Eu sempre vou te amar

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-Você não parece tão machona agora- diz o homem com um sorriso sínico

-A e? Me de um taco de beisebol e eu te mostro a machona 

-Haha, eu adoraria- ele diz se levantando da cadeira e diminuindo a distancia entre nós- mas não curto masoquismo- ele desliza as mãos grandes em meus cabelos ruivos 

-Tire suas mão de mim

-E o que voce vai fazer? Me bater? Olhe só voce, nem aguenta ficar de pé 

- Oque era aquela fumaça? 

-Ah, aquilo era o tranquilizador que os fazendeiros do palácio dão para os cavalos muitos selvagens, tudo o que fiz foi converter o liquido em gás, é por isso que voce se sente tão cansada e seus músculos estão dormentes

 Ele estava certo, eu fazia um esforço tremendo para permanecer com os olhos bem abertos, a nenhum momento poderia me deixar levar pelo sono. Mas o que exatamente ele é? um psicopata? 

-Você é doente ou algo do tipo? - pergunto meio sonolenta 

-Não, tenho consciência total do que estou fazendo

-Você vai me matar? 

-Não necessariamente... talvez  

-Então o que voce pretende fazer? 

-Bem como sua tia não vai ter voce de qualquer modo- ele da de ombros despreocupado- talvez eu te conte um pouquinho do meu plano

Aceno positivamente com a cabeça com os olhos quase se fechando.

-Bem isso é, se voce ficar acordada- ele se afasta rindo

O homem se direciona para o que deve ser a saída mas meus olhos não acaçam o lado escuro por onde ele se direciona.

-Onde voce vai? 

-Dar um passeio, voce fica aqui minha cadelinha  

Depois disso caio no sono novamente. 

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Acordo depois de um tempo, mais disposta e mais ciente do que estava acontecendo, um prato de plastico com panquecas e mel estava próximo de mim.

-Até parece que eu vou comer alguma coisa que ele me der- digo tentando coçar os pulsos machucados pelo metal enferrujado mais ainda sim resistente. 

Me levanto do chão empoeirado, olhando ao redor observo a estrutura do local, parece ser um grande armazém daqueles enormes que cabem centenas de caminhões, era horripilante pois me encontrava no centro dele e tudo ao redor era um breu.

Meus pensamentos são interrompidos quando luzes logo a minha frente são ligadas. Eram faróis de um caminhão que eu nem havia notado ali, o homem que nem sei o nome ainda, sai da cabine do veiculo ainda aceso. Jogando a chave para cima e para baixo com as mãos, agora ele usava terno. Ele se aproxima de uma mesa velha de madeira que se encontrava um tanto afastada de mim e lança as chaves nela, coloca as mãos no bolso do terno e diz:

-Uh! voce nem imagina a bagunça que está o castelo, estão todos preocupados 

Eu não falo nada, apenas encaro as chaves em cima da mesa. 

-Sua tia mandou metade da guarda a sua procura, ela está enlouquecendo 

-Você não me contou por que está fazendo isso

-Ahaaaa- ele suspira- Cristinna... aquela vaca- ele serra os punhos- ela vai ter o que merece, não só ela mas toda a família real!

Ele soca a mesa com força, seu rosto apresentava um cara cansado e raivoso, os olhos com olheiras me olhavam com fúria como se eu fosse a culpada por uma tragedia. Segundos depois ele se recompõe.

-Bem tenho que estar apresentável para o discuso de sua tia hoje a noite, é uma pena que voce não poderá ir- ela vai em direção ao caminhão e liga o motor com o caminhão ainda freado, fumaça começa a sair dos interiores do veiculo

-O-o que voce está fazendo? - olho-o assustada enquanto ele sai calmo do caminhão 

-Só me certificando de elimina- la 

-Co-como assim? Você não falou que me amava? 

-Já assistiu atividade paranormal quatro? Aquela parte que a menina é trancada na garagem e o carro liga sozinho, a menina começa a se sufocar com a fumaça que sai dele... é exatamente o que vai acontecer com voce 

-E-espere voce não pode fazer isso- tento correr em direção a ele mas as correntes me param no meio do caminho

-Eu disse que iria eliminar a família real inteira- ele me olha calma e roça os dedos em meu rosto- sinta- se privilegiada Valentine, voce será a segunda a morrer 

-Quem foi o primeiro? 

-Seu pai 

Chocada desabo no chão, ele sai do armazém escuro deixando- me sozinha com o caminhão jorrando fumaça. A unica luz existente no local começa a tremular, o som do motor do caminhão me assusta e me lembra que a morte está perto.

Esse tempo todo eu achara que ele havia morrido por alguma doença ou sei lá... mas nunca pensei na possibilidade de alguém telo matado. Serro os punhos lembrando- me bem do rosto do homem, não será hoje que eu vou morrer e essa não é a ultima vez que vamos nos encontrar.  Tateio os bolsos de meu jeans e pego o walk tok azul, imediatamente o ligo, a luz azul florescente brilha e ilumina meu rosto sujo.

-Cambio... Marlon? Pode me ouvir? 

Nada. Mais fumaça saia do caminhão e uma neblina de fumaça branca se formava.

-Cambio, Marlon se está ai me responda! 

Já estava entrando em desespero, se ao menos eu tivesse a chave dessas correntes... 

-As chaves! - encaro a mesa de madeira velha um pouco afastada

Apresadamente ando até elas, mas as correntes não chegam até ali, deito no chão esticando uma das pernas para poder chutar a mesa para mais perto.

-Quase lá... só mais um pouco- suor escorria de meu rosto devido ao calor que a fumaça emanava

-Mais um pouco... peguei- bem na pontinha do tênis eu puxo com o pé a mesa em minha direção

A mesa está ao meu alcance agora, o suficiente para agarrar o molho de chaves. A fechadura está nos ferros que prendem meus pulsos, cada um. Uma das chaves que permanecem no molho e a do caminhão eu tenho certeza. 

Após tentar todas as chaves, quem diria que a certa era uma bem miudinha e enferrujada. Com os pulsos livres agora eu posso fujir, corro para o outro lado do armazém, uma porta de ferro me espera, pucho a maçaneta com força... trancada. Não havia sequer mais nenhuma saída só aquela. 

Uma lembrança me vem, no filme a menina entrava dentro do carro e destruía a porta da garagem, que bom que no meu casso e um caminhão, pois o estrago vai ser maior. Ainda com as chaves em mãos lanço o olhar para o caminhão velho, ao entrar na cabine insiro a chave pertencente a este, girando a chave tudo o que ouço e o barulho do motor falhando.

-Vai! pega logo!- enquanto tento fazer o veiculo pegar encaro desesperada a fumaça que não para de se espalhar

Não demora muito até meus pulmões arderem por falta de ar, por que minha asma ataca nas horas mais desnecessárias? Ainda bem que eu peguei o costume de trazer a bombinha... hehe, aprendi. 

Sugo o pouco ar existente na bombinha mas suficiente o bastante para resistir um pouco mais.

-Vamos... pega! pega! - nada, o veiculo não colabora

Tudo o que gostaria de ver agora era o rosto preocupado de Marlon, pena que talvez eu nunca mais o encontre, por que é que eu não contei a ele o que estava acontecendo? Por que é que eu sempre tenho que ser egoísta? Até quando meu orgulho durara? Mas tudo isso era para protege- lo, eu não sei o que faria sem ele. Sinto as lagrimas descerem, afundo minha cabeça no banco de coiro preto do caminhão, as mão tampando o rosto e todo meu ódio por mim mesma se convertendo em lembranças lindas que fiz com Marlon. 

-Eu te amo Marlon- A voz sai baixa e tremula- eu sempre vou te amar...

-Va- Valentine? É- é- é voce? 

Valentine apenas uma princesaOnde histórias criam vida. Descubra agora