4ª parte Capítulo XI

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Boa leitura e tragam os guarda-chuvas, porque está muito mau tempo em Aragão!

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- O meu filho esteve contigo, enquanto esteve desaparecido? – perguntou o meu pai, aterrorizado.

- Sim, rei Carlos – respondeu ela, com um ar angelical como se fosse uma boa pessoa.

- Isso não é verdade – atalhei eu, de imediato.

- Mas, afinal o que é que se passou? – quis saber o meu pai, com um ar desconfiado e uma voz autoritária.

- Conto eu ou conta o Príncipe Filipe? – perguntou-me ela, com um sorriso trocista.

Maldita sejas, Bruxa! Um dia vais-te arrepender de tudo o que me fizeste, Bruxa!

- Malévola, vai-te embora! O teu lugar já não é entre nós e não és bem-vinda aqui – manifestou-se Dulce.

Bem dito, Dulce! Coloca essa bruxa no seu lugar!

- Sim, Malévola, não és bem-vinda – frisou a minha madrinha, com cara de poucos amigos.

- Ah! Ah! Ah! – riu Malévola, alegremente como se tivessem contado uma piada. – Vocês as quatro não passam de umas fadas ridículas! Se julgam que me conseguem ofender, estão muito enganadas! Olhem para mim... Sou uma fada rainha! Agora, pertenço à realeza. E vocês? Ah, não precisam responder, eu sei a resposta: pertencem à ralé. Parece que vocês é que estão a mais! Ah! Ah! Ah!

- Sinceramente, Malévola, acredito que sejas muito infeliz. Como não consegues ser feliz obrigas-te a espalhar infelicidade aos outros – falou Lucy.

A Bruxa parou de rir e a expressão do seu rosto endureceu. Oh, não! Ela estava zangada e agora só Deus sabe o que poderia acontecer entre aqueles seres que eram possuidoras da magia e das maldições.

"Grrr...Grrr...Grrr... Grrr..", soou por todo o salão.

Aquele piar maldito veio na altura certa para desviar as atenções. Pela primeira vez, não desgostei do aparecimento do corvo que voou em linha recta até ao ombro da Bruxa. Mirei-o com ódio. Mas, o maldito pássaro surpreendeu-me, porque saltou para o bastão da dona dando a entender que não tinha medo de mim.

- Oh, meu querido! – exclamou a Bruxa, fazendo-lhe festas.

Goza, enquanto podes, maldito! Como é que um monte de penas se julga superior a um príncipe? Se pensas que és invencível por seres o braço direito da Bruxa, estás muito enganado! Se eu não tivesse desmaiado no baile em Olisipo estarias no meu poder

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Goza, enquanto podes, maldito! Como é que um monte de penas se julga superior a um príncipe? Se pensas que és invencível por seres o braço direito da Bruxa, estás muito enganado! Se eu não tivesse desmaiado no baile em Olisipo estarias no meu poder. Mas, não perdes pela demora!

- Malévola, o que é que te trouxe a Aragão? – perguntou o meu pai, caminhando em direcção ao seu trono e sentou-se majestosamente como o rei que era.

- Rainha Malévola – apontou para a rica coroa que estava entrelaçada no seu cabelo. - Vim esclarecer o passado – respondeu ela, calmamente.

Meu pobre pai! Agarrei a minha bengala com força para descarregar a fúria que estava a sentir.

O AMOR NÃO DORMEOnde histórias criam vida. Descubra agora