Let me in

Londres, 1837

16/04/1837
Meus pais dormem tranquilamente, por algum motivo eu não consigo fazer o mesmo. Aquela sensação estranha de que tem mais alguém aqui voltou, sinto-me observada por algo novamente.
Fecho a janela com esperanças de que isso passe, mas aquilo continua, meu coração acelera quando sinto algo mexer nos meus pés, não quero olhar mas aquilo persiste então desço meu olhar para os pés da cama e percebo que o meu irmão me olha assustado.
Sam:-Lauren, me deixa dormir com você?
Lauren:-Claro, deite aqui.
Sinto seus pequenos pés baterem no meu joelho e a sua cabeça vai de encontro ao meu tórax.
Lauren:-O que houve? Não vai dormir com o papai?
Sam:-A coisa que está vestindo a pele da mamãe disse que era para eu ir para o meu quarto porque ia chegar minha vez.
Lauren:-Hã? O que você quer dizer com...-minha fala interrompida por uma figura que abre a porta. A figura revela uma silhueta feminina que bate os pés com força no chão até chegar a mim. Pelo barulho, meu irmão mais velho Joe chega.
Joe:-O que está acontecendo aqui?
XxXx:-vai para seu quarto, agora! -diz A coisa com a voz desumana.
Joe segue em direção a coisa e aquilo joga-o longe fechando a porta em seguida. Joe bate na porta com toda força até que o barulho para e são ouvidos gritos, depois um total silêncio.
Meus olhos estão fechados, eu choro e grito por socorro enquanto abraço Sam. Aquela coisa se aproxima de mim, posso sentir sua respiração.
XxXx:-Está tudo bem agora eu estou aqui.
Aquilo me abraça, abro os olhos devagar e percebo que é a minha mãe. Tremo dos pés a cabeça e empurro aquilo, puxo Sam e tento correr, Mas minha mãe segura meu braço.
Clara:-Já vai? Mas agora que a brincadeira tá começando!
Aquilo me segura pelo pescoço e me levanta do chão.
Lauren:-Sam...c...c...corre-disse com muita dificuldade.
Minha mãe me atirou na parede com uma força inimaginável e Sam correu para debaixo das cobertas.
Tento com todas as forças restantes me mover, mas ela percebe.
Clara:-você quer fugir anjo? Mas a mamãe te trata tão bem! Vamos dar um jeito nisso.- sua voz mudava conforme a fala.
As madeiras da parede entortaram e de lá saíram enormes pregos enferrujados, aquilo me segurou na parede e algo abriu meus braços e juntou minhas pernas, logo aqueles pregos vieram a toda velocidade até minhas mãos e pés, rasgando a carne e os músculos e atravessando a madeira. Meu sangue escorria pelos meus membros e caia no chão, eu estava crucificada. Minha mãe veio até mim.
Clara:-Eu vou te purificar meu bebê! Vou tirar esse demônio de você.
Lauren:-O que você está falando?Mamãe por favor, não faça isso! Mãe!
Clara:-Filha, sua alma agora vai ser minha, eu vou te purificar.-seus olhos ficaram negros e ela balbuciou palavras em outra língua.
Ela baixou e melou seu dedo no meu sangue, rasgou minha camisa e fez um símbolo com o sangue na minha barriga.
Clara:-Vai ficar tudo bem agora!-disse ela acariciando minha cabeça- Vou fazer com que você não veja isso!
Logo os dedos dela pegaram fogo e uma chama foi proferida aos meus olhos, essa chama queimava lentamente, me fazendo sofrer cada vez mais, um ardor insuportável fazia com que eu me movesse e rasgasse cada vez mais minha pele. Essa chama que queimava meus olhos agora parecia estar dentro do meu corpo queimando tudo que lá havia.
Clara:-Só falta mais um pouco princesa!- ela ria de um modo sarcástico e nojento enquanto me torturava.
Lauren:-Mãe pare por favor!- esforçava-me para falar.
Clara:-Não filhinha, só falta mais um pouco!
Uma dor insuportável se instalou nas minhas mãos e pés, meu corpo estava sendo puxado para frente por algo. Sentia os pregos se movendo pelos meus membros, dilacerando minha carne.
Fui jogada no chão, sem forças para me mover meu rosto permanecia de encontro a madeira fria. Pensava que finalmente ela havia acabado, até que sinto a pele das minhas costas sendo cortada e rasgada, vários golpes são diferidos, parecia que 1000 facas haviam sido jogadas nas minhas costas, o sangue jorrava e escorria pela minha costela.
No momento só estou rezando para que estudo isso acabe logo, que seja só um pesadelo, até que ouço a voz do Sam ele grita desesperado por mim, não consigo enxerga-lo, reúno todas as minhas forças mas não consigo nem sequer mover minha cabeça.
Lauren:-Sam!-grito com minhas últimas forças.
Sam:-Lauren, me ajuda! Socorro Lauren! Lauren!
Eu sinto meu coração parando, tudo está se perdendo o som da sua voz está ficando mais baixo....
17/04/1837
Família Jauregui é encontrada morta por parente distante.
O Sr. Styles, tio avô do pai da família, chegou de viagem e decidiu visitar o sobrinho, ao perceber que não abriam a porta ficou preocupado então entrou mesmo assim, ficou horrorizado ao ver o filho mais velho da família Jauregui, Joe Jauregui, desmembrado e com suas pálpebras costuradas, ao subir e entrar no quarto do casal, viu seu sobrinho sentado na cama, sua cabeça havia sido arrancada e estava em seu colo, com os olhos abertos ele olhava para a porta com uma expressão de medo, no banheiro havia a esposa, Clara Jauregui, com uma arma na mão e facas, seus dedos haviam sido cortados e com seu sangue ela havia escrito "Ela vai voltar" no espelho,em sua cabeça havia uma marca de bala,ao entrar no quarto da filha do meio, havia Sam Jauregui, o filho mais novo de 5 anos, ele estava pregado no chão e suas mãos haviam sido costuradas, ele estava em posição de prece, em sua cabeça havia sido costurada uma coroa e nas suas costas asas feitas de tecido, a perícia descobriu que tudo isso havia sido feito enquanto ele ainda estava vivo, além disso, no chão havia escrito com seu sangue "Vós anjos retornarão do sangue".A polícia ainda procura o corpo da filha do casal, Lauren Jauregui continua desaparecida e é a principal suspeita do crime.