-Ei... voce não devia ter dito aquilo!
-Por que?
-Você sabe o que ela pode fazer?
-Me atacar com um ursinho de pelúcia? A por favor Marlon ela é uma criança
-E é por isso mesmo, ela pode fazer as pessoas ficarem contra voce por causa daquela "fofura"
-Não sei não vadia do jeito que ela é
-Não fale assim da minha prima! -eu acho que ele ficou bem bravo
-C-calma cara
-Não eu não me acalmo, achei que seria divertido com voce aqui mas pelo viso voce só sabe arrumar briga com as pessoas
-M-mas... eu só...
-Ah... já chega, eu tenho que fazer sala para os convidados, fique aqui fora, eu não falo nada para sua tia
-Por que eu tenho que ficar aqui fora?
-Por que voce já está começando a me envergonhar
Ele falou baixo mas eu ouvi tudo, sei que causei muitos problemas para ele mas...
-A é, então tá, volte para a sua "festinha" e dance com sua prima tesão a noite inteira não me culpe se ela vomitar arco- iris em voce!
-Q-que, isso não tem nada a ver!
-Eu sei mas eu não sabia o que falar -vou pisando duro no chão pelo gramado, Marlon havia me puxado para conversar fora do salão, era um outro jardim a lua iluminava no céu e meu coração parecia frio como a brisa noturna, Marlon e tão...tão...
Arranco os saltos de meus pés e jogo para não sei onde, meus pés estão finalmente livres para correrem e fugirem novamente do que as pessoas chamam de responsabilidade. Por que me sinto tão frustrada? minha vontade e de voltar até Marlon e pedir desculpas, coisa que eu nunca faço, mas meu orgulho estupido sempre me faz correr, correr sem rumo.
Arranco o vestido de mim, aquela coisa estupida que não passa de um pano faz me sentir tão... falsa. Abaixo do tecido feminino está escondido outro, eu não havia notado ele antes, é como uma camisola rodada, leve e macia. Debaixo de meu pés a grama gelada roça em meus dedos nus, levanto a cabeça e noto que logo a frente a uma entrada com um arco florido, paro em frente a entrada, é um labirinto com muros feitos de folhas bem escupidas, seja o que for o que tem no final do labirinto e melhor do que aquele salão com pessoas falsas, estou começando a achar que Marlon é igual a elas.
Entro no labirinto desconhecido, até que é bonito, algumas rosas brancas o enfeitam, piso em algo macio, me abaixo para ver melhor o que é, um paleto?! e é de criança.
-O que isso faz jogado aqui?
Ouço um ruido, me levanto rapidamente assustada, são passos apresados, vou seguindo o ruido pelo labirinto me esgueirando em corredores, passagens e tuneis pequenos, eu não estou sozinha.
Para no meio de outra entrada, e o fim do labirinto, vou dando passos vagarosamente calmos, no fim do labirinto tem uma fonte afinal, me aproximo mais e percebo que na água boia algumas pétalas das rosas brancas que vi anteriormente inclusive uma gravata, também pequena.
-Nossa a criança dona dessas roupas está realmente se despindo
Acho que perdi os paços, deve ser algum bicho qualquer. Subo em cima da borda da fonte, a noite está realmente linda, uma brisa fria sopra e arrepia minha pele branca e afasta meus cabelos vermelhos dos ombros.
-V-voce é um anjo?
-Hã? - que susto,ouço uma voz infantil atrás de mim, corro os olhos pelo lugar escuro até me deparar com a figura de um garotinho de seis anos, sua camisa branca estava amarrotada e suja de terra, as calças um pouco largas nele estavam dobradas até as canela e ele possuía um graveto nas mãos.
-Então? voce é um anjo?
-Sim -digo entrando na brincadeira- eu sou um anjo
-O que um anjo faz aqui?
-E que eu cai do céu, me ajuda a voltar? - não sei por que, lagrimas escorrem de meu rosto, a figura do menino fica embaçada.
-É claro que eu te ajudo não precisa chorar - sempre admirei a inocência e simplicidade das crianças, esse garotinho com certeza deve fazer parte de alguma família presente naquele salão, deve ter de tudo e o que mais está preocupado agora e em me ajudar inutilmente a voltar para um lugar em que eu nunca fiz parte.
-Qual e o seu nome anjo?
-É Valentine, e o seu jovem criança -falo formalmente afim dele acreditar verdadeiramente que sou um anjo
-Meu nome é Micah e eu sou um príncipe, eu li um livro uma vez onde o príncipe salvava as pessoas então talvez eu possa te salvar
-Haha que bom, por que voce não senta aqui comigo e fala um pouco mai sobre voce?
-Sim - ele fala animado e vem em direção a mim, ao seu lado eu ouço carinhosamente sobre sua vida, quando ele nasceu, sua comida preferida, as coisas de que não gosta, até que são compatíveis com as minhas.
-Ahaa agora entendi por que sua gravata está jogada dentro da fonte
-Essas roupas penicam em mim
-Em mim também
Ficamos um bom tempo conversando sob a luz da lua, o assunto me distraiu por um tempo, mas eu ainda estava chateada com Marlon. Ignoro meus problemas e de volta para a conversa pergunto:
-De que família real voce pertence?
-A da Victorine
-Victorine? - o sobrenome de Marlon é Victorine
-Sim
-Você por acaso conhece um cara chamado Marlon?
-Sim, sim, ele é meu irmão
-ELE O QUE??? -acabo erguendo a voz um pouco
Ouvimos passos e alguém se aproximando.
-Micah onde voce está?
Nos escondemos rapidamente atrás da fonte, olho de esgueiro, falando do diabo! Marlon estava chamando por Micah, eu não havia percebido mas os dois se parecem bastante. Micah também e loiro mas um tanto bronzeado e com um rostinho mais redondo.
-Droga o que ele está fazendo aqui
-Com certeza querendo estragar seu barato
-Exatamente, ele sempre faz isso, quando não é ele é a minha mãe
-Sei como se sente
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Após Marlon ir embora, eu e Micah nos sentamo debaixo de uma arvore do jardim, eu sentada e Micah deitado em meu colo, já estava tarde e ele deveria estar com sono.
Nunca imaginava que Marlon poderia ter um irmão, pensando bem ele fala tão pouco sobre si. Micah parece uma miniatura fofa de Marlon, e bem mais gentil talvez.
A razão por estar fugindo e a mesma que a minha. Talvez sejamos parecidos afinal.
Só que eu não sou um anjo.
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Valentine apenas uma princesa
RomanceEntre um vestido e uma coroa eu prefiro um skate, onde já de viu ? Eu ? uma princesa? me deixe ser um pouco egoísta e dizer que não estou pronta pra isso, mas me fale um pouco mais sobre o meu pai, o rei.