de acontecer.
Como eram boas as lembranças que ela
tinha do fim de semana.
Não dava pada acreditar que aquela mulher linda dormindo em sua casa era a mesma Sofia em coma em uma cama de hospital.
Vinícios ainda não havia aparecido, o que deixava Lavínia mais a vontade.
Estava aérea até que Sara interrompeu seus pensamentos.
-Minha filha, você está bem?
-Estou sim. Só preocupada, não vejo a hora de ver Sofia.
-Eu também e ainda bem que o Vinícius não veio, nossa ele não respeita horários, não quer saber se tem mais pessoas para visitá-la, ele simplesmente entra sem querer saber de nada.
-Chato isso né?
-Muito! Minha filha já não estava mais aguentando e de uma semana para cá estava pior ainda, ela o evitava. Não sei se esse relacionamento ia para frente.
-Coisas de casal, uma hora ou outra se acertam.
-Conheço Sofia, e duvido muito sabe, minha filha tem gênio forte e não aceita que controlem ou mandem nela e ele tentava fazer isso o tempo todo.
Uns dias atrás ele marcou passagens para Porto Alegre, sem ao menos saber se ela queria. Você acha que ela foi?
-Foi?(Lavinia já sabia do ocorrido mas preferiu não levantar suspeita)
-Não, claro que não. Ela é muito responsável, jamais deixaria sua faculdade, seus compromissos para ir atrás  dos dele.
-Mas nesse ponto ela está certa, fez certo em não abandonar suas coisas por puro luxo de viajar, não surpreende essa atitude dela, ela é super centrada quando quer algo.
-Tem que ver o dia que ela saiu daqui sábado de madrugada e nem para mim disse onde ia, para você ver como ela é teimosa, ela nem me falou nada, só me ligou domingo a tarde. Esse dia ele ficou louco, ligava em casa a cada 20 minutos, não me dava paz. Ela estava voltando para casa quando o acidente aconteceu.(Sara fez uma cara de triste, abatida)
-Ela é forte, não vai nos deixar. (abraçou forte Sara)
-Acho que ela queria fugir um pouco dele sabe, respirar e no entanto, olha a situação da minha filha, respirando com ajuda de aparelhos. Ela tem que voltar, não consigo sem a minha menina.
Lavínia abraçou Sara e logo fodam interrompidas pelo médico que veio trazer notícias.

-Boa tarde Sra.Sara, boa tarde senhorita. Meu nome é Eduardo e hoje estou responsável pelo tratamento de Sofia, seu quadro ainda é de risco mas estamos fazendo o possível para que ela reaja. Ela estava reagindo melhor aos medicamentos até hoje de manhã, no entanto a partir das 11 ela novamente esta regredindo. Hoje não...

Enfermeiras correram para dentro do quarto chamando pelo médico que nem conseguiu concluir o que estava explicando a Sara e Sofia.
Ele imediatamente entrou na uti onde Sofia estava.
Sara ficou desesperada:

-Lavínia, aconteceu algo com minha filha. Meu Deus, salva a minha filha.
-Eu, eu não sei como agir. Calma, por favor, vamos rezar por ela, ela vai ficar bem. (Disse Lavínia com a voz embargada, voz de choro, tentando se  manter forte para dar força a mãe de Sofia)

Lavínia ouviu uma das enfermeiras lá dentro falando em parada cardíaca e se desesperou.
Foi correndo ao banheiro e começou a socar a parece machucando toda a mão.
-Por que? Por que? Minha culpa, por minha causa ela foi lá. Porque não impedi que saísse de noite da minha casa.
Novamente bateu na parede e agora encostou na parede e foi se entregando, caindo aos poucos, escondendo o rosto entre seus joelhos, abraçava os joelhos, chorando feito uma criança. Conhecia Sofia a pouco tempo, mas estava tão envolvida, tão apaixonada, não poderia perde-la.  Lágrimas rolavam e ela ficou ali, por 40 minutos, chorando no banheiro, até que uma enfermeira a chamou e deu um copo de água a ela.
-Hey, você está bem?
-Não quero perder minha amiga, ela não pode deixar a gente.
-Sofia?
-Ela mesmo, ela não pode se entregar.
-Ela não se entregou, ela teve uma parada cardíaca mas conseguimos reanima-la, a Sofia é forte. Vai lá, já tá quase no horário da visita. Ela é uma teimosa muito forte.
-Ela tá bem?
-Não posso dizer, bem, mas ela está melhor do que a uma hora atrás.
-Moça, muito obrigada, você não tem noção do alívio que sinto, tenho tanto medo de perdê-la.
-Eu sei sim, quase perdi a minha namorada.
-Como? Eu...
-Sim, namorada, ela enfartou a dois anos atrás e eu pensei que fosse morrer sem ela, mas ela reagiu, está firme e forte, e comigo. Ela é sua namorada?
-Nã...não, ela tem namorado. (gaguejou Lavínia)
-Humm, entendi, fica tranquila, pode confiar em mim. Ahh, prazer, meu nome é Carla.
-Prazer, Lavínia.
-Levanta essa cabeça tá. Ela precisa de
você.
-Carla, muito obrigada.
-Não precisa agradecer.
Lavínia abraçou a enfermeira e saiu correndo para o corredor onde Sara estava com as mãos no rosto, com a cabeça para baixo.
-Sara, te trouxe uma água.(disse entregando a garrafa para ela)
-Daqui 15 minutos podemos entrar.
-Que bom.
15 minutos depois.

Minha Amiga Virtual (Lésbico)Onde histórias criam vida. Descubra agora