Capítulo 12

34 11 0
                                    

Já dentro do carro, esperava que a Ary me enchesse de um monte de perguntas por ter agido daquela maneira, mas o que se sucedeu foi totalmente o contrário. Nada de perguntas indiscretas e directas, simplesmente ao entrar no carro se instalou o silêncio. Agradável, diga-se de passagem. Não queria ficar respondendo a isso e a aquilo, não estava no clima, somente queria ficar sentada e observar o trajecto de volta para casa.
Mas que eu fiquei curiosa pela Ary não ter me enchido de perguntas, lá isso eu fiquei. Era estranho ela não querer saber o porquê de eu ter comportado daquela forma. Mas eu tinha que respeitar o silêncio dela, eu tinha na verdade que respeitar o meu próprio silêncio.
Finalmente chegamos em minha casa, queria entrar, tomar banho e dormir na minha cama que com toda certeza estava esperando por mim.
- Vamos entrar? - perguntei na maior inocência.
- Não, mas obrigada. Tô cansada e quero logo chegar em casa pra tirar essas areias do meu corpo. Mas amanhã te pego as 7:30, certo? - a cara dela era mesmo de cansaço.
- É.... Pode ser.... E obrigada pela carona.
- Disponha sempre.
Acabamos rindo as duas. Sai do carro e quando abri a porta de casa, ela foi embora.
Entrei e encontrei a TV aberta e a luz da cozinha estava acessa.
Dirigi-me para a cozinha e encontrei a minha mãe picando cebola. Uma das coisas que eu admiro nela é picar sem chorar. Não sei qual era seu truque mas queria que ela me ensinasse.
- Boa noite mãe.
- Pra quem eu tinha dito pra não voltar tarde, até que tá cedo.
- Tenho aulas amanhã de manhã mãe, não queria chegar tarde em casa. - na verdade o motivo era bem outro.
- Ficou toda bronzeada. Só que tá com uma carinha de cansada.
- E tô cansada mesmo mãe. O meu corpo tá implorando por um banho.
- Sobe lá e vai tomar seu banho, depois desce pra jantar e depois vai dormir directo.
- É isso mesmo que eu vou fazer, minha mãe coruja. - dei um beijo nela e subi para o meu quarto.
Tirei a roupa e fui directo para o banho.
Comecei pensando no Dany. Qual era o nome da garota de que ele amava? Aff, fiquei só na curiosidade mesmo. Mas eu queria saber só que não entendia o porquê ou entendi e não queria aceitar.
E aquela tensão que tinha instalado entre nós, aquelas trocas de olhares, o que significava aquilo?
A minha cabeça já começava a latejar, então sai do banho. Fui para o meu quarto, vesti o meu pijama e desci para jantar. A minha mãe já tinha colocado os pratos na mesa.
- Quer que eu te sirva?
- Faz o favor. - ela apanhou o prato e começou a servir.
- E então? Preparada pra amanhã?
- Digamos que sim. Só que ainda não me acostumei com essa história de expandir o colégio.
- Lembra do que eu te falei, nada de arrumar encrencas mocinha.
- Já sei mãe, pode deixar.
Começamos a comer e conversamos durante o jantar. Terminei e fui lavar a louça.
- Pode deixar que agora é por minha conta. Vai descansar. - ela falou isso e me beijou carinhosamente na testa.
- Obrigada mãe. Boa noite. - fui para o banheiro escovar os dentes.
Depois fui para o meu quarto.
Assim que eu fechei a porta, coloquei o alarme para as 6:20. Deitei em seguida e não demorei muito tempo para dormir.

Narrado por Dany

Já em casa, deitado depois de tomar um bom banho, fico pensando na Dafny.
Aquela garota me deixa fora do normal, até porque como ela não tem igual. Mas a minha missão não é essa, tenho quer sair fora dessa. Preciso me controlar, ou senão tudo pode acabar. Queria lhe poder beijar, mas eu sei que não vai funcionar. E se eu deixar acontecer, corremos o risco de morrer.
- E ai cara? Tá tudo bem? Você nem jantou. - era o Tony entrando no meu quarto.
- Tô legal. - não estava muito afim de papo.
- Pensando nela? - cara, tem horas que eu gostaria que ele não me conhecesse tão bem.
- Ela quem? - melhor dar uma de desentendido.
- Sem essa mano, que você sabe muito bem de quem tô falando. - já vi que não vai ter jeito mesmo.
- Tô pensando na vida. - quem sabe ela se ajeita.
- Não tá afim de falar né? Tudo bem. Vou pro meu quarto, qualquer coisa me chama ou vai lá se ficar afim de bater um papo. - mudei de ideia. É melhor ele conhecer-me tão bem.
- Pode deixar que qualquer coisa a donzela aqui vai chamar o valente cavaleiro pra lhe salvar. - mudar de assunto não faz mal a ninguém.
- Nesse caso, literalmente, somos os guardiões das donzelas. - vish, é mesmo.
- Nem me lembra cara. Só de pensar nisso, imagina a confusão toda que vai rolar quando elas descobrirem.
- Quero nem ver, ainda mas quando começarem a perceber que elas são "especias". - a palavra "especiais", ele falou fazendo aspas com as mãos.
- O nosso dever é protege-las acima de qualquer circunstância. Até mesmo dando a nossa vida se for preciso.
- Pra mim não tem o menor problema dar a minha vida por elas se for para um bem maior.
- Imagina só a surpresa delas quando descobrirem toda a verdade.
- Agora eu vou imaginar eu e a minha linda na minha cama que vai ser bem melhor.
- É verdade! Agora que eu lembrei. Porque você e a Ariadny demoraram tanto tempo na água? - quase que tinha me esquecido de perguntar. Quase.
- Você é muito curioso mesmo! - curioso é pouco.
- E você não é? Conta outra cara! Rolou? - a minha curiosidade estava só aumentando.
- O quê que você acha? - respondeu tudo numa só pergunta.
- Você não perde tempo mesmo. - queria mesmo era curti com a cara dele.
- Vai plantar batata! Ela é especial e por isso mesmo foi especial, entende? - se eu deixar ele vai ficar falando disse a noite toda.
- Um pouco. - não entendia tanto assim para falar a verdade.
- De tanto falar, bateu uma sede. Ainda por cima nem me enxuguei direito. - ele está de brincadeira com a minha cara né?. Só pode.
- E eu posso saber então porque tá sentado na minha cama todo molhado, ham?
- Deixa de frescura, parece até uma minininha falando.
- Levanta e é agora. - ele sabia que eu não gostava que alguém sentasse na minha cama todo molhado enquanto eu estava deitado.
- Eu vou beber água e dormir que ganho mais. - ele levantou da cama com um travesseiro na mão e jogou para mim quando já estava na porta.
- Imbécil. - taquei um travesseiro na direcção dele, só que não acertou.
- Florzinha. - disse e saiu porta fora.

Narrado por Ariadny

Sinceramente tem horas que eu não entendo a Dafny. Será que ela ainda não percebeu que o Dany está afim dela?. Ela pode até ser um pouco ingénua as vezes, mas daí a ser burra já está passando do ponto.
O jeito que o Dany olha para ela, a maneira como ele fala com ela, a forma como lhe trata, ela ainda quer mais indicios que esses?.
E sem falar da cenas de hoje mais cedo! O que foi aquilo?. O que deu nela?. Deve ter sido alguma coisa que o Dany falou, mas o que?.
Preferi nem perguntar para ela que senão iamos acabar descutindo. E não queria estragar o dia maravilhoso que tive também.
Nossa, o Tony! Como ele é lindo, fofo, delicado, maravilhoso, não tenho palavras para descreve-lo.
Hoje com toda a certeza foi a minha melhor transa que eu já tive na vida e que venham muito mais.
Foi tão intenso, e ainda por cima me fez gozar pra caralho, sabendo que não consigo gozar tão rápido. Ele é bom mesmo. Não tem como não gostar dele. Vou fazer de tudo para que a nossa relação dure. Não sou de me envolver tanto assim, só que já me sinto ligado a ele de alguma forma, desde o primeiro dia que eu vi ele na festa.
Que engraçado, a garota que não quer compromisso, que quer somente curtir e nada de se apegar a nenhum garoto, está apaixonada. É cada partida que o destino nos prega e ainda mais quando menos se espera.
Já deitada resolvo enviar um sms para ele.

Ariadny

- Boa noite amor.

Não tive que esperar muito para ele responde.

Tony

- E os anjos do céu começam a cantar: aleluia, aleluia, aleluia, aleluia, aleeeeluia.... Que milagre é esse? Me chamando de "amor"!?

Não sei como ele consegue ser tão dramático as vezes. E eu sempre caindo de risos nas dramas dele.

Ariadny

- Você é tão melodramático, imbécil!

Tony

- Imbécil?! Você deve estar me confundindo com outro cara.

Ariadny

- Não existe outro cara para além de você e espero que nunca exista. Sabe porque? Porque você é o meu garoto, somente meu.

Tony

- Nossa! Possessiva ela hein!?

Ariadny

- Você ainda não viu nada. Kkkkkkkk....

Tony

- Mas mesmo assim eu te amo.

Ainda não estava acostumada a ele dizer que me ama.

Ariadny

- Também te amo. Mas agora preciso dormir que amanhã tenho que levantar bem cedo.

Tony

- Tá bom amor. Boa noite. Durma bem.

Ariadny

- Você também. Sonha comigo. Bjss!!

Tony

- Não tenha a menor duvida. Bjss!!

Coloquei o meu celular na cabeceira da cama e fui dormir directo.

Narrado por Tony

Eu sei que estou agindo errado. Que eu não podia me envolver com a minha protegida, mas são as coisas do coração.
Quando eu vi a Ariadny pela primeira vez, eu não consigo explicar o que eu realmente senti. Foi uma colisão de sentimentos dentro de mim, mas de uma coisa eu tinha plena certeza, eu ia lutar pelo amor dela, eu ia conquista-la a cada dia, ela não era como as outras, ela era como uma rosa em chamas sem se queimar. Que engraçado, esse era o dom dela, ou poder como os meus superiores diziam. Mas eu considerava como dom, pois não é todo mundo que os possuem.
Quem poderia imaginar que eu iria me apaixonar justamente pela Ariadny. Poderia me apaixonar por todas mas menos aquela que era proibida para mim. E o pior é que aconteceu tudo ao contrário. Meu único medo é de quando ela descobrir toda a verdade. Pois se não lhe contarem, ela vai acabar descobrindo sozinha, o que vai ser pior. Ainda mais quando os poderes dela começarem a se manifestar, porque não vai demorar muito para isso acontecer. Mas eu vou estar do lado dela para lhe ajudar e apoiar no que ela precisar.
Agora talvez seja melhor eu dormir, porque fortes emoções nos aguardam amanhã.

Ténèbres Lady (Em Revisão) Onde histórias criam vida. Descubra agora