Desculpada ou Não?

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-Eu não estou acreditando nisso, do que me chamou? Me chamou de Thais e ainda me chama de louca?

-Sofia, calma, me desculpa. Não foi intencional, me desculpa, por favor.

-Nossa, que ódio! Além de ter que ler que a sua melhor amiga me odeia ainda tenho que escutar você me chamar pelo nome da ex, que ela ama e quer que você fique junto. Eu não sou obrigada a ficar passando por isso.

-Quer que eu faça o que? Ajoelhe e implore perdão? Eu chamei você de Thais, sim, chamei sem querer, ela foi bem presente na minha vida enquanto eu e você ficamos sem contatos, que não foram dias e sim, cinco meses, mas isso não significa que eu esteja trocando o nome porque estou pensando nela com outras intenções ou por maldade, é costume mesmo. Você nunca chamou seu irmão ou alguém pelo nome de um amigo? Que drama! Me desculpa, é só o que posso pedir no momento. Você está com ciúmes, eu sei, mas não precisa ter meu amor.

-Grossa! Bom, eu vou tomar banho, já deu por hoje.

Sofia se levantou do sofá, de cabeça baixa e Lavínia pegou em sua mão já tentando impedi-á de sair da sala.

-Ei, vai ficar de cara virada para mim? Vem cá, conversar é bom sabia?

-Conversar? Você me chama de Thais e ainda acha que eu devo ficar feliz? Precisa falar desse jeito comigo? Eu não quero que implore nem nada, só quero que se um dia eu te chamar de Vinícios você me diga o que sentiu, ok?

-Não é uma comparação que se faça. Aquele idiota nem se compara a Thais, se a conhecesse saberia que...

-Que o quê? Vai ficar a noite inteira se explicando e a defendendo e elogiando na minha frente, me poupe dos detalhes. Eu não vim até aqui para isso!

-Sofiaa! Volta aqui, poxa. Vamos estragar nosso fim de semana por causa de uma bobeira dessas?

Sofia finge que nem escuta e vai a passos largos para o banheiro. Lavínia prefere esperar alguns minutos antes de ir até ela, ela estava extremamente brava, não iria dar ouvidos, seria tentar dialogar em vão. Ela não esperava que Sofia fosse tão ciumenta, mas até estava achando fofa, aquela crise toda de ciúmes de Thais que ela estava.

Ela ficava linda, até mesmo brava, de cara fechada e aquele "bico" enorme de criança que a mãe negou um chocolate no supermercado.

Sofia não trancou a porta do banheiro e Lavínia entrou, sem bater na porta e em silêncio, para que ela não percebesse.

Ela estava embaixo do chuveiro, de cabeça baixa e parecia chorar, não era muito o feitio de Sofia ser sensível assim, mas estava em uma fase hard de tpm na qual ficava triste ou nervosa por qualquer motivo e por sorte Lavínia estava sendo bem calma e sabendo lidar com isso.

Assim que viu Sofia daquele jeito despiu-se silenciosamente, abriu a porta de vidro e entrou, abraçando Sofia por trás, beijando seu pescoço e envolveu sua cintura com os braços, deixando-a totalmente presa.

-Eu não vou deixar você ficar magoada assim comigo. Será que poderia dividir o chuveiro comigo?

-Eu...eu tenho tanto medo de...

-Shhhhh...-Sussurrou Lavínia no ouvido de Sofia, impedindo-a que terminasse a frase apertando seus lábios com o dedo indicador-Você não precisa ter medo de nada, não precisa se sentir insegura com nada. Eu sou tão sua, você é tão minha e eu não saberia ser de mais ninguém. Eu te amo, Sofia e não importa qual seja o nome que eu possa te chamar, você deve confiar em mim. -entre uma palavra e outra, sua voz era abafada pelos beijos que distribuía nas costas de sua amada que nesse momento já se derretia toda e se encostava na parede, querendo resistir ao charme, ao toque, à pegada de Lavínia. -nada nem ninguém pode diminuir o que estou sentindo agora, é por você que sinto, é com você que sinto e somente você pode me fazer bem assim. Eu nunca mais deixo você sair por aquela porta magoada comigo ou com assuntos mal resolvidos. Está ouvindo? Vem cá, ciumenta minha.

Minha Amiga Virtual (Lésbico)Onde histórias criam vida. Descubra agora