Olá, a todos os que seguem esta história ainda! Gostava muito que se dessem a conhecer. Ou ao menos votassem como uma estrelinha, não custa nada. Em troca, posso dedicar capítulos também. Gosto de saber a vossa opinião, também é importante para o escritor.
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A sua resposta foi um silêncio. Ouvia-se apenas o som das asas dela. Lá em baixo no pátio, os arqueiros estavam apenas à espera de uma ordem para disparar. A minha madrinha rondava o meu pai. Devia estar a controlar a sua fúria de guerra.
- Arabel? – chamei, meigamente.
- Nunca vou ter asas – parecia mais que conversava para si própria do que me respondia.
Engoli em seco.
- Talvez haja uma maneira de conseguir recuperar as tuas asas – atalhei. – Vamos procurar uma solução.
- CALA-TE! Ou reduzo-te a cinzas.
Obedeci-lhe.
- Eu odeio reis. Não quero pertencer a nenhum rei, nem a nenhum príncipe meia lecas. Se queres salvar a tua vida, conta-me: onde está a Princesa de Olisipo? Deve estar escondida no castelo dos amiguinhos de Aragão.
Oh, Deus! O ódio dela crescia novamente.
- Ela não está aqui – disse eu, firmemente. – Juro! Escuta-me, Arabel...
- Quem mais jura, mais mente. Também me fizeste crer que eras um rei antes e ainda nem a coroa meteste na tola! Pergunto a última vez: ONDE ESTÁ ELA?
- Ela é o sol da minha vida! Como tu já tiveste um. Sabes que jamais te irei entrega-la. NUNCA! Sabes bem que farias o mesmo pelo teu rei quando nutrias por ele o maior amor e veneração. Só que ele rompeu-te o coração. E eu fiz-te pior ao recordar essa dor. Nunca te devia ter desfeito a tua transformação em corvo. Estou à tua mercê, eu sei! Nunca terás a Princesa, nem a Bruxa da tua dona! Nunca sairás triunfante desta luta. Vives na escuridão, Arabel. E podes também mandar-me para lá. Mas também podes voltar a ter sol na tua vida. Deixa-me ajudar-te! Se não queres ser uma fada, se não queres pertencer a um rei... Pensa o que te faria feliz, novamente. Não lutes uma guerra que não é tua! A Malévola está cheia de ódio pelo rei de Olisipo, mas não foi esse rei que te magoou. Depois desta guerra o que te sobra? Seres a criada da Bruxa? Seres um dragão?
- Quero ser uma princesa! É esse o meu preço.
- Uma princesa? – interroguei, pensativo.
- Serei vossa irmã! Princesa de Aragão.
- Porquê isso?
- Quero ser uma de vós. Quero saber o que é ser um de vós. E talvez regresse ao meu berço de nascimento.
- Hã?
- Um casamento real entre reinos. Quem sabe!
Fiquei desconfiado. Não confiava nada em bruxas.
- Quando for rei – atalhei eu. – Não te posso prometer em nome de meu pai. Se ele não aceitar, juro-te que eu o farei.
- Irá- me erguer, Príncipe? – notei que falou com respeito. Chamou-me Príncipe apenas! Não lhe chamou um nome desrespeitoso.
- Sim, Arabel. Irei ajudar-te se em troca me ajudares a mim. Eu serei rei de Aragão e Olisipo! Terei dois reinos, serei muito poderoso! Eu posso ensinar-te a seres uma princesa, a viver como uma princesa. Não te vou usar como moeda de troca, porque já foste ferida no coração. Irás casar com quem bem entenderes. Uma princesa não tem opinião sobre este assunto, mas eu irei respeitar a tua!
Mirei o dragão que tinha os olhos cada vez mais amarelados como se o fogo que tinha dentro de si estivesse a apagar. Coitada! Percebi que queria apenas a vida que lhe exigiram na altura que podia ficar com o seu grande amor. Um rei com uma princesa e não uma fada. Sem magia, não representava perigo e incentivei-a:
- Quem sabe, podes tornar-te numa grande rainha! Porquê ajudares os planos da Bruxa para tomar uma coroa para ela!? Toma a coroa para ti! – pisquei-lhe o olho. – Não te estou a oferecer um reino e um rei. Como princesa poderás ter essa oportunidade. O futuro o dirá!
Pareceu-me que o amarelo dela dos olhos se estava a tornar mais brilhante. Ela ia aceitar! Estava confiante. Deus livrai este ser do mal!
- Princesa Arabel de Aragão! – exclamou ela, e saíram pequenas faíscas da boca como fosse fogo de artificio.
- Isso é um sim!? – gritei de entusiasmo.
Ela voou até ao meu nariz e murmurou:
- Se me traíres...
- Chiu! – coloquei a mão na bocarra dela. – Agora, temos que confiar um no outro. Nada de ameaças. Livra-te desse corpo!
Para controlar o fogo, engoli-o para dentro e saiu fumo pelas narinas e as orelhas.
- Eu vou voltar para ser uma princesa!
Dei-lhe um sorriso, apenas. Tentei que fosse o mais sincero possível.
Ela girou em torno de si e voou para abandonar Aragão.
Os soldados gritaram hurras de vitória e aclamaram-me.
- Deus salve o Príncipe Filipe! Deus salve o rei!
O meu pai estava meio desconfiado e falou alto de mais com a minha madrinha, com o nervosismo:
- Quero saber o estrago que houve, Violeta! Um relatório ainda hoje!
- Sim, Vossa Graça!
Ela desatou a voar, mas antes de ir aos seus afazes pousou no parapeito da janela.
- Conseguiste, Filipe. Estou tão orgulhosa de ti!
Contei-lhe tudo o que tinha acontecido.
- Uma princesa... – disse a minha madrinha, pensativa.
- Minha irmã – acrescentei eu.
Parecia uma anedota e acabamos por soltar uns risos.
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Contem-me tudo o que estão a achar, por favor!!!!
Gostaram? O destino da Arabel que tal? Querem me surgir alguma ideia?
beijinhos
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O AMOR NÃO DORME
Chick-LitUma nova versão do conto de fadas da Bela Adormecida! E se a maldição acontecesse? Ele perdeu a liberdade para não salvar a sua amada e envelheceu. Ela dormiu um sono profundo ao longo de 80 anos e preservou a juventude. E agora? Haverá alguma poss...