Capítulo 13

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Demorei mas cheguei com um capítulo gigantesco!

Gente, eu demorei porque eu tive que pesquisar muitas coisas, e porque eu estou fazendo minhas histórias no computador, porque graças à minha amiga maravilhosa, achei um programa igual ao Word (de graça!). E também, por esse motivo, a edição da história mudou e vocês vão perceber isso ao longo dela. No decorrer dessa semana eu vou ir ajeitando os outros capítulos, beleuza?

Boa leitura, amores, espero que gostem do cap de hoje.

.......

Harry

Ser cego em uma escola era uma tarefa complicada. Não era nem devido às pessoas importunas ao meu redor, era, justamente, a situação de copiar a matéria ou aprender algo. Meus professores, muitas vezes, quando escreviam algo no quadro, ditavam para mim para que eu pudesse copiar. Já outros bem gentis, me entregavam uma folha em braile — o que eu preferia.

Escrever na sala se tornava um saco quando eu usava uma máquina de escrever adaptada para ser mais ágil. O que não facilitava nada para mim era que o barulho dela incomodava muito os meus colegas de classe. Alguns caçoavam e bufavam de raiva, e eu me sentia péssimo por incomodá-los. Eu até poderia usar uma folha e uma punção, mas, mesmo com anos de prática, demorava muito para ser feita.

Meu amigo Niall sempre colocava sua cadeira junto à minha a fim de me ajudar a copiar a matéria e fazer exercícios, para quando eu estivesse com dificuldade de acompanhar. E devido a esse esforço, ele tinha uma das melhores notas da sala. Agradeça ao seu amigo cego, querido Niall.

Já era sexta feira, e a última aula de história passava tão devagar que eu sentia vontade de morrer. Niall cochichava coisas aleatórias sobre sua vida ao meu lado, e, de hora em hora, a gente tentava segurar alguns risos.

— Agora falando sério, Harry. — a entonação do meu amigo realmente mudou. — Vamos à festa da Julie hoje à noite. — ele sussurrou, balançando-me de um lado para o outro.

—Eu já falei que não gosto de festas. — Eu ainda não estava acreditando que meu amigo continuava insistindo naquele assunto de festas.

A questão era: "O que eu faria em uma festa?"

Enquanto Niall beijava não sei quantas meninas naquele maldito lugar — esperava que Julie se incluísse nesse grupo para que ele pudesse parar de encher o meu saco — eu faria o quê? Por que jovens vorazes por sexo, bebida e drogas estariam interessados em se sentar ao lado de um cego e conversar sobre técnicas de pintura e cantar dos passarinhos? Ainda não sabia como eu tinha conseguido beijar Missy Baker na infância e Wendy Flack no verão anterior.

— Sei lá! Beber, dançar... — meu amigo falou. — Usar sua cegueira para passar a mão na bunda das gatinhas e depois dar a desculpa que achou que fosse o sofá. — ele disse, fazendo-me quase dar uma gargalhada alta, se não fosse por ter colocado a mão em minha boca.

— Ah... — tentei me recuperar do riso. — Isso não me parece tão ruim, porém, hoje eu vou sair com uma amiga. — disse lembrando-me que hoje seria o dia no qual compraria o terno junto de Alene.

— Amiga?! — Niall perguntou surpreso. — Desde quando você tem amigas?! - ele enfatizou o "as".

— Desde quando você é idiota?

Argh! — me deu um soco no ombro. E realmente doeu. Filho da mãe. — Vai à festa com ela depois de tentar achar o tal terno, então.

— Não sei... — não me parecia uma alternativa sã levar Alene a uma festa e ver eu e meu amigo tentando fazer coisas audaciosas como pegar na bunda das garotas. Sim, eu realmente aderi essa possibilidade. Seria algo muito divertido e errado para se fazer. Quem sabe um dia?

He Can't See Me • h.sOnde histórias criam vida. Descubra agora