Acidente

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Sofia estava dirigindo atentamente, feliz pelo fim de semana que teve.
Lavínia era mais que uma amiga para ela, mas existia Vinícios e isso ela não poderia sustentar por muito tempo, essa situação uma hora ou outra iria sufoca-la.
Por um lado a doce Lavínia, sua morena, que em apenas dois dias te conquistou de tal forma, que ela não acreditava. Ela simplesmente se desconhecia, não acreditara em tal apego, tal carinho em demasia
por alguém que pouco conhecia, mas Lavínia a conquistara e ela não estava nenhum pouco preocupada em abafar esse sentimento.
Sabia que seria algo desconfortável no começo, por uma infinidade de fatores, família, sociedade, Vinícius, muita, muita coisa. Mas se um dia tivesse certeza de seus sentimentos, assumiria o risco sem medo. Sempre foi determinada, sempre foi dona de si, sem deixar, jamais, alguém lhe dizer o que deveria ou não fazer.
Lavínia lhe mostrara em tão pouco tem
um carinho tão grande, ela via nos olhos de Lavínia tanto amor, um carinho que jamais sentira antes. Era simples, doce, sem cobranças, era sutil. Isso que a deixava mais encantada.
Sofia sabia que Vini a amava, que era louco por ela e ela o amava também, amava, agora não sabia o que sentia, até poderia ser amor, mas amor verdade deixaria que algo levasse a traição?
Vinícios a ajudou muito, apoiou muito, sempre fez o possível e o impossível para agrada-la, para socorre-la seja qual fosse a situação, mas no último   ano ja estava sufocando, prendendo demais. O relacionamento estava caindo na rotina, que ele criou, de jantares, reuniões, viagens que ele a levava, planejava achando que seria bom para ela, mas que no fundo nem pedia a opinião para saber se ela realmente queria, se estava a vontade, se estava bem para ir.
Ela assim como todo mundo tem aquele momento em que quer ficar só, em que quer escolher que seja o lugar que quer ir, mas ele simplesmente ignorava, julgando que aquilo fosse o melhor para eles, ele na verdade, porque para Sofia nem sempre era.
No fundo Sofia sentia um enorme peso na consciência, afinal, ela ainda lhe devia alguma explicação, eles oficialmente ainda eram namorados. Como? Como iria falar sobre isso? Deveria mesmo falar? Será que não era cedo demais?
Chutar o balde assim era muito arriscado. Ela via sentimento por ela estampado no olhar de Lavinia, era nítido, transparente demais, mas será que o suficiente para contar?
Parou no meio do caminho para abastecer e ligou o celular.
-Seja o que Deus quiser!
7 sms's de Vinícius e um de Lavínia e então ela resolveu ler o de Lavínia primeiro.

...
"Minha menina, quanta falta você faz! Seu cheiro está em meus lençóis, minha blusa, em todo lugar. Você não sai do meu pensamento. Não esqueça de me avisar quando chegar.
Boa noite!
Lah
P.s: Adoro você!"
...
"Estou abastecendo, chegando em casa te aviso, fica tranquila...Ah! Também adoro você, minha pequena!"

...

Após encher o tanque, Sofia travou o carro e foi até a conveniência comprar uma água, estava morrendo de sede.
Ao abrir a geladeira, tudo começou a rodar, sua visão ficou turva, escura, uma náusea angustiante lhe acometia, mas o desespero maior foi quando começou a se sentir fraca, e as pernas bambas.
Sofia perdeu os sentidos e desmaiou, apagou no meio da conveniência, deixando sua bolsa cair e a água já aberta caindo sobre seu corpo, molhando-a toda

-Hey moça você está bem?(Disse um cliente que estava do lado que fingiu-se preocupado mas logo furtou seu celular.)Alguém ajuda aqui essa moça desmaiou!(e foi embora)
-Mocinha, acorda! O que aconteceu?(gritava a mulher do caixa, dando tapinhas de leve no rosto de Sofia e molhando seu rosto)
-Eu, eu...o que aconteceu?(disse Sofia depois de ficar uns 2 minutos desacordada)
-Qual seu nome?
-Sofia, quem é você?
-Eu trabalho aqui, sou a Juliana, você desmaiou. Chamei uma ambulância, você estava gelada, caiu dura no chão.
-Não, não, estou bem, cancela por favor. Eu preciso ir, cade minha bolsa e meu celular?
-Sua bolsa está aqui, seu celular está com aquele moço que estava aqui, você não o conhece?
-Não conheço ninguém aqui, tudo bem.  Eu preciso ir, infelizmente as pessoas se aproveitam de toda situação né?
-Espera algum médico chegar, e posso chamar a polícia  também  para puxarmos aa câmeras e ver quem foi.
-Não vou recuperar meu celular agora, depois faço um b.o. Quanto ao médico, cancela a ambulância, estou bem, não precisa. Muito obrigada por se preocupar. Quanto fica a água e essas cervejas que derrubei e quebrei quando desmaiei? Se quiser posso limpar tudo.
-Não precisa limpar nada, você precisa descansar. Só terei que cobrar a agua e as 3 cervejas pois meu chefe cobraria de mim, mas por mim não cobraria, sei que você não teve culpa.
-Faço questão de pagar. Quanto?
-São 26 reais, senhora.
-Olha, fique com 50. Pelo constrangimento e a bagunça.
-Não posso aceitar, a senhora faria
o mesmo, não fiz mais que a obrigação em ajudar.
-Faço questão. Agora preciso ir.
-Obrigada! (disse a mulher com lágrimas nos olhos)
-Eu quem agradeço, Deus abençoe a senhora.

Minha Amiga Virtual (Lésbico)Onde histórias criam vida. Descubra agora