Capítulo 3

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Quando tínhamos saído de casa já eram 20:03, ainda tínhamos que passar na casa da Ariadny para deixar a minha mala.
Quando chegamos na festa já eram 20:18, o lugar já estava lotado de pessoas quando chegamos. Todos estavam na fila para entrar. O espaço parecia grande e aconchegante. Nós também entramos na fila. Quando era quase a nossa vez de entrar reparei em dois rapazes que chegavam de moto. O que vinha a frente me chamou mais a atenção. Não sabia porque, mas quando o vi senti calafrios o corpo todo. Estava distraída de repente os nossos olhares se encontram. Fiquei paralisada no momento, meu coração começou a bater mais forte, acho que as pessoas que estavam próximas de mim conseguiam ouvi-lo. E num puxão Ary trouxe-me de volta para a realidade. Senti que ele continuou me observando até entrar na casa.
Ariadny percebeu que estava diferente e começou o interrogatório.
- Que foi Dafny? Estavas distante quando te chamei para entrar. Foi preciso te dar um puxão bem forte para acordares.
- Não foi nada Ary, impressão sua talvez. Viemos aqui para divertir ou tagarelar?
Com isso entramos na pista de dança. Naquele momento esqueci todos os meus problemas. Deixei-me embriagar pela música. E do nada Ary chamou-me.
- Preciso de algo para beber. - não conseguia ouvi-la muito bem devido a música que estava alta.
- Ok! Vamos ao bar beber alguma coisa! - praticamente berrei para que ela me ouvisse.
Caminhamos em direcção ao bar. Chegando lá a Ary pediu uma caipirinha, queria pedir água mas acabei por desistir e pedi o mesmo que a Ariadny.
Ao meu lado sentia um aroma meio cravo meio canela. O cheiro era maravilhosamente bom, prazeroso até. Quando virei para ver quem era o dono desse aroma levei um grande susto. Era o rapaz da moto, aquele que quando vi senti calafrios. Ele era realmente e exageradamente belo! Fogo pah! Como era possível existir alguém tão belo assim! Ei! Acorda! Parece até que estou a delirar. Ele percebeu que eu estava a observar-lhe e veio ter comigo.
- Sua cara não me é estranha.
Droga! Ele lembrou daquele instante na entrada.
- Deve ser porque me viste em alguma capa de revista playboy. - disse-lhe num tom um tanto sarcástico.
Ele deu uma gargalhada e apareceu-me ainda mais belo.
- Não tenho por hábito ler revistas ainda mais sendo playboy.
Uhau! Agora ele deixou-me contra a parede. Um rapaz que não se interessa por revistas playboy. Por essa não esperava.
- Talvez porque aquilo que está nas revistas tu preferes ver pessoalmente. Dá para entender.
- Ei! Mal conheces-me e estás a tirar conclusões ao meu respeito!? Estás tão interessada assim em mim!?
- Hahahahaha, devias trabalhar no circo porque tens futuro. Interessada em ti!? Mal conheço-te como tu mesmo disseste.
- Então qual é o teu problema comigo, ham?! Espera, estou a lembrar de ti. Não és aquela rapariga que me estava a observar quando tinha chegado?
- Isso significa que tu também estava a observar-me.
- Então és tu. Achei um bocado antipático de tua parte encarar pessoas que não conheces.
- Tu não tens que achar nada porque não perdeste nada percebes?! E eu não encarei-te!
- Calma só estava a brincar. Não precisas ficar assim.
- Estou bastante calma para tua informação.
- Já percebi tudo. Chamei-te atenção por algum motivo no qual não sabes explicar.
Credo! Agora estou realmente assustada.
- Porque achas isso?
- É o que aconteceu quando também vi-te.
- E isso é bom ou ruim?
- Depende. Queres que seja bom ou ruim?
- Quem sentiu algo foi você então não me venha com porém.
- Digamos que seja bom. Chega de lerolero. Queres dançar?
Dançar com um estranho não era o que eu previa para mim. Mas por algum motivo que não sei qual, confiava nele.
- Posso saber porque ainda estamos aqui parados?!
Terminei a minha bebida, fomos para a pista de dança. A música era envolvente, ele era envolvente! Adorei o seu ritmo, seu charme. Adorei-o simplesmente. Tinha me esquecido da Ariadny. Ela deve estar como uma louca a minha procura ou também é bem provável que esteja por aí se pegando com algum rapaz.
De repente senti alguém agarrando-me por trás. Pensei que fosse Ariadny mas a pessoa agarrava-me com bastante força até machucar-me. Quando virei para ver quem era assustei-me. Era uma rapariga que não conhecia. Estava escuro mas deu para perceber que ela era muito bonita. Tinha cabelos curtos, era loira. Os olhos pareciam castanhos claros. Tinha jeans vestido, com uma blusa branca de alsas e uma jaqueta por cima. Calçava botas. Ela parecia brava.
- Posso saber porque estás a dançar com o meu namorado?!
- Seu namorado não!
Virei para ele cheia de raiva. Ele tinha namorada e estava a dançar comigo.
- Porque não disseste-me que tinhas namorada?!
- Porque não tenho namorada nenhuma!
De repente ela puxa-me pelo cabelo desfazendo o cookie que tinha feito. O cabelo que eu tinha penteado com muita paciência. Ela queria levar uma tarreia só pode ser isso. Solto um grito enorme. Não pela dor que sentia naquele momento, mas pela raiva que sentia por ela ter despenteado-me e por ele ter namorada e ainda por cima por não me ter dito.
Não sei aonde é que saiu forças e não sei qual manobra tinha utilizado mas estava de frente com ela. Levantei a mão pus toda força que tinha nela e dei-lhe uma grande bofetada.
Todos pararam de dançar, beber ou seja lá o que estavam a fazer para ver o que se passava.
Ela colocou a sua mão ao tinha-lhe acertado. Com certeza a sua face estava ardente. E foi então que ela também deu-me uma bofetada. Fiquei estupefacta com a atitude dela. É claro que ela não ia ficar aí parada sem fazer nada. Era briga que ela queria pois então ela conseguiu.
Depois da bofetada que ela deu-me, fechei a mão e desferi-lhe um soco na cara e que soco hein. Até senti os meus dedos estalarem.
A multidão foi a loucura. Começaram a gritar, apesar de eu não perceber o que estavam a dizer.
E foi aí que ela novamente agarrou-me pelos cabelos. Eu também agarrei-a. Caímos no chão. Ela estava por cima de mim. Eu não queria aquela cabra em cima de mim. Foi então que empurrei-a e subi por cima dela. Estava tomada de raiva, não sentia mais nada naquele instante. Comecei a socar-lhe. Ela tentava fugir dos golpes com a mão e dando-me alguns tapas que mal atingiam-me.
A Ariadny veio até mim em meio de tantas pessoas. Ela parecia não acreditar no que estava vendo, pareceu-me surpresa. Foi então que ela veio ter comigo.
- Vamos embora agora.
- Ir embora?! Só podes estar doida. Eu não vou sair daqui enquanto não acabar com essa vadia!
- Deixa para outro dia. Porque policiais estão a caminho daqui. E se nossos pais forem nos tirar da delegacia aposto que as coisas não vão ficar bonito! Então vamos embora daqui agora!
Ela parecia aflita. E eu já tinha saído de cima daquela imbécil.
- Mas quem é que te disse que policiais estão a vir a caminho?
- Depois conto-te. Agora vamos!
Estava quase a ir embora quando ouvi aquela cabra dizer:
- Vai ter troco! Ouviu idiota! Não sabes com quem estás a brincar!
Virei-me na direcção dela mas Ary segurou-me.
- Olha que nem penses!
Saímos dali o mais depressa que conseguimos. Entramos no carro e fomos para casa.

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