3ª parte do Capítulo V

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Olá, a todos! Bónus!!! :o) Mais um capítulo. Curiosos? Parece que a vilã está de volta...

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...Quando o criado acordou atarantado deixo escapar o espirro. Que alívio!

- Nobre senhor – o criado fez-me uma vénia de despedida.

- Este vinho é realmente muito bom. Estamos a festejar o quê? – perguntou um nobre em tom baixo a um nobre velhote.

- Não sei. Que festa será esta? – interrogou-se o nobre velhote, com um ar pensativo. - Será que já estou assim tão mal da cabeça que não me lembro do que ando a fazer? Serafim, tu sabes que festa é esta?

- Por não saber é que te perguntei primeiro!

- Afinal, isto não é da idade! O que interessa é que o rei Dinis nos convidou para a festa! – arrematou o nobre mais velho, bebendo o vinho todo que tinha na taça.

Aquela conversa roubou-me um sorriso e não pude evitar soltar uns risos discretos. O que os feitiços nos poderiam fazer!

- Nobres convidados – chamou Dinis a atenção de todos. – Hoje, estamos aqui para festejar o regresso da princesa, a minha filha Aurora!

- Ah! OH! – soltaram os convidados. - Finalmente, vamos conhecer a nossa princesa!

- Hoje, a minha filha completa 16 anos. Com o seu exilio e com a destruição de todas as rocas de fiar conseguimos impedir a maldição. Afinal, as maldições não são invencíveis! – declarou Dinis, com um sorriso de vitória.

Coitado, não sabia do que estava a falar! Houve uma maldição que atingiu o seu reino e o colocou a dormir por 80 anos.

- Viva ao rei Dinis! – exclamou alguém.

O semblante pesado do rei Dinis foi abandonando-o aos poucos para um mais sereno e sorridente.

- Viva ao rei Dinis! – gritavam os nobres.

Tinha a estranha sensação de que alguém me vigiava. Seria paranóia minha? Olhei ao meu redor e num canto isolado do salão vi a Malévola coberta por uma capa preta com um capucho que escondia a sua identidade. Ela olhava para mim com um sorriso genuíno de felicidade e os olhos sorriam de maldade. O que é que a Bruxa estava aqui a fazer? Será que ela estava sozinha? Não havia vestígio do corvo. Ela cortou o olhar comigo e deu atenção aos reis de Olisipo.

- Um brinde à princesa Aurora! – exclamou um nobre.

Imensas taças se ergueram para o brinde e alguns aplaudiam. A Bruxa também aplaudia e ria-se. Como é que ela podia ser tão cínica?

- À nossa princesa! – disseram em coro e depois beberam o vinho.

A Bruxa foi a última a levantar a taça, olhou para mim, piscou-me o olho e bebeu o vinho.

Como é que ela se atreve a participar no brinde? Ela queria-me provocar e estava a conseguir! Sabia que ela tinha vindo para se rir do meu infortúnio. Ela queria ver com os seus próprios olhos o que a sua maldição provocara. Sentia a raiva e a revolta apoderam-se do meu corpo. O meu maior desejo, naquele momento, era fazer justiça com as minha próprias mãos. Por culpa da Bruxa que se considera um fada rainha, não posso receber a mão da minha prometida, oficializar o meu noivado, a Aurora irá sofrer com a minha ausência, os reis de Olisipo ficaram seriamente zangados com os meus pais, os meus pobres pais irão receber mais um desgosto quando perceberem que eu desapareci e a minha fada madrinha estará em maus lençóis. Mas, eu não passava de um velho que não tinha forças para nada. Se eu tivesse forças a história seria diferente, Bruxa maldita! Neste momento, estaria a marchar na sua direcção com a espada em riste e iria ajustar contas.

- Depois destes 16 anos de ausência, a princesa Aurora está de volta ao seu verdadeiro lar. Quero apresentar-vos a minha... - o rei Dinis pegou na mão da rainha Helena. – Quero a apresentar-vos a nossa filha, a princesa herdeira de Olisipo, a vossa princesa Aurora.

O salão encheu-se de aplausos e cabeças dos nobres moveram-se em direcção as escadarias. Nos seus rostos, podia ler a curiosidade e a alegria por voltarem a ter a sua princesa.

Oh, não! A Malévola estava no salão e se ela tivesse algum plano na manga? E se ela fizesse algo para magoar a Aurora? Não o podia permitir! Como é que ninguém notava a presença dela? Ao contrário de mim, ela dava nas vistas com aquela capa preta e capuz na cabeça. O que é que eu poderia fazer? Pensa, pensa, Filipe!

A Bruxa fitava-me com um sorriso perverso. Lancei-lhe um olhar de ameaça. Eu podia estar velho, muito velho, mas faria tudo ao meu alcance para proteger a Aurora. Não queria que a Malévola estivesse perto da Aurora nunca. Iria gritar e denunciaria a presença da Bruxa. O rei Dinis, as fadas e o soldados correriam com ela do castelo. O problema era que denunciaria a minha presença, mas as fadas iriam-me ajudar a sair desse sarilho.

Olhei para as escadas que ainda se encontravam vazias e inspirei bem fundo. Tinha que proteger o meu amor daquela malvada. Preparava-me para dar marcha ao plano, mas quando voltei a direccionar o olhar para o sítio onde a Bruxa se encontrava deparei-me com a sua ausência. Onde é que a Bruxa estava? Varri o salão com o olhar e nem rasto dela. Será que ela se foi embora? Tudo indicava que sim! Olhei para todas as janelas para certificar-me que o corvo maldito não andava a rondar. Aparentemente, a Bruxa só tinha vindo a disfrutar do meu sofrimento, do meu desgosto... Ela só queria me mostrar como se sentia vitoriosa. O sorriso da Bruxa não enganava a felicidade que ela sentia. Inspirei fundo de alívio por ela se ter desaparecido e sentei-me na cadeira, porque o meu corpo começava a reclamar cansaço.

- OH! AH! – ecoava pelo salão.

Aqueles sons de espanto denunciavam a presença de Aurora. Era o meu amor! Levantei-me, porque queria muito vê-la e iria aproveitar todas as oportunidades que pudesse para os meus olhos se cruzarem com ela. Eu sentia-me feliz só de a contemplar. Ela estava no cimo da escadaria e todos estavam prontos para a receber, inclusive o rei Dinis que deixou o seu trono para a esperar no último degrau. Reinava o silêncio absoluto no salão...

Continua...

Contem-me o que acharam deste capítulo? Gostaram? Espero que sim!

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Contem-me o que acharam deste capítulo? Gostaram? Espero que sim!

E o que é que acham que vai acontecer no próximo com as pistas que acabo de deixar? Curiosos? =P

até ao próximo capítulo =P beijinhos

O AMOR NÃO DORMEOnde histórias criam vida. Descubra agora