Estrada de Girassóis

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-EU VOU TE MATAR!!! - corro atrás da minha mãe por todos o cantos da casa, ela foge de mim tentando se desculpar 

-Calma filha, não fica assim - ela corre pra cozinha, depois para o banheiro jogando uma toalha em mim ao mesmo tempo que corria novamente para sala e pulava pelos sofás, eu acompanhava todo esse ritmo mirando minhas mãos em seu pescoço

-Desgraçada!

O homem grila entra na sala calmamente, minha mãe corre para traz dele e eu vou em sua direção, num passe ligeiro ele me pega apenas com um braço e me coloca em seus ombros me impedindo de enforcar minha mãe, objetivo principal.

-Pegou as coisas dela? - ele pergunta se virando para minha mãe, ela confirma com a cabeça- então vamos, a família real espera 

-O-onde vamos? - isso é um sequestro!

-Para Manchester, Reino Unido, a família Cristandey se  mudou para lá faz dois anos 

-Que? de novo, bando de frescurentos - minha mãe diz colocando as mãos na cintura 

O gorila foi indo em direção a porta e minha mãe atrás com duas malas.

-Ei, ei, ei ,ei, ei, ei, me coloca no chão! eu não vou pro Reino Unido, essa historia ta mal contada 

-Trato e trato filha 

-Você não ta ajudando mãe!Por que escondeu esse segredo de mim por tantos anos?

-E que eu não queria que voce virasse uma menininha enjoada filha- ela diz fazendo um gesto com os dedos indicadores, encostando eles um ao outro repetida vezes

-Que lindo mãe 

-E também por que eu esqueci!- ela da um soquinho de leve na cabeça com a linguinha pra fora

-ISSO TA MUITO ERRADO! ME COLOCA NO CHÃO, EU VOU TE MATA MÃE!!! - bato minhas pernas feito louca, não e possível eu estou sendo sequestrada 

Minha mãe nos acompanhou da porta da velha e pequena casa de tijolos até o quintal grande e gramado.

-Tchalzinho filha, não se preocupe você vai se divertir- ela acena com umas das mão e com um sorriso besta na boca 

-A quase me esqueci- o gorila volta a falar - Você vai junto Aisha

-O queeeeeeee!!! esse não era o trato 

- O trato mudou, todos pro carro

 Alguns minutos de distorção se passam e agora minha mãe e eu estamos sendo carregadas para dentro do carro.

-ME LARGA, EU NÃO QUERO IR !!!- me viro pra ela e digo:

-Sentiu o drama da criança aqui 

-Isso não e possível, estamos sendo sequestradas 

Eu aponto para um cara de cabelos castanhos também de  óculos preto

-Ei pega meu skate e minha guitarra , ta no meu quarto

-Claro princesa

Eu olho pra minha mãe e confirmo 

-Ei, eu posso me acostumar com isso  - ela vira os olhos e logo somos colocadas dentro do carro, também preto, tá tudo Dark hoje

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São duas horas da manhã e parece que estamos em um aeroporto, o gorila preto está conversando com uma mulher desconhecida em particular, minha mãe está encostada em mim, babando, ai que raiva dela, mas ela não pode evitar ter essa personalidade trocha que ela tem, estou meio sonolenta e não consigo me acostumar com o ambiente claro do aeroporto, quando será que vamos chegar? to com fome.

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Mais umas horas se passam, estou bem mais confortável agora, olho para oque parece ser uma janela, parece que estou bem mais disposta, tiro a pequenina cortina que bloqueia a visão da janelinha e lá está ele, o sol se erguendo, meus olhos brilham de acordo com aquela visão magnifica.

Olho pro lado, minha mãe, babando, que cosera na mão, por sera que eu quero bater nela mesmo? meu nível de ironia esta aumentando.

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Chegamos! Saio do jato, uau eu estava num jato e nem deu pra aproveitar, também, se eu não estivesse preste a perder minha vida e minha liberdade talvez eu teria jogado uma banana da janela lá do auto só pra ter o prazer de vela cair.

Os homens de preto vai nos indicando o caminho, primeiro um corredor, depois um elevador até chegarmos ao primeiro andar, o estacionamento, entramos em outro carro novamente, dessa vez e uma limousine branca

Minha mãe olha pra mim e canta:

-"Ela e uma princesa, e da pra se notar"- só pode estar zoando 

-Cala boca mãe!- veia chata 

Saímos do estacionamento escuro e pude ser novamente segada pela intensa luz do dia, as pessoas andavam de um lado para o outro, nunca havia visto ou pesquisado direito sobre o Reino Unido- se eu não fugisse tanto da escola- havia monumentos, centros, prédios enormes e até praças bem bonitas, mas eu não estava interessada nisso, queria voltar para minha casa em São Diego.

Minha mãe boiava ao meu lado, bebia um refrigerante diet, alguns homens de preto sentaram bem a nossa frente, aquele clima estava estranho, quebrei o silencio e disse:

-Bem... vocês fazem tudo o que eu mandar?

-Sim, senhorita - um deles respondeu 

-Hum- interessante - até se eu falar pra voce colocarem a mão no nariz?

-Sim, todas as suas ordens, e nosso dever coo responde-las  

-Então tá, voce ai de topetinho- um deles olha pra mim, o que eu havia apontado- lambe seu dedo e coloca no ouvido dele

Sem nenhuma hesitação o homem fez exatamente oque eu mandei.

-Eita, isso vai se legal, hummm... você ai também, cruza as pernas e coloca o dedinho na boca, você pendura a gravata na cabeça, o topetinho pode mandar um salve- pego meu celular e direciono a câmera para eles- isso,isso mais pra esquerda a luz ta vindo de lá... ai, ai mesmo

O fleche da câmera pega todos eles que sai em estupidamente ila rios na foto, coloquei a foto como papel de parede e postei essa foto no insta onde eu havia por volta de 2.300 seguidores, escrevi na legenda # Gatinhasnopoder,#Passeiodelimo.

Minha mãe ria feito louca do meu lado e eu ri junto, a formação de "gatinhas" se desmanchou, eu dou uma rápida olhada na minha mãe e me volto para os homens perguntando:

-Ei eu posso mandar na minha mãe também- ela olha pra mim assustada 

-Bem ela não tem sangue real, então tecnicamente perto de você ela e uma plebeia  

O homem gorila ataca novamente, só que desta vez ele está no volante, minha mãe ruge:

-Valeu mesmo, como se você fosse muito importante

-Mas eu sou

Ela mostra a língua pra ele de modo infantil, e legal mandar em todo mundo mas não e o que eu quero, nem tive tempo de me despedir de Camile e os outros da minha banda, achei que faríamos sucesso, mas agora eu vou ter que passar minha vida apodrecendo dentro de um castelo.

Notei que o carro percorria um lugar um tanto deserto, havíamos nos afastados da cidade e de toda aquela correria, o veiculo andava conforme as pequenas ondulações que a estrada de terra oferecia, olhei para o campo, repletos e inúmeros girassóis brilhavam intensamente, tudo era amarelo, tudo era lindo, lembrei- me de um poema que li uma vez:

 "Ali a rodar, eu queria continuar, contemplando aqueles pequenos sois,dançando e rodopiando nessa estrada de girassóis "

Dei um pequeno sorriso 




Valentine apenas uma princesaOnde histórias criam vida. Descubra agora