No ritmo do sol

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Acordei com o sol? não.

Acordei com minha mãe cantando na sala ao passo que "varria" a casa, ela girava de um lado para o outro usando a vassoura de microfone.

Ao meio daquela bagunça me vejo incapacitada de levantar já que havia um muro imenso de roupas ao meu redor 

-Mãeeeeee, me tira da qui 

-Perai que eu to na melhor parte- era só o que me faltava 

Junto todas as minhas forças e começo a me debater na cama, as roupas iam caindo no chão e eu me livrando delas 

-Mãe se ta doente, por que se ta limpando a casa?

Faço essa pergunta me dirigindo a geladeira o comudo mais usado por mim 

-Eu sou uma excelente dona de casa sabia?

Olho para ela com ironia, aquela cara tipo: "Não você não é"

-Mais tarde podemos ir em algum lugar, que tal?

-Pode ser- respondo sem interesse  

Eu deito com as pernas pro alto no sofá, minha mãe faz cara feia e diz:

-Você bem que podia me ajudar!

-A casa e sua velhota 

- Aeeee...

Ela pula em cima de mim e começa a fazer cosquinhas freneticamente em minha barriga 

-Hahahaha...para... mãe para com isso, hahahaha

-Hahahaha você está meio enferrujada filha 

Ela para e junto a mim deita do meu lado no sofá, duas idiotas de ponta cabeça, pensava eu 

-Que tal largarmos essa casa suja mesmo e irmos vadiar por ai 

-Ué não e você a incrível dona de casa biônica

-Eu nunca disse que era biônica, e ficar em casa me faz parecer velha

-E você não é?

-Cala boca 

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Passado um tempo eu e minha mãe saímos de casa com capacete e jaqueta na mão, o vento gelado daquela manhã poderia nos fazer mau se não nos protegermos.

-Sem skate hoje filha- Dizia ela- Hoje e de moto 

Ao subirmos no veiculo ela liga o motor e engata na primeira para sair, em pouco tempo nos já estamos em uma estrada desconhecida, as arvores parecem dançar ao nosso redor.

-Mãe, onde estamos indo?- pergunto gritando

-Eu não sei não- e a cara dela,  não saber onde estamos indo

-Você pelo menos trouxe algo pra comer?-Ela olha pra mim com cara de paisagem

-Sua cara já diz tudo mãe, você esqueceu né?

-É 

Mesmo com fome me sinto completa, mesmo sem saber aonde essa estrada leva não me sinto perdida, e muito difícil ficar de mau humor quando se está em casa, eu realmente amo esse lugar.

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Passado um tempo minha mãe para a moto ao lado de uma cerca branca, nos duas desemos do veiculo, logo me deparo com um grande campo a minha frente bem ao seu centro havia uma arvore grande com muitas folhagens.

-Que lugar e esse?

-Eu costumava vir aqui com seu pai

Fico quieta por um instante e ela continua

-Vinhamos aqui para escapar das "responsabilidade" e pra ver o por do sol 

Ficamos ali paradas atrás da cerca, eu imaginando como seria minha mãe e meu pai ali juntos, e minha mãe boiando.

-Venha vamos ver mais de perto- Eu disse, ela desperta e pula cerca 

Caminhamo até chegarmos perto da arvore, era um campo muito lindo, andamos e quando percebemos a estrada já avia saído da nossa vista

-Nossa vocês ficavam bem isolados mesmos em?

-É 

Ela está um pouco quieta demais, devia estar se recordando dos tempo que passou aqui com ele, quando cheguei bem perto não pude deixar de notar que aviam varias garrafas de vidro com diversas cores penduradas por entre os galhos da arvore.

-Haha, oque e isso? 

-Ha, costumávamos tomar refrigerante juntos aqui também, depois amarrávamos as garrafas nos galhos para que o sol as fise sem brilhar , era lindo e tranquilizador ver os raios de sol passarem por entre...

-Hum? 

-Olhe

Eu olhei em direção a arvore, e realmente, parecia magico, as garrafas realmente brilhavam por entres as varias luzes que passavam, o campo era florido e algumas das petá-las voavam de acordo com o vento, que as tiravam do lugar vazem do as voarem e rodopiarem pelo ar.

Minha mãe diante tudo aquilo olhava fascinada, era como se pu desemos ver e ouvir as risadas e brincadeiras de dois jovens apaixonados.

-Naquela época - minha mãe quebra o silencio com sua voz meio roca- Naquele época era como se o tempo não existisse- ela fala com uma pontada de tristeza, eu pego sua mão e ela olha pra mim

-Então vamos fazer com que ele não exista, mãe 

Ela segura minha mão com força e eu a puxo junto  fazendo a correr comigo pelo campo, tudo naquele momento nos conectava, nossas mãos, a terra, o céu e mais que tudo isso, nossas lembranças, as lembranças que minha mãe guardara no coração e nunca deixara elas de lado, mesmo que elas as tenham deixado.

Juntos rimos e corremos pelo campo, rodando e dançando ao mesmo tempo, foi divertido e aquecedor, ao longo dessa estranha dança eu acabei tropeçando em meus pés  e caindo, levando minha mãe junto comigo 

-Hahahahahaha- Caímos na risada, e quem não riria, essa cena cômica nunca mais sairia de minha cabeça  

-Hahaha, filha você não serve pra dançar  Hahaha 

-Hahaha eu sei- elogio, ou não 

-Mas você... dança no ritmo do sol 

-Hã no ritmo do sol- Eu sentei na grama, o sol iluminava meu longos cabelos avermelhados, fio a fio.

-Sim no ritmo do sol, no ritmo do meu coração.


Valentine apenas uma princesaOnde histórias criam vida. Descubra agora